Quando estiver velho, barrigudo, careca, pronto para contar histórias para os netos, o quarto-zagueiro Fernando não poderá esquecer da noite de 14 de maio de 1988, no Maracanã. Naquele jogo, da sétima rodada do Estadual-RJ, ele foi o cara. Marcou um gol, em Vasco da Gama 2 x 0 América, e teve grande atuação, inclusive, fazendo constantes saídas de sua defesa e parando na área do Diabo, pra tocar o terror.
Não era obrigação dele tentar o gol, mas, sim, defender. Pra balançar a roseira, o Almirante tinha, principalmente, os matadores Roberto Dinamite e Romário. Este, por sinal, deixara um peixe na rede americana, aos 15 minutos. Mas, como o Diabo não endiabrava a contenda, o paulista Fernando César de Matos (chegado no 16.10.1961, em José Bonifácio), resolveu tocar afogo no inferno. Aos 34 minutos, roubou bola, pelo meio do campo, livrou-se de três adversários, pintou na área do "Mequinha" e marcou o seu único gol vascaíno, em 31 jogos, entre 1986 a 1988.
Se não foi muito amigo das redes, pra compensar, Fernando colecionou as faixas de bicampeão estadual-RJ, de 1987/1988, após o Vasco busca-lo no Santos, que defendera, de 1984 a 1985. No entanto, havia surgido na Portuguesa Santista-SP (1980 a 1984), xerifando a área da Lusinha, com seu 1m88cm de altura. Pena que, em sua maior noite de glória, só tenha sido aplaudido por 2.888 gatos pingados, deixantes nas bilheterias do estádio grana que não dava nem para pagar as despesas da pugna.
Naquela partida, o time vascaíno, comandado por Sebastião Lazaroni, alinhou: Acácio; Paulo Roberto Gaúcho, Donato, Fernando e Lira: Josenílton, Geovani (Mazinho) e Henrique; Vivinho, Roberto inamite (William) e Romário. Depois de passar pela Colina, o xerifão Fernano vestiu mais seis camisas diferentes e aposentou-se, em 1996. Tem, ou não tem, uma boa história de carecas barrigusos pra contar aos netos?
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