A data 9 de julho de 1932 marca o início da Revolução Constitucionalista, quando os paulistas pegaram em armas tentando derrubar o presidente Getúlio Vargas, que depusera o presidente Washington Luís, em 1930, e mandara para o exílio o presidente eleito, o paulista Júlio Prestes.
Ao comandar um
governo que foi chamado por provisório, Getúlio encerrou a República Velha que
privilegiava a política do “café com
leite”, com mandatários oriundos das oligarquias paulista e mineira, e
demorou-se para dar ao país uma
Assembleia Constituinte. E pior: fechou o Congresso Nacional e nomeou
interventores estaduais, para centralizar o poder.
São Paulo, economicamente, importantíssimo, devido a sua produção cafeeira, que rendia divisas ao país, teve os seus líderes incomodados pela política de Vargas. Então, industriais e outros membros das sociedade civil se uniram para acabar com aquilo, contando com o apoio inicial de mineiros e gaúchos que, depois, pularam fora.
Sozinhos na luta,
os paulistas sustentaram o fogo governista até o primeiro dia de outubro do
mesmo 1932. Perderam a “guerra”, mas saíram dela com alguns ganhos. Por
exemplo: devido quedas do preço do café no mercado internacional, o governo
Vargas comprou e reteve estoques, e prorrogou, por três meses, de julho a
outubro, os títulos e obrigações em moeda nacional. Também, sustentou bônus de
guerra como moeda de curso legal, além de prolongar e cancelar dívidas dos
cafeicultores. Politicamente, os paulistas cobraram do Governo Vargas e
conseguiram a elaboração de anteprojeto constitucional, além de terem
interventor civil nascido em São
Paulo – a assembleia constituinte saiu em 1934, para escrever a nova carta
magna brasileira.
Quando o rolo rolou, os dois lados estavam certos. Se os
paulistas consideravam Vargas autoritário com o que mais tarde
ficou conhecido por matizes fascistas, aquele alegava que o governo de Sã Paulo
esquecia-se do povo e só atendia aos cafeicultores. Assim, São Paulo foi à
luta, com 35 mil homens, sem ter
onde comprar armas e balas, porque o comércio bélico era exclusividade do
Governo. Encarou 100 mil soldados varguistas, promovendo a campanha "Ouro para
o Bem de São Paulo", em que se doavam o metal e dinheiro. Criou-se um sentimento regional tão grande,
que colégios promoviam desfiles com crianças carregando a bandeira do Estado.
Vários historiadores paulistas choram que, devido as férias escolares de julho, os estudantes estão ficando sem saber da importância do 9 de julho. A data é feriado. Em todo o Estado, pela Lei Federal 9.093, de 12 de setembro de 1995, sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que é paulista.
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