As cariocas pegaram o embalo de
um carinha da Colina para conquistarem o tri brasileiro de basquete, em 1966. Baixinho, com 1m60c, de altura, Paulo
Murilo era bom de briga, também. De
cara, a imprensa ficou na bronca com ele, por ter proibido filmagens de suas
atletas dançando o ritmo alucinante da moda jovem daquele momento, o iê-iê-iê,
que era capitaneado pelos cantores-torcedores vascaínos Roberto e Erasmo
Carlos.
Na realidade, Paulo Murilo não
aplicava um método de treinamento que incluísse o uso o ritmo surgido com
o conjunto musical inglês The Beatles –
na Inglaterra, era o yeah, yeah, yeah, pronuciando-se ié-ié-ié. No Brasil, a acentuação
ficou tônica. Então, por ver as suas moças muito concentradas na disputa, ele
deixou o som rolar no vestiário e antes dos treinos e dos jogos.
Para Paulo Murilo, a música seria um bom meio para esquecer problemas e
evitar as preocupações que antecedem os grandes prélios. Assim, na base do
iê-iê-iê, a seleção carioca feminina de basquete mandou ver. Durante o tempo
regulamentar da partida final, contra
São Paulo, as meninas do vascaíno e Paulo Murilo demonstraram mais audácia e
controle emocional. Empataram e,
depois, carregaram a taça, vencendo as
dificílimas adversárias em uma prorrogação. “Tenho a certeza de que a música
foi um fator preponderante para a nossa vitória”, declarou o treinador
cruzmaltino à “Revista do Esporte” Nº 399, de 29 de outubro de 1966.
O carioca Paulo Murilo Alves Iracema,
embora tivesse nascido na Vila Isabel, de Noel Rosa, não era muito
chegado ao samba. Nascido em 14 de novembro de 1930, antes de chegar à São
Januário, ele passou por Grajau Tênis (1954); Escola Carioca de Basquete do
Colégio Batista-RJ (1960); Vila Isabel (1963) e Flamengo (1965). Para a Colina,
foi levado por Hílson Faria. Naquele Brasileiro disputado no ginásio do Sport
Club Recife, em Pernambuco, ele contou com Marlene, Marli, Norminha,
Delci, Neuci, Luci, Angelina, Rosália e
Zezé, além de sua assistente Marta.
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