Vasco

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sábado, 22 de julho de 2017

O VENENO DO ESCORPIÃO-34 - ONDE FICA ESTE PAÍS? SERÁ QUE É POR AQUI PERTO?

1 – Desde 1927, estava no Código de Menores a obrigatoriedade da permissão das autoridades para os “pixotes” viajarem, mesmo acompanhados das mães. Passado mais de meio-século, veio um novo texto, mantendo a obrigatoriedade. Então, o governo enviou uma terceira proposta ao Congresso Nacional, lembrando-se do que havia esquecido.      
Reprodução de capa de disco

2 – Ângela Maria lançara o seu primeiro disco, em 1953, e iniciara temporada na boate Casablanca, no Rio de Janeiro. Todas as noites, na mesma mesa, pedindo a mesma bebida, sentava-se o ministro do Trabalho, João Goulart, que ia embora assim que ela terminava de cantar. Quando rolou o mais importante concurso de ídolos da época e Ângela vinha sendo vencida por Vera Lúcia, ela foi ao gabinete do homem e pediu-lhe para telefonar à direção da Antárctica, pois queria o título que havia sido de Marlene, no ano anterior. No ato, João Goulart telefonou e comprou os votos que fariam dela “Rainha do Rádio”.    

3 – Era noite de 31 de dezembro, faltado cinco minutos para a troca do calendário. Os convidados para a festa do empresário Victor Costa formaram fila para desejar feliz ano novo ao presidente Getúlio Varas. Ao receber os cumprimentos de Ângela Maria, o homem exclamou: “Mas você não é a sapoti”. A cantora retrucou: “Presidente, eu não sou bicho, não!” Getúlio retrucou: “Não lhe chamei de jaboti, mas de sapoti, uma fruta da sua cor e gostosa” – velho tarado!   
4 – Após o presidente Juscelino Kubitscheck passar o governo a Jânio Quadros, em 1961,  o deputado Neiva Moreira, presidente da comissão parlamentar de transferência do Congresso Nacional para Brasília, entregou-lhe carta, pedindo-lhe ficar na nova capital brasileira, lutando pela sua consolidação. Segundo ele, a cidade e a sua “obra desenvolvimentista” estavam ameaçadas. Ninguém entendeu, pois JQ não ameaçara devolver a capital do país ao Rio de Janeiro, não renunciar ao cargo ainda e nem os militares pensavam na Revolução de 31 de Março, que implodiu JK, politicamente – Neiva tinha bola de cristal.     

 5 - Em 1961, durante o governo parlamentaristas do presidente João Goulart, foi criado o Ministério Extraordinário da Reforma Administrativa, entregue a Ernani do Amaral Peixoto. Durou dois anos e fazia frequentes reunião de representantes de setores. Pelo Exército, participava o general Humberto de Alencar Castello Branco, intransigente contra a criação do Ministério da Defesa, para coordenar Aeronáutica, Exército e Marinha. Após derrubar João Goulart e assumir o comando do governo, em 1964, Castello criou uma espécie de Ministério Previdenciário, o INPS, para coordenar o setor, que contava com vários institutos – seis, ou meia-dúzia?
Reprodução de www.odia.com.br
6 – Quando o presidente João Goulart viajou aos Estados Unidos, em 1962,  recomendou ao substituto, o deputado gaúcho e presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, vetar itens que considerava inconvenientes, ou inconstitucionais, no projeto de lei dos interinos.  Mazzilli não deu a menor bola para a recomendação. Deixou rolar e não jogou no mesmo time do presidente – gaúchos desentrosados. 

 7 – Naquele 1962, o ministro Virgílio Távora fez um a conferência para um grupo de chamados “deputados nacionalistas”. E espantou a plateia, revelando que, pelas projeções dos seus técnicos, o déficit das empresas ferroviárias chegaria, em 1970, ao montante do orçamento da União – muito dinheiro jogado fora dos trilhos. 
8 – Rolava a noite de 31 de março de 1964 e as irmãs Edna e Ethel Poni, dois anos após o crime, cometido em Ouro Preto, foram absolvidas, por júri popular, mesmo tendo matado a tiros de revólver Lurdes Calmon, amante do marido da primeira, Fernando Mello Viana.  "Mataram em legítima defesa da integridade do lar (da primeira)” que estava desintegrado, há muitos anos, sustentou o advogado e mais respeitado criminalistas de Minas Gerais,  Pedro Aleixo. Naquela mesma noite, os militares derrubavam o governo João Goulart e iniciavam um período de 21 anos de ditadura.

Reprodução de www.memorialdademocracia.com.br
9 - Em 9 de julho de 1971, Pedro Aleixo livrava, por 7 x 0 no júri, o empresário Roberto Lobato, que matara, em Belo Horizonte, a sua mulher, Jô Souza Lima Lobato, de quem estava separado e o teria chamado de “chifrudo”. A tese de defesa fora a “legitima defesa da honra”,  usada, também, pelo advogado Evandro Lins e Silva, em 1979, para absolver Doca Street, que matara a amante mineira Ângela Diniz, com quatro tiros.
10 – Entre um júri e outro – 1964 e 1971 – Pedro Aleixo esteve vice-presidente da  República. Em 1969, ele foi impedido, pelos miliares, de assumir a presidência, quando o presidente e general  Costa e Silva foi afastado, devido uma trombose – defendeu assassinos e o castigo não chegou de bonde.         
11 – A construtora Leopoldense, de São Leopoldo-RS, havia pago Cr$ 421 cruzeiros e 50 centavos, de tributos. Por descuido administrativo, o pagara duas vezes. Ao constatar o erro, pediu a devolução do segundo pagamento. Passou sete anos e quatro meses, a partir de 1972,  cobrando, judicialmente, do Governo. Até que, depois de dezenas de pareceres e carimbos, a grana foi devolvida, pelo Ministério da Fazenda. Sem correção monetária   

12 – Em 1979, o ministro da Justiça, Petrônio Portella, enviou ao Congresso Nacional anteprojeto de lei abolindo, para quem tirava a carteira de motorista: atestado de bons antecedentes; título de eleitor; certificado de reservista; folha corrida e atestado de residência –  o que tudo isso tinha a ver com dirigir um automóvel?

 13 – O Ministério da Desburocratização, criado pelo Governo do presidente João Figueiredo, extinguiu, no mesmo 1979, a obrigatoriedade do cidadão apresentar cinco atestados: de pobreza; dependência econômica; idoneidade moral; bons antecedentes e de vida – neste último caso, o cara só podia provar que estava vivo se levasse um documento, atestando .           
                                  DA COR DA CARREIRA DE JEGUE

1 – Em janeiro de 1959, Huber Rogélio Matos Benitez ajudou Fidel Castro a derrubar Fulgêncio Batista e tomar o poder, em Cuba.  Em outubro, ele foi preso e condenado a 20 anos de prisão, acusado,  em 21 de outubro daquele 1959, de “conduta incerta, antipatriótica e antirevolucionária”, tendo Fidel Castro participado do julgamento, como acusador – passou, de herói a traidor.
2 -  Em março de 1957, Huber Matos comandara comboio, com 50 homens, e levara ao acossado grupo de  Fidel, em Sierra Maestra, o primeiro reforço em armas e alimentos. Em 1958, após fugir para a Costa Rica, voltou com um avião carregado de armas. Depois, liderou a tomada de Santiago de Cuba, a segunda cidade mais importante da ilha. Revolução ganha, tornou-se govenador militar de Camaguey. Deixou o governo por discordar da crescente influência comunista no país. Fidel viu nisso uma sublevação contra o seu governo. E  o prendeu, o condenou  e o ex-amigo foi torturado na prisão, de onde saiu um trapo, sem dentes e sem quase movimentos no braço esquerdo – quem tem amigos assim, precisa de inimigos praquê?    

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