Caneco, em 1970, é do Brasil, em definitivo. Com seis vitórias nas Eliminatórias e mais seis nas disputas no México (foto), a Seleção Brasileira ficou tri. Trilegal! De quebra, levou a consideração de melhor equipe nacional de todos os tempos.
Para o Mundial-70, foram introduzidos os cartões de advertência – sugeridos pelo chefe da comissão de arbitragem da FIFA, o inglês Ken Aston –, porque os árbitros não poderiam falar todas as línguas –, as substituições de um goleiro e de mais dois jogadores – motivado pela “caçada” do português Morais a Pelé, na Copa anterior – e concedida uma vaga aos africanos.
O então zagueiro soviético Lovchev, aos 34 minutos do primeiro tempo, por fazer falta, sobre o mexicano Valdívia, inaugurou os cartões – Tostão, no jogo contra a Tcheco-Eslováquia, aos 26 minutos do primeiro tempo, foi o primeiro brasileiro a recebê-lo –, enquanto outro defensor soviético, Shesternev, tornou-sei o primeiro substituído – por Puzach.
Além de um calor de 32 graus, da altitude de 2.240 metros acima do nível do mar – Toluca, a cidade mais alta, estava a 2.576 m –, a Copa do México incluiu, ainda, decepções, um escândalo e problemas políticos. No primeiro caso, a eliminação da Argentina, pelo Peru, dentro de Buenos Aires, e, no segundo, a prisão do capitão do “english team”, Bobby Moore, acusado de roubo em uma joalheria de hotel. Quanto às rusgas políticas, aconteceram durante as Eliminatórias. Os africanos negaram-se a enfrentar Zimbabwe (chamava-se Rodésia), por acusações de racismo, enquanto a Coréia do Norte recusou-se a encarar Israel. Além disso, por causa de problemas fronteiriços, a vaga disputada por Honduras e El Salvador (o classificado), serviu de pretexto para uma guerra entre os dois países.
PRIMEIROS PASSOS – Após o estrondoso fracasso na Copa-66, a Seleção Brasileira só voltou a campo, em 21 de junho de 1967, em Porto Alegre, comandada, novamente, pelo técnico Aymoré Moreira e perdendo, para um combinado Grêmio/Internacional, por 2 x 1. Em setembro, representado por uma seleção carioca à base do Botafogo e dirigida por Zagallo, venceu o Chile, por 1 x 0, no Maracanã.
O então zagueiro soviético Lovchev, aos 34 minutos do primeiro tempo, por fazer falta, sobre o mexicano Valdívia, inaugurou os cartões – Tostão, no jogo contra a Tcheco-Eslováquia, aos 26 minutos do primeiro tempo, foi o primeiro brasileiro a recebê-lo –, enquanto outro defensor soviético, Shesternev, tornou-sei o primeiro substituído – por Puzach.
Além de um calor de 32 graus, da altitude de 2.240 metros acima do nível do mar – Toluca, a cidade mais alta, estava a 2.576 m –, a Copa do México incluiu, ainda, decepções, um escândalo e problemas políticos. No primeiro caso, a eliminação da Argentina, pelo Peru, dentro de Buenos Aires, e, no segundo, a prisão do capitão do “english team”, Bobby Moore, acusado de roubo em uma joalheria de hotel. Quanto às rusgas políticas, aconteceram durante as Eliminatórias. Os africanos negaram-se a enfrentar Zimbabwe (chamava-se Rodésia), por acusações de racismo, enquanto a Coréia do Norte recusou-se a encarar Israel. Além disso, por causa de problemas fronteiriços, a vaga disputada por Honduras e El Salvador (o classificado), serviu de pretexto para uma guerra entre os dois países.
PRIMEIROS PASSOS – Após o estrondoso fracasso na Copa-66, a Seleção Brasileira só voltou a campo, em 21 de junho de 1967, em Porto Alegre, comandada, novamente, pelo técnico Aymoré Moreira e perdendo, para um combinado Grêmio/Internacional, por 2 x 1. Em setembro, representado por uma seleção carioca à base do Botafogo e dirigida por Zagallo, venceu o Chile, por 1 x 0, no Maracanã.
Em 9 e 12 junho de 1968, respectivamente, a Seleção voltou a se reunir, para a Copa Rio Branco, batendo os uruguaios, fora, 2 x 0, e em casa, 4 x 0. Dias depois, excursionou à Europa – venceu Polônia (6 x 3), Iugoslávia (2 x 0) e Portugal (2 x 0) e perdeu para Alemanha (1 x 2) e Tcheco-Eslováquia (2 x 3) – e ao México e ao Peru, perdendo dos primeiros (1 x 2) e vencendo os peruanos, por 4 x 3 e 4 x 0. Mas o melhor do ano foi a volta de Pelé, que não desejava irr à Copa-70 e, há dois anos, não vestia a camisa canarinha. O “Rei” defendeu uma seleção paulista, dirigida pelo técnico do Santos, Antoninho, em 25 e 28 de julho, vencendo o Paraguai, 4 x 0, e caindo, no segundo jogo, fora, 0 x 1, pela Taça Osvaldo Cruz.
Seguiram-se mais oito amistosos, até o final do ano – em dois, a Seleção foi representada por jogadores mineiros –, com apenas uma derrota e dois empates. Mesmo assim, o cartel derrubou Aymoré, substituído pelo radialista João Saldanha. Este, em três amistosos – em 7, 9 e 12 de junho – venceu o Peru (2 x 1 e 3 x 2) e a Inglaterra (2 x 1), fazendo nascer as “Feras do Saldanha”, para as Eliminatórias.
Antes do Mundial, porém, o comunista Saldanha caiu sob duas versões. Uma aludia à sua pretensão de barrar Pelé, por considerá-lo míope, e ter perdido, para os argentinos, e empatado um jogo-treino, com o Bangu; a outra falava de desagrados ao regime militar. Inclusive, ficou famosa a frase atribuída ao treinador, que teria dito, a propósito da simpatia do presidente da república, o general Garrastazu Medicis, pelo centroavante Dario, do Atlético-MG: “O presidente escala o seu ministério e eu a minha seleção”.
SELEÇÃO MILITAR – Demitido Saldanha, o substituto foi Mário Jorge Lobo Zagallo, que vinha ganhando tudo, com o Botafogo, mas teria pouco mais de dois meses para trabalhar. Na sua primeira convocação, ele chamou Dario e passou a contar com uma comissão técnica oriunda da Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro: o major José Bonetti (supervisor), os capitães Cláudio Coutinho e Kleber Camerino (preparadores físicos) e o subtenente Raul Carlesso (treinador de goleiros).
Além dos quatro militares citados acima, a Seleção foi para a Copa levando o brigadeiro Jerônimo Bastos, assessorado pelo major Roberto Guarany, na chefia da delegação. A militarização canarinha, quando nada, serviu para dar ao time disciplina, organização e o melhor preparo físico do Mundial, deixando os adversários com a língua de fora.
A abertura da Copa-70 começou às 11h20 mexicanas, no Estádio Azteca, da Ciudad de México. Ao meio-dia, anfitriões e soviéticos rolaram a bola Telstar, de 32 gomos, fabricada pela Adidas, em preto e branco, inovação que substituía as pelotas marrons, de 16 gomos. Mas a “maricota” não beijou o filó, ainda.
BRASIL BOM DE BOLA – A Seleção Brasileira estreou em 3 de junho, goleando a Tcheco-Eslováquia, por 4 x 1, mas levando um susto, com 12 minutos de Mundial. Sua defesa errou um passe, Petras ganhou bola, invadiu a área, pela esquerda, chutou, indefensável, para o goleiro Félix, e saiu comemorando com persignações. Chegou a ajoelhar-se no gramado. Só faltou celebrar missa. Doze minutos depois, Rivellino (foto/C), com uma “Patada Atômica”, empatou, cobrando falta: 1 x 1, no o primeiro tempo.Seguiram-se mais oito amistosos, até o final do ano – em dois, a Seleção foi representada por jogadores mineiros –, com apenas uma derrota e dois empates. Mesmo assim, o cartel derrubou Aymoré, substituído pelo radialista João Saldanha. Este, em três amistosos – em 7, 9 e 12 de junho – venceu o Peru (2 x 1 e 3 x 2) e a Inglaterra (2 x 1), fazendo nascer as “Feras do Saldanha”, para as Eliminatórias.
Antes do Mundial, porém, o comunista Saldanha caiu sob duas versões. Uma aludia à sua pretensão de barrar Pelé, por considerá-lo míope, e ter perdido, para os argentinos, e empatado um jogo-treino, com o Bangu; a outra falava de desagrados ao regime militar. Inclusive, ficou famosa a frase atribuída ao treinador, que teria dito, a propósito da simpatia do presidente da república, o general Garrastazu Medicis, pelo centroavante Dario, do Atlético-MG: “O presidente escala o seu ministério e eu a minha seleção”.
SELEÇÃO MILITAR – Demitido Saldanha, o substituto foi Mário Jorge Lobo Zagallo, que vinha ganhando tudo, com o Botafogo, mas teria pouco mais de dois meses para trabalhar. Na sua primeira convocação, ele chamou Dario e passou a contar com uma comissão técnica oriunda da Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro: o major José Bonetti (supervisor), os capitães Cláudio Coutinho e Kleber Camerino (preparadores físicos) e o subtenente Raul Carlesso (treinador de goleiros).
Além dos quatro militares citados acima, a Seleção foi para a Copa levando o brigadeiro Jerônimo Bastos, assessorado pelo major Roberto Guarany, na chefia da delegação. A militarização canarinha, quando nada, serviu para dar ao time disciplina, organização e o melhor preparo físico do Mundial, deixando os adversários com a língua de fora.
A abertura da Copa-70 começou às 11h20 mexicanas, no Estádio Azteca, da Ciudad de México. Ao meio-dia, anfitriões e soviéticos rolaram a bola Telstar, de 32 gomos, fabricada pela Adidas, em preto e branco, inovação que substituía as pelotas marrons, de 16 gomos. Mas a “maricota” não beijou o filó, ainda.
Na etapa final, a Seleção passou à frente do marcador, aos 15 minutos, com um gol espetacular, de Pelé. O meia Gérson fez um lançamento, a 35 metros de distância, pelo alto, o “Camisa 10” subiu, matou a bola no peito e finalizou, marcando um dos tentos mais bonitos da Copa. Aos 19, Jairzinho, após novo lançamento do “Canhotinha de Ouro”, aplicou um chapeu no goleiro Viktor e aumentou a contagem. Aos, 38, Jair, que ganhou o apelido de “Furacão da Copa”, fez outro gol de cinema. Saiu da intermediária, com bola dominada, passou, pela direita, por Hagara, Horvat, e, novamente, Hagara, e chutou no canto direito do goleiro: 4 x 1.
Além da goleada, o jogo teve outro lance emocionante. Pelé (foto) viu Viktor adiantado e tentou surpreendê-lo. A bola voou 55 metros, com o camisa 1 correndo atrás dela, que fez um curva e saiu à esquerda das balizas, distante cerca de meio metro.
O Brasil goleou com: Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Wilson Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson (Paulo César “Caju”; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. Tchcco-Eslováquia: Viktor; Dobias, Migas, Horvat e Hagara; Hrdlicka (Kvsnak), Kuna e Fantisek Vesely (Bohumil Vesely); Petras, Adfamec e Jokl. O jogo, no Estádio Jalisco, em Guadalajara, foi assistido por 52.890 presentes, com arbitragem do uruguaio Ramón Barreto.
TOSTÃO DESMONTA – Quatro dias após a estréia, o Brasil fez o seu jogo mais duro da Copa: 1 x 0 sobre a Inglaterra, que começou batendo muito. Foi preciso o capitão Carlos Alberto pegar Lee, de jeito, para os ingleses se acalmarem. Diante de 57.107 almas, novamente em Jalisco, o jogo era duro. Aos 11 minutos, Jairzinho cruzou, da linha de fundo, Pelé cabeceou, para o chão, e Gordon Banks fez a grande defesa daquele Mundial. Voou na bola e aplicou-lhe um gole, mandando-a por cima da trave. Defesaça!
O gol da vitória canarinha saiu, aos 14 minutos do segundo tempo. Tostão, pela esquerda, aplicou três dribles e cruzou, para o meio da área inglesa. Pelé, dominou a bola e fez um toquinho, à sua direita, para Jairzinho balançar a rede.
O time brasileiro foi: Félix: Carlos Alberto, Brito, Piazza (Fontana) e Everaldo; Clodoaldo e Rivellino; Jairzinho, Tostão (Roberto Miranda), Pelé e Paulo César “Caju”. A Inglaterra, ainda treinada por Alf Ramsey, jogou com: Banks; Wright, Labone, Bobby Morre e Cooper; Mullery e Bobby Charlton (Astle); Ball, Petyers, Lee (Bell) e Hurst. O israelense Abraham Klein apitou a partida.
Em 10 de junho, a Seleção confirmou a classificação à próxima fase, com 3 x 2 sobre a Romênia, no mesmo local das duas partidas anteriores. Os romenos se fecharam muito, mas em dois minutos – aos 20 e aos 22 – Pelé e Jairzinho abriram a porteira. Dumitrache descontou, ao33. Na etapa final, Pelé fez mais um, aos 21, numa bonita jogada de Tostão, que lhe fez um passe, de calcanhar, Dembrovski fechou o placar, aos 38, em jogo assistido por 50 mil 805 pessoas e apitado pelo austríaco Ferdinand Marschall.
O Brasil foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Fontana e Everaldo (Marco Antonio); Clodoaldo (Edu) e Piazza; Jairzinho, Tostão, Pelé e Paulo César “Caju”. Romênia: Adamache (Raducanu); Satmareanu, Dinu, Lupescu e Mocanu; Dimitru, Neagu e Nunweiller; Dembrovski (Tatru), Dumitrache (Tataru) e Lucescu.
Como primeiro do Grupo 3, o Brasil foi encarar, ainda em Guadalajara, o Peru, segundo do Grupo 4 e treinado por Didi, campeão mundial de 1958. O jogo começou às12 horas do domingo 14 de junho, na presença de 54.230 assistentes.
Aos 11 minutos, Tostão lançou Rivellino, que mandou uma patada no canto esquerdo do gol peruano. Aos 15, Tostão cobrou escanteio, para Rivellino, recebeu a bola de volta e bateu para o gol. A bola passou entre trave e o goleiro Rubiño. Ao 38, Gallardo, que havia jogado pelo Palmeiras, chutou, quase sem ângulo, pela esquerda, e Félix falhou. Ficou assim o primeiro temp. No segundo, aos 7 minutos, Pelé chutou, acertou Chumpitaz, a bola enganou o goleiro e Tostão entrou para marcar. Ao 24, foi a vez de a bola bater em Marco Antônio e sobrar par Cubillas diminuir, para os peruanos. Finalmente, aos 31, Rivellino lançou Jairzinho, que driblou o goleiro antes de finalizar o placar em 4 x 2.
Brasil: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Marco Antônio; Clodoaldo e Gérson (Paulo César); Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. Peru: Rubiños; Campos, Fernndez, Chumpitaz e Fuentes; Mifflin, Baylón (Sotil) e Cubillas; Challe, Perico Leon (Reyes) e Gallardo. O árbitro foi o belga Vital Loraux.
VINGANÇA CONTRA A CELESTE – O dia 17 de junho, uma quarta-feira, viera para lavar as alma dos brasileiros, que não se esqueciam do 16 de julho de 1950, quando os uruguaios nos tiraram a taça do mundo, dentro do Maracanã. Com 3 x 1, o Brasil passou pelas semifinais e foi atrás do caneco. O jogo, no Estádio Jalisco, teve 51.260 expectadores e começou às 16h locais. Daquela vez, quem abriu o placar foram eles. Cubilla, aos 18 minutos, colocou o “fantasma” em campo, por culpa de erros da nossa defesa. Ainda bem que no último instante da primeira etapa, Clodoaldo empatou. Tabelou, com Tostão, e matou. 45, cravados. Na fase final, Jairzinho, aos 31, e Rivellino, aos 44, completaram o serviço. O gol do “Furacão” surgiu de uma esticada de Tostão, enquanto o de Riva foi num contra-ataque, lançado por Pelé.
A partida teve dois lances emocionantíssimos. Ao 21 minutos do primeiro tempo, Marzukiewcz cobrou tiro de meta. Pelé estava atento e emendou, de primeira, da intermediária, colocando o camisa 1 para trabalhar. No finalzinho da partida, lançado por Tostão, Pelé aplicou um drible de corpo no goleiro uruguaio, tipo bola para um lado, jogador para o outro, mas errou o chute. Mesmo assim, foi um grande lance.
A Seleção Brasileira vingador foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. O treinador Juan Hohberg escalou o Uruguai com: Mazurkiewcz; Ubiña, Ancheta, Matosas e Mujica; Montero Castillo, Cortes e Maneiro (Esparrago); Cubilla, Fuentes e Morales. O árbitro foi o espanhol José Ortiz de Mendibil.
O Brasil goleou com: Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Wilson Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson (Paulo César “Caju”; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. Tchcco-Eslováquia: Viktor; Dobias, Migas, Horvat e Hagara; Hrdlicka (Kvsnak), Kuna e Fantisek Vesely (Bohumil Vesely); Petras, Adfamec e Jokl. O jogo, no Estádio Jalisco, em Guadalajara, foi assistido por 52.890 presentes, com arbitragem do uruguaio Ramón Barreto.
TOSTÃO DESMONTA – Quatro dias após a estréia, o Brasil fez o seu jogo mais duro da Copa: 1 x 0 sobre a Inglaterra, que começou batendo muito. Foi preciso o capitão Carlos Alberto pegar Lee, de jeito, para os ingleses se acalmarem. Diante de 57.107 almas, novamente em Jalisco, o jogo era duro. Aos 11 minutos, Jairzinho cruzou, da linha de fundo, Pelé cabeceou, para o chão, e Gordon Banks fez a grande defesa daquele Mundial. Voou na bola e aplicou-lhe um gole, mandando-a por cima da trave. Defesaça!
O gol da vitória canarinha saiu, aos 14 minutos do segundo tempo. Tostão, pela esquerda, aplicou três dribles e cruzou, para o meio da área inglesa. Pelé, dominou a bola e fez um toquinho, à sua direita, para Jairzinho balançar a rede.
O time brasileiro foi: Félix: Carlos Alberto, Brito, Piazza (Fontana) e Everaldo; Clodoaldo e Rivellino; Jairzinho, Tostão (Roberto Miranda), Pelé e Paulo César “Caju”. A Inglaterra, ainda treinada por Alf Ramsey, jogou com: Banks; Wright, Labone, Bobby Morre e Cooper; Mullery e Bobby Charlton (Astle); Ball, Petyers, Lee (Bell) e Hurst. O israelense Abraham Klein apitou a partida.
Em 10 de junho, a Seleção confirmou a classificação à próxima fase, com 3 x 2 sobre a Romênia, no mesmo local das duas partidas anteriores. Os romenos se fecharam muito, mas em dois minutos – aos 20 e aos 22 – Pelé e Jairzinho abriram a porteira. Dumitrache descontou, ao33. Na etapa final, Pelé fez mais um, aos 21, numa bonita jogada de Tostão, que lhe fez um passe, de calcanhar, Dembrovski fechou o placar, aos 38, em jogo assistido por 50 mil 805 pessoas e apitado pelo austríaco Ferdinand Marschall.
O Brasil foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Fontana e Everaldo (Marco Antonio); Clodoaldo (Edu) e Piazza; Jairzinho, Tostão, Pelé e Paulo César “Caju”. Romênia: Adamache (Raducanu); Satmareanu, Dinu, Lupescu e Mocanu; Dimitru, Neagu e Nunweiller; Dembrovski (Tatru), Dumitrache (Tataru) e Lucescu.
Como primeiro do Grupo 3, o Brasil foi encarar, ainda em Guadalajara, o Peru, segundo do Grupo 4 e treinado por Didi, campeão mundial de 1958. O jogo começou às12 horas do domingo 14 de junho, na presença de 54.230 assistentes.
Aos 11 minutos, Tostão lançou Rivellino, que mandou uma patada no canto esquerdo do gol peruano. Aos 15, Tostão cobrou escanteio, para Rivellino, recebeu a bola de volta e bateu para o gol. A bola passou entre trave e o goleiro Rubiño. Ao 38, Gallardo, que havia jogado pelo Palmeiras, chutou, quase sem ângulo, pela esquerda, e Félix falhou. Ficou assim o primeiro temp. No segundo, aos 7 minutos, Pelé chutou, acertou Chumpitaz, a bola enganou o goleiro e Tostão entrou para marcar. Ao 24, foi a vez de a bola bater em Marco Antônio e sobrar par Cubillas diminuir, para os peruanos. Finalmente, aos 31, Rivellino lançou Jairzinho, que driblou o goleiro antes de finalizar o placar em 4 x 2.
Brasil: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Marco Antônio; Clodoaldo e Gérson (Paulo César); Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. Peru: Rubiños; Campos, Fernndez, Chumpitaz e Fuentes; Mifflin, Baylón (Sotil) e Cubillas; Challe, Perico Leon (Reyes) e Gallardo. O árbitro foi o belga Vital Loraux.
VINGANÇA CONTRA A CELESTE – O dia 17 de junho, uma quarta-feira, viera para lavar as alma dos brasileiros, que não se esqueciam do 16 de julho de 1950, quando os uruguaios nos tiraram a taça do mundo, dentro do Maracanã. Com 3 x 1, o Brasil passou pelas semifinais e foi atrás do caneco. O jogo, no Estádio Jalisco, teve 51.260 expectadores e começou às 16h locais. Daquela vez, quem abriu o placar foram eles. Cubilla, aos 18 minutos, colocou o “fantasma” em campo, por culpa de erros da nossa defesa. Ainda bem que no último instante da primeira etapa, Clodoaldo empatou. Tabelou, com Tostão, e matou. 45, cravados. Na fase final, Jairzinho, aos 31, e Rivellino, aos 44, completaram o serviço. O gol do “Furacão” surgiu de uma esticada de Tostão, enquanto o de Riva foi num contra-ataque, lançado por Pelé.
A partida teve dois lances emocionantíssimos. Ao 21 minutos do primeiro tempo, Marzukiewcz cobrou tiro de meta. Pelé estava atento e emendou, de primeira, da intermediária, colocando o camisa 1 para trabalhar. No finalzinho da partida, lançado por Tostão, Pelé aplicou um drible de corpo no goleiro uruguaio, tipo bola para um lado, jogador para o outro, mas errou o chute. Mesmo assim, foi um grande lance.
A Seleção Brasileira vingador foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. O treinador Juan Hohberg escalou o Uruguai com: Mazurkiewcz; Ubiña, Ancheta, Matosas e Mujica; Montero Castillo, Cortes e Maneiro (Esparrago); Cubilla, Fuentes e Morales. O árbitro foi o espanhol José Ortiz de Mendibil.
RIMET EM DEFINITIIVO – A final, contra a Itália, começou ao meio-dia mexicano. Naquele 21 de junho, um domingo, a mulher alada em uma caneca dourada passou a ser, definitivamente, do Brasil, o primeiro a conquistá-la por três Mundiais. Os canarinhos mandaram 4 x 1 nos italianos, que haviam chegado à final despachando os alemães, por 4 x 3, numa prorrogação, após 1 x 1 no tempo normal – na disputa pelo terceiro lugar, a Alemanha venceu o Uruguai, por 1 x 0.
A Seleção abriu o placar, aos 18 minutos, numa cabeçada de Pelé, complementando cruzamento de Tostão. Era o 100º gol brasileiro em Copas do Mundo. Os italianos empataram, aos 37, com Bonisegna, aproveitando-se da tentativa de Clodoaldo, de fazer uma jogada de letra. Jairzinho, aos 24 do segundo tempo, e Carlos Alberto (foto/D), aos 42, completaram a goleada. Minutos depois, o mesmo Carlos Alberto Torres repetiria, diante do presidente do México, Gustavo Dias Ordaz, o gesto iniciado por Bellini, diante do Rei Gustavo Adolfo, na Suécia, em 1958, e continuado por Mauro, em 62, no Chile.
Até o Brasil chegar ao tri, a Copa do Mundo havia realizado, em quatro décadas, 231 jogos, com 846 gols marcados. O alemão Gerd Muller foi o artilheiro da edição-40, marcando 10 vezes. Pelo Brasil, Jairzinho foi o principal goleador, com 7 bolas nas redes. Compareceu ao filó em todos os jogos.
O Brasil tri foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everldo; Clodoaldo e Gérson: Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. A Azurra, treinada por Ferrucio Valcareggi, alinhou: Albertosi; Burgnich, Cera, Rosato e Fachetti; Bertini (Juliano), Mazzola e De Sisti; Domenghini, Bonisegna (Rivera) e Didi Riva. O árbitro foi o então alemão oriental Rudolf Glockner e o público de 104.412, no Estádio Azteca, da Cidade do México.
TODOS OS RESULTADOS: México 0 x 0 União Soviética; Bélgica 3 x 0 El Salvador; União Soviética 4 x 1 Bélgica; México 4 x 0 El Salvador; União Soviética 2 x 0 El Salvador; México 1 x 0 Bélgica; Itália 1 x 0 Suécia; Itália 0 x 0 Uruguai; Suécia 1 x 1 Israel; Suécia 1 x 0 Uruguai; Itália 0 x 0 Israel; Inglaterra 1 x 0 Romênia; Brasil 4 x 1 Tcheco-Eslováquia; Romênia 2 x 1 Tcheco-Eslováquia; Brasil 1 x 0 Inglaterra; Brasil 3 x 2 Romênia; Inglaterra 1 x 0 Tcheco-Eslováquia; Peru 3 x 2 Bulgária; Alemanh 2 x 1 Marrocos; Peru 3 x 0 Marrocos; Alemanha 5 x 2 Bulgária; Bulgária 1 x 1 Marrocos; Itália 4 x 1 México; Uruguai 1 x 0 União Soviética; Alemanha 3 x 2 Inglaterra; Brasil 4 x 2 Peru; Brasil 3 x 1 Uruguai; Itália 4 x 3 Alemanha; Alemanha 1 x 0 Uruguaia e Brasil 4 x 1 Itália.
CLSSIFICAÇÃO FINAL – 1 –BRASIL; 2 – Itália; 3 – Alemanha; 4 – Uruguai; 5 – União Soviética; 6 – México; 7 – Peru; 8 – Inglaterra; 9 – Suécia; 10 – Romênia; 11 – Bélgica; 12 – Israel; 13 – Bulgária; 14 – Marrocos; 15 – Tcheco-Eslováquia e 16 – El Salvador. (FOTOS REPRODUZIDAS DA REVISTA MANCHETE). AGRADECIMENTOS.
A Seleção abriu o placar, aos 18 minutos, numa cabeçada de Pelé, complementando cruzamento de Tostão. Era o 100º gol brasileiro em Copas do Mundo. Os italianos empataram, aos 37, com Bonisegna, aproveitando-se da tentativa de Clodoaldo, de fazer uma jogada de letra. Jairzinho, aos 24 do segundo tempo, e Carlos Alberto (foto/D), aos 42, completaram a goleada. Minutos depois, o mesmo Carlos Alberto Torres repetiria, diante do presidente do México, Gustavo Dias Ordaz, o gesto iniciado por Bellini, diante do Rei Gustavo Adolfo, na Suécia, em 1958, e continuado por Mauro, em 62, no Chile.
Até o Brasil chegar ao tri, a Copa do Mundo havia realizado, em quatro décadas, 231 jogos, com 846 gols marcados. O alemão Gerd Muller foi o artilheiro da edição-40, marcando 10 vezes. Pelo Brasil, Jairzinho foi o principal goleador, com 7 bolas nas redes. Compareceu ao filó em todos os jogos.
O Brasil tri foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everldo; Clodoaldo e Gérson: Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. A Azurra, treinada por Ferrucio Valcareggi, alinhou: Albertosi; Burgnich, Cera, Rosato e Fachetti; Bertini (Juliano), Mazzola e De Sisti; Domenghini, Bonisegna (Rivera) e Didi Riva. O árbitro foi o então alemão oriental Rudolf Glockner e o público de 104.412, no Estádio Azteca, da Cidade do México.
TODOS OS RESULTADOS: México 0 x 0 União Soviética; Bélgica 3 x 0 El Salvador; União Soviética 4 x 1 Bélgica; México 4 x 0 El Salvador; União Soviética 2 x 0 El Salvador; México 1 x 0 Bélgica; Itália 1 x 0 Suécia; Itália 0 x 0 Uruguai; Suécia 1 x 1 Israel; Suécia 1 x 0 Uruguai; Itália 0 x 0 Israel; Inglaterra 1 x 0 Romênia; Brasil 4 x 1 Tcheco-Eslováquia; Romênia 2 x 1 Tcheco-Eslováquia; Brasil 1 x 0 Inglaterra; Brasil 3 x 2 Romênia; Inglaterra 1 x 0 Tcheco-Eslováquia; Peru 3 x 2 Bulgária; Alemanh 2 x 1 Marrocos; Peru 3 x 0 Marrocos; Alemanha 5 x 2 Bulgária; Bulgária 1 x 1 Marrocos; Itália 4 x 1 México; Uruguai 1 x 0 União Soviética; Alemanha 3 x 2 Inglaterra; Brasil 4 x 2 Peru; Brasil 3 x 1 Uruguai; Itália 4 x 3 Alemanha; Alemanha 1 x 0 Uruguaia e Brasil 4 x 1 Itália.
CLSSIFICAÇÃO FINAL – 1 –BRASIL; 2 – Itália; 3 – Alemanha; 4 – Uruguai; 5 – União Soviética; 6 – México; 7 – Peru; 8 – Inglaterra; 9 – Suécia; 10 – Romênia; 11 – Bélgica; 12 – Israel; 13 – Bulgária; 14 – Marrocos; 15 – Tcheco-Eslováquia e 16 – El Salvador. (FOTOS REPRODUZIDAS DA REVISTA MANCHETE). AGRADECIMENTOS.
Repare na foto da final Pelé com uma chuteira da Puma. Todos os outros com chuteiras Adidas. Na foto Tostão com a adidas
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