Vasco

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sábado, 21 de novembro de 2015

TRAGÉDIAS DA DA COLINA - BARCO

O Vasco protagonizou, em 1990, a mais inusitada história do folclore do futebol carioca. O então vice-presidente de futebol vascaíno, Eurico Mirada, mandou a rapaziada fazer a volta olímpica, pelo velho Maracanã, carregando uma caravela que algum torcedor levou para a antiga geral. Os atletas obedeceram, mas fizeram só uma meia-volta olímpica, inédita na história do futebol mundial. De sua parte, o adversário, com uma taça que não era a oficial, fez o mesmo. Vejamos como este rolo todo começou?    
Bismarck e Tita muito sem jeito de campeões
  O regulamento fora aprovado com dois parágrafos conflitantes no artigo quinto: 1 - os campeões de turnos se enfrentariam, e o vencedor disputaria o título contra o time de melhor campanha geral; 2 – quem tivesse mais pontos na fase final carregaria a taça.
Como o Botafogo tinha a melhor campanha (34 pontos, contra 33 do Vasco, que anda teve um jogo a mais), entendia que o jogo entre Vasco x Fluminense (os outros finalistas), não contava pontos, só servindo para definir o seu adversário, do que discordaram os dois rivais.
Em junho, seis meses após o Conselho Arbitral apresentar o regulamento,  por 11 x 1, os clubes decidiram que Vasco x Flu valeria ponto e daria a vantagem do empate a quem fosse para a final contra o Botafogo.
 Cinco dias depois, os alvinegros recorreram da decisão junto à Federação Estadual de Futebol do Rio de Janeiro, alegando falta de unanimidade na votação. Mas a Federação ignorou a sua queixa, motivando-o a recorrer à Confederação Brasileira de futebol, que se disse incompetente para julgar o recurso. Então, foi ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, querendo saber que órgão seria cometente para tratar da questão. Mas o STJD  nada respondeu. 
Sem resposta, o Botafogo entrou com mandado de garantia junto ao STJD, impedindo a FERJ de entregar o troféu de campeão, no domingo, qualquer que fosse o vencedor. 
No gramado, os alvinegros venceram, por 1 x 0, com gol marcado por Carlos Alberto Dias, aos 34 minutos do segundo tempo. E comemora. Enquanto isso, o Vasco e o juiz Cláudio Garcia  foram para o meio do gramado à espera dos alvinegros, para o início da prorrogação. O capitão botafoguense, Wilson Gottardo, ouviu a convocação do árbitro,  deu-lhe as cotas e foi embora. Garcia, então, encerrou a partida. Quem seria o campeão? O STJD da CBF marcou para o dia 9 de agosto decidir qual órgão tinha competência para dirigir a questão.
Tudo bem que futebol precisa dessas coisas, o que, antigamente, chamavam de catimba. Afinal, o folclore faz a história movimentada da modalidade. Mas o Botafogo era ao legítimo campeão. Ganhou, depois, na justiça, e no campo, somando mais pontos. Não se muda regulamento sem unanimidade. Toda criancinha aprende isso quando começa a disputar torneios da escolinha.     

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