Vasco

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sábado, 16 de novembro de 2019

O VENENO DO ESCORPIÃO - O CARA QUE SUBIU A MONTANHA E VIROU CONDOR

Rudy Kishazy saltou a 6.10 metros de altura 
  Se o condor pode voar a seis mil metros de altura, porquê o homem, também, não pode?
 O desafio foi feito, em 1976, por um grupo de amigos ao húngaro Rudy Kishazy, então, com 32 de idade.
 Três temporadas depois, ele reuniu dois cinegrafistas; um engenheiro de som; um fotógafo; um jornalista e 200 quilos de material, incluindo câmeras filmadoras e de gravação de imgem, e foi às luta.
 Rudy partiu de Marangu, na Tanzânia, a 1.300 metros de altura, colada no monte Kilimanjaro, para voar a partir do Pico Uhuru, a 6.010 de altura.
Para chegar até ali, durante seis dias, Rudy precisou de 35 bagageiros carregando cargas de 25 quilos, cada um; atravessar   selva úmida e chuvosa; savana rica e empoeirada; planaltos áridos e escaldanltes, durante o dia, e extremamente frios após o  Sol sumir.
 Ao atingir quatro mil metros de altitude, vierem dores de cabeça, náuseas  e a necessidade de dormir. No 6 de agosto daquele “sete-meia”, a turma começou a subir mais, por volta de uma da madruga. Tinha de chegar  ao ponto planejado antes de cruzar com raios solares.
 A partir de então, enfrentaram cone de cratera abrupto; poeira de lava vulcânica avermelhada escorregadia; oxigênio rareando e temperatura baixando para 10 graus negativos. Às oito da matina, estavam no Picol Uhuru, o mis elevado da área, pisando, ainda, em camadas de gelo. 
Tinha mesmo que sorrir da maluquice. 
   Durante 20 minutos, a moçada ajudou Rudy a montar a asa delta com a qual ele iria partir para o desafio. Cabos, parafusos e couraças foram checados e tudo estava em ordem. Agora, era com o homem condor.
 As condições meteorológicas eram boas. O sol pintou, o tempo começou a esquentar e o vento soprava a 20 quilômetros horários. Asa delta desamarrada, Rudy correu por uns dez metros e mergulhou em um mar de nuvens, levando sob o triângulo de direção de sua pandorga um receptor portátil e câmara que filmou decolagem, entrada nas nuvens e filmaria a aterrissagem.
 Desaparecido no meio das nuvens, Rudy aterrissou 40 minutos depois, perto de Moshi, pequena localidade a 22 quilômetros do monte vulcânico de onde saltara.
Rudy espantou mulheres e crianças, que fugiram do quer viram, mas não suportaram a curiosidade e voltaram para perguntar de onde ele vinha. Respondeu que fora da Lua e os nativos queriam saber como se vivia por lá.
 Ele esperava atravessar uns 500 metros de nuvens, mas ficou dentro delas por 20 minutos, porque as suas camadas tinham espessura de cerca de 2.800 metros. Ele não via nada e nem tinha ideia de onde estava. Referência para manter-se em posição horizontal, nenhuma. Desceu, em espiral, para perder altura, atento ao ruído da pandorga, para desenvolver boa velocidade.
Bill Benen, mecânico austrialiano, construiu a asa delta com a qual Rudy Kishazy bateu o recorde mundial de altitude de voo. O aparelho teve 14 metros quadrados e autonomia para percorrer nove quilômetros.
Claro que ele conferiu bem todos os itens de segurança
 Nascido na húngara Gyor, o recordistas fugiu para o Ocidente, em 1968, tendo vivido, também, por pouco tempo, na República Federal da Alemanha. Depois, seguiu para Detroite, nos Estados Unidos, mas foi em Silver Lake, no Michigan, que iniciou as suas aventuras voadoras. Inclusive, chegando a contar com o apoio de um engenheiro da NASA, no desenho de asa voadora.
Os próximos voos de Rudy foram na Europa.
 Em outubro de 1972, ele saltou de 4.808 metros de altura, do Monte Branco - o mais alto dos alpes europeus, na fronteira de França com Itália -   e, em agosto de 1975, de 5.671 metros, do monte Damovand, no Irã – Rudy tornou-se único homem capaz de convidar os condores para passear nas alturas.      
FOTOS REPRODUZIDAS DA REVISTA MANCHETE   




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