Em 1986, a segunda chance de Telê Santana. Jogar no El Campín, em Bogotá, a 2.600 metros de altitude, sempre fora difícil para a Seleção Brasileira. Naquele estádio, quando o Brasil enfrentou a Colômbia, por Eliminatórias da Copa, só havia vencido (2 x 0) em 1969, na “Era Pelé”. Em 1977 e em 1981, respectivamente, foram 0 x 0 e 1 x 1. Em 1985, num amistoso, a vitória foi deles, por 1 x 0. Naquele dia, 15 de maio, começava a cair o técnico Evaristo de Macedo, pois a Seleção Brasileira jamais havia perdido para a colombiana. E o treinador que não teve escapatória, seis dias depois, quando caiu, por 1 x 2, para o Chile, também, amistosamente, em Santiago, quando os anfitriões perderam uma boa oportunidade para dar uma goleada.
Os dois reveses levaram o então presidente da CBF, Giulite Coutinho, a derrubar Evaristo e substituí-lo por Telê Santana, de volta à Seleção, da qual se desligara, após a eliminação na Copa-82. Telê, que estava treinando o Al Ahli, da Arábia Saudita, ganhou uma licença, de 40 dias, e reestreou no comando do time canarinho, vencendo a Bolívia, por 2 x 0, em 2 de junho, pelas Eliminatórias. Dali até a estréia, na Copa-86, foram seis vitórias, três empates e duas derrotas.
Em sua segunda chance de ganhar uma Copa do Mundo, Telê viu a sua equipe sofrer para estrear vencendo a Espanha, por 1 x 0, em 1º de junho daquele 1986, com a ajuda do árbitro australiano Christopher Bambridge. Aos sete minutos do segundo tempo, o espanhol Michel mandou uma bomba que bateu no travessão e dentro do gol. Os 35.748 pagantes que estavam no Estádio Jalisco, em Guadalajara, viram. O árbitro, não. Contando com esta “mãozinha”, o Brasil fez 1 x 0, com Sócrates, 11 minutos depois.
O Brasil jogou com: Carlos; Édson Boaro, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Júnior (Falcão) e Sócrates; Careca e Casagrande (Müller). Espanha: Zubizarreta; Tomas, Moñoz, Goicoetxea e Camacho; Maceda, Michel Gonzalez e Javier Lopez (Señor); Butragueño, Moreno e Salinas. Técnico: Miguel Muñoz.
Cinco dias depois, diante de 48 mil testemunhas, o Brasil voltou a ter vitória difícil, pelo mesmo 1 x 0, sobre a Argélia, no mesmo estádio. A Seleção precisou de 76 minutos para o centroavante Careca achar o caminho do gol. Telê repetiu a escalação inicial e a substituição de Casagrande, por Müller) – Falcão entrou no lugar de Edson Boaro, por contusão do lateral-direito. A Argélia, do técnico Rabah Saddane, formou com: Drid; Medjadi, Said, Megharia e Mansouri; Guendouz, Assad (Bensaoula), Mabrouk e Menad; Belloumi (Djamel Zidane) e Rabah Madjer. O árbitro foi o guatemalteco Rômulo Mendez Molina.
O QUE PEGOU? – Antes da viagem para o México, a Seleção havia sofrido o abalo da recusa de Leandro em viajar, por sentir-se culpado pelo corte de Renato Gaúcho – os dois haviam pulado o muro da concentração, pra se divertirem na noite de Belo Horizonte, onde o time trabalhava. Mas o problema maior era o grande número de leões, sendo a principal a de Zico, quebrado pelo zagueiro Márcio Nunes, do Bangu e ainda tratando de um dos joelhos operado. Os dois reveses levaram o então presidente da CBF, Giulite Coutinho, a derrubar Evaristo e substituí-lo por Telê Santana, de volta à Seleção, da qual se desligara, após a eliminação na Copa-82. Telê, que estava treinando o Al Ahli, da Arábia Saudita, ganhou uma licença, de 40 dias, e reestreou no comando do time canarinho, vencendo a Bolívia, por 2 x 0, em 2 de junho, pelas Eliminatórias. Dali até a estréia, na Copa-86, foram seis vitórias, três empates e duas derrotas.
Em sua segunda chance de ganhar uma Copa do Mundo, Telê viu a sua equipe sofrer para estrear vencendo a Espanha, por 1 x 0, em 1º de junho daquele 1986, com a ajuda do árbitro australiano Christopher Bambridge. Aos sete minutos do segundo tempo, o espanhol Michel mandou uma bomba que bateu no travessão e dentro do gol. Os 35.748 pagantes que estavam no Estádio Jalisco, em Guadalajara, viram. O árbitro, não. Contando com esta “mãozinha”, o Brasil fez 1 x 0, com Sócrates, 11 minutos depois.
O Brasil jogou com: Carlos; Édson Boaro, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Júnior (Falcão) e Sócrates; Careca e Casagrande (Müller). Espanha: Zubizarreta; Tomas, Moñoz, Goicoetxea e Camacho; Maceda, Michel Gonzalez e Javier Lopez (Señor); Butragueño, Moreno e Salinas. Técnico: Miguel Muñoz.
Cinco dias depois, diante de 48 mil testemunhas, o Brasil voltou a ter vitória difícil, pelo mesmo 1 x 0, sobre a Argélia, no mesmo estádio. A Seleção precisou de 76 minutos para o centroavante Careca achar o caminho do gol. Telê repetiu a escalação inicial e a substituição de Casagrande, por Müller) – Falcão entrou no lugar de Edson Boaro, por contusão do lateral-direito. A Argélia, do técnico Rabah Saddane, formou com: Drid; Medjadi, Said, Megharia e Mansouri; Guendouz, Assad (Bensaoula), Mabrouk e Menad; Belloumi (Djamel Zidane) e Rabah Madjer. O árbitro foi o guatemalteco Rômulo Mendez Molina.
Com tantos fatos negativos, Telê testava um time a cada jogo-treino. Terminou com Oscar sendo barrado, por Júlio César, do Guarani de Campinas, e Falcão perdendo a vaga para o “brucutu” Elzo, do Atlético-MG. Do grupo de 1982, sobravam ainda Júnior, jogando no meio-de-campo, e Sócrates. No mais, a Seleção estava na mesma sede que jogara em 1970, em Guadalajara, e feito a adaptação, em Toluca, a 2,700 metros de altitude.
No terceiro jogo, em 12 de junho, o time continuou em Guadalajara, melhorou e mandou 3 x 0 na Irlanda do Norte, diante de 51 mil pagantes e com gols de Careca, aos 15 minutos do primeiro tempo e aos 43 do segundo, e do botafoguense Josimar, o substituto de Leandro, aos 41 da primeira etapa. A formação foi: Carlos; Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Júnior e Sócrates (Zico); Careca e Casagrande (Muller). Irlanda do Norte: Pat Jennings; Nicholl, McDonald, O´Neill e Donaghy; Campbel (Armstrong), McIllroy, McCreery e Stewart; Clarke e Whiteside (Hamilton). O treinador era Billy Bingham.
Animada pela melhora nas suas apresentações, se bem que diante de uma equipe fraca, a Seleção Brasielira de Telê Santana fez o seu grande jogo na Copa-86, goleando a Polônia, por 4 x 0, no mesmo estádio Jalisco, de Guadalajara. O jogo foi assistido por 45 mil pagantes e os gols foram marcados por Careca, aos 30 minutos do primeiro tempo e aos 38 do segundo, este em cobrança de pênalti, e por Josimar, aos 10, e Edinho, aos 34, ambos na da etapa final.– na foto ao lado, em pé,da esquerda para adireita: Sócrates, Elzo, Júlio César, Edinho, Branco e Carlos; agachdos, na mesma ordem: Nocaute Jack, massgista, Josimar, Müller, Júnior, Careca, Alemão e o rouperiro Ximbica.
Naquela partida, a formação do Brasil foi: Carlos; Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Júnior e Sócrates; Müller (Silas) e Careca. A Polônia mandou aogramdo : Mlynarczyk; Wojcicki, Przybys (Furtok), Majewski e Ostrowski; Tarasiewicz, Karas, Urban (Zmuda) e Dziekanowski; Boniek e Smolrek. Técnico: Antoni Piechniczek.FIM DE LINHA – Em 21 de junho, no mesmo Estádio Jalisco, a Seleção de Telê Santana despediu-se da segunda Copa do México, eliminada, pela França, por 4 x 3, nas cobranças de pênaltis, após 1 x 1 no tempo normal. A decepção foi diante de 65 mil pagantes, que viram o Brasil sair na frente do placar, aos 18 minutos, com o gol de Careca. Mas Michel Platini empatou, aos 42.
O desastre começou a acontecer aos 27 minutos do segundo tempo, quando Telê apostou em Zico, tirando Muller. Assim que entrou, o “Galinho” lançou Branco, que atacou e sofreu um pênalti (foto). Ainda frio, Zico bateu e o goleiro francês Joel Bats defendeu. Nas cobranças de penais, Sócrates e Júlio César erraram. Fim de linha para uma geração.
Brasil: Carlos: Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Júnior (Silas) e Sócrates: Müller (Zico) e Careca. França: Bats; Amoros, Tusseau, Bossis e Batiston; Giresse (Ferreri), Platini, Fernandez e Rocheteau (Bellone); Tigana e Stopyra. Técnico: Henri Michel. O árbitro foi o romeno Ioan Igna.
A COPA DE MARADONA – Quem se ligava a crendices, supertições, o motivo estava na cara. Para aqueles, “A Maldição da Copa”, que tirara os títulos dos Mundiais de 54, 74 e 82, respectivamente, de seleções maravilhosas, como as da Hungria, da Holanda e do Brasil, escolhera o México, para nova vítima.
Primeiramente, porque o Mundial número 13 seria pobre de craques – grandes nomes de Copas anteriores estavam em final de carreira ou já haviam parado – e um terremoto, há oito meses da abertura da disputa, colocava tudo em perigo.
A Copa do Mundo de número 13 seria na Colômbia, que não deu conta de realizá-la, por falta de condições financeiras e turbulências políticas. Da mesma forma, sem grana, o Brasil recusou promovê-la. Os Estados Unidos tentaram agarrá-a, mas a FIFA vetou, porque o Tio Sam não tinha tradição no futebol. Assim como os chilenos se recuperam de um terremoto, em 1962, e realizaram seu Mundial, os mexicanos, também, deram a volta por cima e fizeram a sua segunda edição do grande evento.
A Copa-86 foi a consagração de Diego Armando Maradona, que levou a seleção argentina a um indiscutível título. De tudo ele fez na competição. De gol de placa a tento ilegal, com uma mão, iludindo a arbitragem. Enfim, sobrou, excedeu.
A Argentina de Maradona estreou vencendo a Coreia do Sul, por 3 x 1. Fácil, fácil! Em seguida, empatou, por 1 x 1, com a Itália. E garantiu a passagem de fase, com 2 x 0 sobre a Bulgária. Nas oitavas-de-final, apertou-se pra fazer 1 x 0 em cima do Uruguai, mas barbarizou, nas quartas, com 2 x 1 contra a Inglaterra, no jogo em que Maradona apanhou a bola no meio do campo e passou por quase todo o time inglês, para fazer o gol. Nas semifinais, foram 2 x 0 na Bélgica e, na final, 3 x 2 para os alemães aplaudirem o talento sul-americano.
O time campeão jogou com: Pumpido; Cucciuffo, Ruggeri, Brown e Olarticoechea; Batista, Enrique, Giusti e Burruchaga; Maradona e Valdano. Técnico: Carlos Bilardo. Alemanha: Schumacher; Berthold, Eder, Foster e Brehme; Briegel, Jakobs, Lothar Matthaus e Magath; Allofs (Voller) e Rummenigge. Técnico: Franz Beckenbuer.
TODOS OS RESULTADOS: Itália 1 x 1 Bulgária; Argentina 3 x 1 Coreia do Sul; Itália 1 x 1 Argentina; Bulgária 1 x 1 Coreia do Sul; Itália 3 x 2 Coreia do Sul; Argentina 2 x 0 Bulgária; México 2 x 1 Bélgica; Paraguai 1 x 0 Iraque; México 1 x 1 Paraguai. Bélgica 2 x 1 Iraque; México 1 x 0 Iraque; Bélgica 2 x 2 Paraguai; França 1 x 0 Canadá; União Soviética 6 x 0 Hungria; França 1 x 1 União Soviética; Hungria 2 x 0 Canadá; França 3 x 0 Hungria; União Soviética 2 x 0 Canadá; Brasil 1 x 0 Espanha; Argélia 1 x 1 Irlanda do Norte; Brasil 1 x 0 Argélia; Espanha 2 x 1 Irlanda do Norte; Brasil 3 x 0 Irlanda do Norte; Espanha 3 x 0 Argélia; Alemanha 1 x 1 Uruguai; Dinamarca 1 x 0 Escócia; Alemanha 2 x 1 Escócia; Dinamarca 6 x 1 Uruguai; Dinamarca 2 x 0 Alemanha; Escócia 0 x 0 Uruguai; Polônia 0 x 0 Marrocos; Portugal 1 x 0 Inglaterra; Inglaterra 0 x 0 Marrocos; Polônia 1 x 0 Portugal; Inglaterra 3 x 0 Polônia; Marrocos 3 x 1 Portugal; México 2 x 0 Bulgária; Bélgica 4 x 3 União Soviética; Brasil 4 x 0 Polônia; Argentina 1 x 0 Uruguai; França 2 x 0 Itália; Alemanha 1 x 0 Marrocos; Inglaterra 3 x 0 Paraguai; Espanha 5 x 1 Dinamarca; França 1 x Brasil ( França 4 x 3 nos pênaltis); Alemanha 0 x 0 México (Alemanha 4 x 1 nos pênaltis); Argentina 2 x 1 Inglaterra; Bélgica 1 x 12 Espanha (Bélgica 5 x 4 nos pênaltis); Alemanha 2 x 0 França; Argentina 2 x 0 Bélgica; França 2 x 2 Bélgica (França 4 x 2 nos pênaltis) e Argentina 3 x 2 Alemanha.Primeiramente, porque o Mundial número 13 seria pobre de craques – grandes nomes de Copas anteriores estavam em final de carreira ou já haviam parado – e um terremoto, há oito meses da abertura da disputa, colocava tudo em perigo.
A Copa do Mundo de número 13 seria na Colômbia, que não deu conta de realizá-la, por falta de condições financeiras e turbulências políticas. Da mesma forma, sem grana, o Brasil recusou promovê-la. Os Estados Unidos tentaram agarrá-a, mas a FIFA vetou, porque o Tio Sam não tinha tradição no futebol. Assim como os chilenos se recuperam de um terremoto, em 1962, e realizaram seu Mundial, os mexicanos, também, deram a volta por cima e fizeram a sua segunda edição do grande evento.
A Copa-86 foi a consagração de Diego Armando Maradona, que levou a seleção argentina a um indiscutível título. De tudo ele fez na competição. De gol de placa a tento ilegal, com uma mão, iludindo a arbitragem. Enfim, sobrou, excedeu.
A Argentina de Maradona estreou vencendo a Coreia do Sul, por 3 x 1. Fácil, fácil! Em seguida, empatou, por 1 x 1, com a Itália. E garantiu a passagem de fase, com 2 x 0 sobre a Bulgária. Nas oitavas-de-final, apertou-se pra fazer 1 x 0 em cima do Uruguai, mas barbarizou, nas quartas, com 2 x 1 contra a Inglaterra, no jogo em que Maradona apanhou a bola no meio do campo e passou por quase todo o time inglês, para fazer o gol. Nas semifinais, foram 2 x 0 na Bélgica e, na final, 3 x 2 para os alemães aplaudirem o talento sul-americano.
O time campeão jogou com: Pumpido; Cucciuffo, Ruggeri, Brown e Olarticoechea; Batista, Enrique, Giusti e Burruchaga; Maradona e Valdano. Técnico: Carlos Bilardo. Alemanha: Schumacher; Berthold, Eder, Foster e Brehme; Briegel, Jakobs, Lothar Matthaus e Magath; Allofs (Voller) e Rummenigge. Técnico: Franz Beckenbuer.
CLSSIFICAÇÃO FINAL: 1 – Argentina; 2 – Alemanha; 3 – França; 4 – Bélgica; 5 – BRASIL; 6 – México; 7 – Espanha; 8 – Inglaterra; 9 – Dinamarca; 10 – União Soviética; 11 – Marrocos; 12 – Itália; 13 – Paraguai; 14 – Polônia; 15 – Bulgária; 16 – Uruguai; 17 – Portugal; 18 – Hungria; 19 – Escócia; 20 – Coréia do Sul; 21 - Irlanda do Norte; 22 – Argélia; 23 – Iraque; 24 – Canadá.
(fotos roproduzidas do Jornal de Brasilia). Agradecimentos.
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