Vasco

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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

DEZ TRAGÉDIAS DA COLINA

1 - Irmão de Valdo, o maior artilheiro da história do Fluminense, o também atacante Vanderlei começou com um bom futuro em São Januário. Em 1960, ele foi convocado para a seleção canarinha que disputaria os Jogos Olímpicos de Roma, na Itália, quando todos os atletas tinham a idade de juvenis. Ao deixar aquele time,  ele passou a segundo reserva do ponta-direita Sabará e chegou a disputar algumas partidas cruzmaltinas. Ganhou prestígio, afinal jogar na vaga do titular não era fácil. Sabará era o único ponteiro respeitado por Nílton Santos, considerado o melhor lateral-esquerdo da história do futebol brasileiro. Vanderlei, no entanto, não explodiu. O Vasco o  mandou para a Portuguesa Santista, em 1961. Ao encerrar o seu contrato, ele disse não ter se adaptado ao novo clube e voltou para o Rio de Janeiro, pensando em encerrar a carreira. Por sorte, o irmão Valdo tinha muito prestígio no futebol espanhol e conseguiu encaminhá-lo ao Elche.  
 
2 -  Na manhã de 23 de agosto de 1966, o time vascaíno treinava na praia do Leblon. Após os trabalhos, os jogadores foram para o banho de mar. Alcir, Jorge Andrade e Sérgio quase foram tragados pelas ondas. Foram salvos pelo goleiro Amauri, bom nadador, e pelos salva-vidas Ranílson e Elmir. O apoiador Alcir contou ter sentido câimbras e, por estar longe da praia, sentiu-se sem condições de voltar à praia. Começou a pedir socorro, pois a correnteza estava forte, e carregava, também os outros dois companheiros, que estavam por perto. Ao chegar até Alcir, o goleiro Amauri o segurou por baixo e levantou a sua cabeça, para impedi-lo de beber água. Enquanto isso, os salva-vidas recuperavam Jorge e Sérgio. Na praia, Alcir recebeu aplicação de respiração artificial, para expelir a água que tivesse ingerido. Foi um tremendo susto para a turma do treinador Zezé Moreira..
 
3 - Se a temperatura de um time fosse medido por insucessos diante de grande rivais do estado rival, o Vasco estaria perfeitamente encaixado no termômetro daquela ‘fritura”. Durante o Torneio Rio-São Paulo-1965, pisou na bola, seguida e horrosamente, diante dos paulistanos Corinthians e Palmeiras. Para o primeiro, caiu, por 1 x 3, em 14 de fevereiro, no Pacaembu. Além de jogar pouco, mostrou ao ‘Verdão’ que bastaria forçar a barra,  que o venceria fácil. E foi o que rolou, no dia 7 de março, dentro do Maracanã. Além de ser goleado, por 1 x 4, o Vasco ainda sofreu o gol – marcado pelo ponta-direita pernambucano Gildo – então mais rápido do futebol, aos 7 segundos.
O time vascaíno daquele tempo era comandado pelo treinador Zezé Moreira e teve, nos dois compromissos, esta rapaziada: Levis; Joel (Ari), Brito, Fontana e Barbosinha (Oldair); Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Célio, Saulzinho (Mário ‘Tilico’) e Zezinho.

4 -  Em 16 de novembro de 1930, o Vasco recebia, em São Januário,  a visitas do seu então maior rival, o América. E perdia, por 0 x 1, nos minutos derradeiros da partida. De repente, a torcida invadiu o gramado, e o jogo teve de ser suspenso.  Os dois minutos e 30 segundos que ficaram faltando, foram disputados cinco dias depois. Mas a catimba vascaína não funcionou. A sua rapaziada não conseguiu "meter o pé na rede" e o placar ficou naquilo. Então, o Vasco ficou vice e o América terceiro colocado. A taça foi parar nas mãos dos botafoguenses.


5 - Em 1968, dos quatro jogos disputados contra o Botafogo, o Vasco perdeu , exatamente, o que não podia: 0 x 4, na decisão do Campeonato Carioca. Aconteceu em 9 de junho, no Maracanã, pela última rodada da disputa – no clássico do primeiro turno, a rapaziada havia mandado 2 x 0, em 28 de abril, no mesmo estádio. Depois do Campeonato Carioca, o Vasco enfrentou o Botafogo mais duas oportunidades. Empatou, por 1 x 1, pela Taça Guanabara, em 28 de julho, e o venceu, por 2 x 1, em 5 de outubro, pela Taça de Prata, um dos embriões do Brasileirão.  
 
6 -  A temporada carioca-1962 seria de era caça ao Botafogo. E foi o que o Vasco e os demais rivais a fizeram. Campeão estadual-1961, do Torneio Rio-São Paulo-1962, e contando com Nílton Santos, Garrincha, Didi, Amarildo e Zagallo, todos bicampeões mundiais na Copa do Mundo do Chile, os alvinegros eram “os caras”. Mesmo assim, o Vasco prometia encará-los. O venceu, por 1 x 0, no primeiro turno, e empatou, por 1 x 1, não returno. Os vascaínos  tiveram chances de quebrar o jejum de títulos, de quatro temporadas. O problema foi tropeços impensáveis. Como o de 18 de novembro: 1 x 1 São Cristóvão, dentro de São Januário. A rapaziada estava invicta, há quatro jogos, e o adversário era candidato à terceira goleada cruzmaltina seguida, após 5 x 1 Madureira e 5 x 0 Canto do Rio. Rolou a bola e Saulzinho abriu o placar, aos 25 minutos. Seria o começo da balaiada. Só que o adversário empatou, aos 38, e o Vasco não conseguiu dobrar o “Santo”, que deu uma ajudinha ao Botafogo.

8 - O Vasco havia sido bicampeão estadual-RJ, em 1987/1988. E tinha tudo para ser o campeão brasileiro na última destas duas temporadas,  quando o Campeonato Brasileiro teve o nome de Copa União.  Foi o melhor time das duas etapas classificatórias, mas não chegou às fases decisivas. No primeiro turno,  fez 27 pontos, em 12 compromissos, com 7 vitórias, 3 empates, 2 derrotas e saldo de 8 gols, sendo o primeiro do Grupo B. No returno, a campanha foi ainda melhor, sem derrotas. Repetiu os 27 pontos da fase anterior (23 de 6 vitórias e 5 empates, além de 4 pontos extras), em 11 jogos sem derrotas. Teve um saldo de 12 gols.
 
9 - Para chegar à segunda fase do Brasileirão-1988, o Vasco teria que eliminar o Fluminense, em um “mata-mata” de dois jogos.  Um adversário que fora o pior do Grupo A do segundo turno, com apenas duas vitórias (5 derrotas e 4 empates). Juntando-se os dois turnos classificatórios, o Vasco colocou 16 pontos de vantagem sobre os tricolores.  E veio a definição da vaga às quartas-de-final, após uma paralização das disputas, na virada do ano. No primeiro duelo, o Vasco caiu, por 0 x 1. Recuperou-se no segundo, mandando 2 x 1. Como era necessário uma prorrogação, perdeu, por 0 x 2. E de nada adiantou a sua melhor campanha geral em dois turnos, somando 54 pontos, oito a mais do que o segundo colocado no geral, o Internacional-RS (46) e 10 à frente do terceiro, o Bahia (44).  

 10 - Pelas rodadas seguintes,  os baianos eliminaram Sport Recife e Fluminense, enquanto os gaúchos tiraram Cruzeiro e Grêmio. E foram para as finais, com título indo para a Bahia. Detalhe, o Bahia foi campeão com 56 pontos, um menos do que a fatura total do Vasco (57).  O regulamento deixou o time do treinador Carlos Alberto Zanata, ex-meio-campista vascaíno, em quinto lugar, atrás, ainda, de Internacional (55),  Fluminense (42) e Grêmio-RS (41). Coisas de cartola brasileiro.   

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