1 - Hoje é dia do aniversário-80 do Rei do Futebol. O mágico Pelé apaga um montão de velinhas. Nascido sob o signo de escorpião, em Três Corações-MG, ele chegou ao Santos FC, aos 15 de idade e, nos primeiros treinos, lhe deram o apelido de Gasolina, pois assim viram a sua energia – e categoria. Aos 16, já estava na Seleção Brasileira; aos 17, ficou campeão do mundo e a bola colocou-lhe a coroa que jamais nenhum outro craque lhe tomou.
Quando eu era garoto e morava no sertão da Bahia, ficava impressionado com o que ouvia pelo rádio sobre o Pelé. E tinha a vontade de conferir, a olho nu, se era mesmo verdade. Aos 17, tive a chance, eu estudava em Brasília e fui a Belo Horizonte assistir Atlético-MG x Santos, no Mineirão, primeiro jogo do “Rei” após seu milésimo gol. Antes do prélio, lhe prestaram várias homenagens e lhe coroaram. Enquanto tudo ocorria, um alto-falante tocava a música Oh! Minas Gerais, com a segunda parte dizendo: “Nós mineiros saudamos o Rei/Pelo seu gol de número mil/A mais linda jornada de um craque/Que é o orgulho do nosso Brasil”.
O sol raiava com força em Belô, naquela tarde de domingo (23.11.1969) e o Santos – Agnaldo; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo; Clodoaldo e Lima; Manoel Maria, Jair Bala (LC Feijão), Pelé e Edu - ajudou o Galo a atrair ao estádio 49.806 pagantes, dos quais um era eu. No entanto, toda a minha expectativa de ver o Camisa 10 rolando a bola de perto, virou decepção. Aos 10 minutos do que se esperava ser um grande jogo da Taça de Prata (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), o árbitro Amílcar Ferreira expulsou o Rei da festa, por excesso de reclamações. Realmente, o Pelé reclamou, insistentemente, de uma marcação. E, sem ele, o Peixe foi beliscado (0 x 2) pelo Galo. Quando nada, consegui uma autógrafo Dele!
Foto reproduzida da revista carioca MancheteEm 1970, Pelé voltou ao Mineirão. Jogou pela Seleção Brasileira que treinava para a Copa do Mundo. Com um grande lançamento, para Jairzinho, ajudou o time canarinho a vencer a Seleção Mineira, por 3 x 1. E eu, que estudava na cidade, enfim, o vi brilhar ao vivo. Veio a temporada-1971 e eu o vi jogar, por duas vezes. Contra o Bahia (07.08.1971), pelo já chamado Campeonato Nacional, fez só uma grande arrancada rumo ao gol, mas empatou (0 x 0), ante 66.2020 pagantes, na Fonte Nova, em Salvador – Cejas; Orlando Lelé, Ramos Delgado, Marçal e Turcão; Clodoaldo e Dicá; Jáder (Davi), Mazinho, Pelé e Edu foi o seu time. Pouquinho depois, (05.09), o vi cair, novamente, diante do Atlético-MG (1 x 2), diante de 46.341, no Mineirão – Cejas; Orlando Lelé, Ramo Delgado, Marçal e Rildo; Léo Oliveira e Dicá; David, Mazinho, Pelé e Edu foi o Santos. Em 1972 (16.11), no mesmo Mineirão dos jogos anteriores, vi o Pelé (1 x 0) vencer o Atlético-MG. Perante 34.746 torcedores, não bateu na rede e foi anulado pelo zagueiro atleticano Vantuir – Cláudio; Orlando Lelé, Vicente, Oberdan e Zé Carlos; Clodoaldo e Léo Oliveira; Roberto Carlos, Nenê (Brecha), Pelé e Edu foi a sua patota.
Finalmente (20.03.1974|), no então Estádio Governador
Hélio Prates da Silveira (atual Monumental Mané Garrincha), aqui em Brasília,
assistiu meu último Pelé ao vivo. E valeu por todos os demais jogos anteriores.
Na vitória do Santos (3 x 1) sobre o Ceub, ele marcou o seu último gol de
placa. O público oficial foi de 19.511 almas, mas tinha mais de 20 mil na casa
ainda não concluída, pois a torcida arrombou portões e pulou o muro, inclusive
eu, que havia comprado ingresso, mas não tinha como entrar pra ver Wilson
Quiqueto; Hermes, Oberdan, Vicente e Turcão; Léo Oliveira e Nelsi; Mazinho,
Nenê (Brecha), Pelé Edu (Euzébio).
2 - Já como jornalista (10.10.1991) fui ao
(velho) Mané Garrincha cobrir (0 x 0) Santos x Argentino Júnior, para o Jornal
de Brasília. Valia por torneio que reunia campeões da Taça
Libertadores e a empresa do Pelé havia comprado os direitos de transmissão. Sem
ser esperado, pelo final do primeiro tempo, ele chegou, eu vi e cheguei junto.
Então, disse que estava com fome e indagou onde poderia comer algo. Como
havia pouquíssimos torcedores no Mané, fui com ele (entrevistando-o enquanto
caminhávamos) a uma carrocinha que vendia refrigerantes e cachorro quente, do
lado de fora, evidentemente. O vendedor preparava o sanduíche sem tirar os
olhos do Pelé (veja foto do Dida Sampaio). Quando não segurou mais a
curiosidade, exclamou:
- Rapaz! Você é a cara do Pelé – no que o Pelé
respondeu:
- E o meu apelido é Pelé!
SITE OFICIAL DO VASCO TAMBEM HOMENGEIA O REI
IMAGENS REPRODUZIDAS DE WWW.CRVASCO.COM.BR
O site oficial vascaíno – www.crvascodagama.com.br – prestou estas homenagem ao Rei do Futebol, pelos seus 80 de idade, em 23 deste outubro de 2020. O considera um dos mais “ilustres torcedores cruzmaltinos” e reproduz esta declaração:
– Em Bauru, a maioria dos meus amigos e dos amigos do meu pai eram Corinthians. Não sei porque, eu comecei a ser Vasco, gostar do Vasco. Eu sou vascaíno... Todos me perturbavam e eu falava: Tenho direito de escolher.... Meu time era o Santos, eu joguei no Santos... Nunca deixei de ter carinho pelo Vasco. Naquela época, meu pai atuava com um jogador que se chamava Marinho, centroavante que foi para o Vasco... Por coincidência, acabei jogando pelo Vasco.... Só Deus explica uma coisa dessas. Tanto time em São Paulo que eu poderia ter jogado.... - falou Pelé, pelos inícios deste 2020, em entrevista ao Canal Pilhado, do Youtube.
O site vascaíno lembra que Pelé falou, ainda, que, se pudesse escolher um clube para atuar, teria escolhido o Vasco das Gama, “que lhe abriu as portas, em 1957, quando os principais jogadores de Vasco e Santos excursionavam ao exterior e os dois clubes montaram um combinado, utilizando atletas mais jovens. “A camisa utilizada (em quatro jogos no Rio de Janeiro) foi a do Vasco e aquele garoto, de 16 anos, fez seus primeiros jogos no Maracanã, brilhando na goleada 6 x 1 Belenenses-POR, com três gols – depois, empatou com o Dínamo Zagreb (antiga Iugoslávia e hoje Croácia) e Flamengo, no RJ, e com o e São Paulo, no Pacaembu, todos por 1 a 1, com gols do garoto emtodos os jogos.” E atribui mais a Pelé:
– Se eu tivesse que escolher um clube para ter jogado, eu escolheria o meu Vasco. Mas eu defendi o Vasco, mesmo que por poucos jogos.... Foi lá que eu me tornei conhecido no mundo todo, graças ao combinado Santos/Vasco, jogamos com a camisa do Vasco.... Ganhamos o torneio, jogando (na verdade, não ganhou, pois a competição não terminou, devido prejuízos financeiros do promotor São Paulo FC). De vez em quando, eu sofro, ainda, torcendo pelo Vasco. Assistindo aos seus jogos (pela TV).
Segue o site do Vasco: “Por conta do seu desempenho pelo Combinado Vasco/Santos - Wagner, Paulinho de Almeida, Bellini e Ivan; Urubatão e Brauner; Iedo, Pelé, Álvaro, Jair Rosa Pinto e Pepe, tendo o santistsa Luís Alonso Peres, o Lula, como o técnico -, uma semana depois, Pelé estava convocado e vestindo a camisa da Seleção Brasileira, em uma partida contra a Argentina. Impressionado com as atuações do menino, Antônio Soares Calçada teria tentando comprar o seu passe, porém, Modesto Roma, presidente do Santos, teria liberado apenas o empréstimo, o que não agradou aos dirigentes cariocas. Em 1958, Pelé foi a Copa do Mundo e o resto é história”.
Afirmou o www.crvascodagama.com.br que a primeira vez em que Pelé “abriu o coração e se declarou vascaíno” foi por entrevista, em 1977, durante o programa Vox Populi, da TV Cultura..., quando, segundo a página eletrônica, disse:
– O clube do meu coração sempre foi o Vasco. Eu gostei muito do Vasco. Gosto muito do Vasco.
Mais: cita o site que a relação de Pelé com o Vasco começou quando ele “ainda era muito jovem”. E manda
- Alguns relatos em documentários contam que essa paixão veio através do maior ídolo dele, o seu pai, Dondinho... também foi jogador e defendeu o Vasco de São Lourenço, de Minas Gerais. Foi lá, vendo aquele time com camisa preta, faixa diagonal e a Cruz de Malta (na verdade, Cruz da Ordem de Cristo) no peito que o então garoto Edson Arantes do Nascimento se apaixonou pelo futebol e pelo Gigante da Colina. O apelido famoso veio nesta época. Fã do goleiro Bilé (do Vasco, de São Lourenço-MG, o pequeno Edson tentava falar o nome do atleta a cada defesa que ele fazia. No entanto, o B era trocado pelo P e o Pelé pegou. No início, o camisa 10 não gostava. E que jeito melhor de um apelido pegar?
Em 29.11.1969, em Santos 2 x 1 Vasco, no Maracanã, Pelé marcou o seu milésimo gol
Por fim, o www.crvascodagama.com.br lembra que, “mais de dez anos após estrear no Maracanã, com a camisa do Vasco”, Pelé voltou ao estádio e marcou o seu milésimo gol diante do time vascaíno (de pênalti, em 29.11.1969), aos 29 de idade.
Nos 80 anos de Pelé, Site Oficial do Vasco lembra relação do Rei com o Gigante
Nenhum comentário:
Postar um comentário