O calendário marcava 4 de setembro de 1938. O dia deveria ser de festa e o Flamengo armou a maior que pôde. Explodiu muitos fogos, ensurdecendo o céu dos cariocas e deixou curiosos os que não acompanhavam as notícias do futebol. Tudo aquilo para inaugurar o seu estádio – e ter festa completa afundando o Almirante Vasco da Gama, proprietário da maior praça esportiva do país. Acreditou que seria capaz.
Os rubro-negros, porém, pareciam não lerem as estatísticas. Se desde 29 de abril de 1923, quando passaram a encarar os vascaínos, e estes já lhe haviam vencido em 12 oportunidades, não seria fácil, levando-se em conta que pelo meio daquela estrada havia os humilhantes 7 x 0, do 26 de abril de 1931, e os 5 x 2, de 1º de maio de 1934.
O Flamengo era três anos mais antigo do que o Almira, que só pensou em bola a partir de 1916, e só o teve por adversária sete temporadas depois, quando já contava com três títulos estaduais.
Veio a tarde da festança flamenguista e o treinador húngaro Dori Krueschner mandou para o gramado um time do qual Domingos da Guia, Fausto dos Santos e Leônidas das Silva já haviam vestido a jaqueta vascaína. Tiveram que esquentar duas pipocas na chapa. De quebra, o treinador que viera modernizar, taticamente, o futebol brasileiro, perdeu o seu emprego.
Por aqueles tempos, a moçada de São Januário era treinada pelo uruguaio Ramón Platero, que fazia a rapaziada ralar muito, pra ser o Time da Virada. No segundo tempo, o desafiante colocava a gravata pra fora e a moçada o esfolava. No caso da execução rubro-negra do dia do foguetório, os executores foram: Joel, Jahu, Florindo, Oscarino, Azziz, Argemiro, Bahia, Gabardino, Niginho, Villadoniga e Luna.
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