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sábado, 13 de fevereiro de 2021

O VENENO DO ESCORPIÃO - SÃO PAULO FOI À GUERRA CONTRA O GOVERNO DE VARGAS

   A data 9 de julho de 1932 marca o início da Revolução Constitucionalista, quando os paulistas pegaram em armas tentando derrubar o presidente Getúlio Vargas, que depusera o presidente Washington Luís, em 1930, e mandara para o exílio o presidente eleito, o paulista Júlio Prestes.

Ao comandar um governo que foi chamado por provisório, Getúlio encerrou a República Velha que privilegiava  a política do “café com leite”, com mandatários oriundos das oligarquias paulista e mineira, e demorou-se para  dar ao país uma Assembleia Constituinte. E pior: fechou o Congresso Nacional e nomeou interventores estaduais, para centralizar o poder.

 São Paulo, economicamente, importantíssimo, devido a sua produção cafeeira, que rendia divisas ao país, teve os seus líderes incomodados pela política de Vargas. Então, industriais e outros membros das sociedade civil se uniram para acabar com aquilo, contando com o apoio inicial de mineiros e gaúchos que, depois, pularam fora.

Sozinhos na luta, os paulistas sustentaram o fogo governista até o primeiro dia de outubro do mesmo 1932. Perderam a “guerra”, mas saíram dela com alguns ganhos. Por exemplo: devido quedas do preço do café no mercado internacional, o governo Vargas comprou e reteve estoques, e prorrogou, por três meses, de julho a outubro, os títulos e obrigações em moeda nacional. Também, sustentou bônus de guerra como moeda de curso legal, além de prolongar e cancelar dívidas dos cafeicultores. Politicamente, os paulistas cobraram do Governo Vargas e conseguiram a elaboração de anteprojeto constitucional, além de terem interventor civil nascido em São Paulo – a assembleia constituinte saiu em 1934, para escrever a nova carta magna brasileira.

Quando o rolo rolou, os dois lados estavam certos. Se os paulistas consideravam Vargas autoritário com o que mais tarde ficou conhecido por matizes fascistas, aquele alegava que o governo de Sã Paulo esquecia-se do povo e só atendia aos cafeicultores. Assim, São Paulo foi à luta, com 35 mil homens, sem ter onde comprar armas e balas, porque o comércio bélico era exclusividade do Governo. Encarou 100 mil soldados varguistas, promovendo a campanha "Ouro para o Bem de São Paulo", em que se doavam o metal e dinheiro.  Criou-se um sentimento regional tão grande, que colégios promoviam desfiles com crianças carregando a bandeira do Estado.

Vários historiadores paulistas choram que, devido as férias escolares de julho, os estudantes estão ficando sem saber da importância do 9 de julho. A data é feriado. Em todo o Estado, pela Lei Federal 9.093, de 12 de setembro de 1995, sancionada pelo  presidente Fernando Henrique Cardoso, que é paulista.


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