Vasco

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sábado, 21 de dezembro de 2019

O VENENO DO ESCORPIÃO - O TÍPICO PAÍS QUE MANDA TUDO PRO RAIO QUE O PARTA

O deus supremo dos tupis-guaranis,
 reproduzido de www.guiadosquadrinhos
No governo do presidente Jair Bolsonaro, a gente tanto prende como desaprende legal!
 Aprendemos, com o professor e porta-voz Otávio Rego Barros, que pirralha é uma pessoa de pequena estatura, caso da ativista pelo meio ambiente e sueca Greta Thumberg, de 16 de idade, que não cresceu muito, fisicamente; desaprendemos quando o capitão fala sobre queimadas e acusa -  jornais, rádios e TV de 29.11.2019 – o ator norte-americano Leonardo DiCaprio de “tacar fogo na Amazônia”.
Pelo que lemos e ouvimos, atividades predatórias estão transformando áreas da floresta amazônicas em savanas. No que agradecem os raios que Tupã manda lá de cima e abrem espaço para eles praticarem o seu esporte predileto, fazer grandes incêndios e realimentar o aquecimento global. 
Estamos carecas de ler isso, não é mesmo? Pode ser que o Liu DiCaprio tenha rolado uma grana nas mãos do invejoso Jurupari, o Deus da Escuridão, pra ele sair do breu e iluminar o verde amazônico com o fogo da maldade.
 Se DiCaprio daria grana pra queimar a Amazônia, então, seria a vez de Bolsonaro mostrar o seu espírito verdejante e arrumar grana pra plantar muitíssimos pés de Paricá, árvore enorme, que cresce rápido e tem casca branca e mole. 
Conta uma lenda da região amazônica que os índios produziam veneno com folhas e cascas do Paricá, o transformavam em armas e mandavam os raios para o raio que os partam. Pronto! Temos aí o caminho para acabarmos com bate-bocas e fogaréus. Só quem se daria mal com isso seria o trabuqueiro Caramuru, que correria o risco de perder o seu emprego, de Filho do Trovão,  na História do Brasil.
Benjamin Franklin descobriu que
os raios eram descargas elétricas
 O problema, no entanto, é que Brasil e raios nunca se entenderam. Embora o norte-americano Benjamin Franklin tivesse descoberto, em 1752, que o raio é uma descarga elétrica – e, depois, inventado o para-raio -, os brazucas só foram mexer com as pancadas mandada pelo raivoso Tupã a partir de 1730, quando jesuítas montaram um observatório no Morro do Castelo, no Rio de Janeiro, para catar trovoadas.
 Passado meio século, o que ainda fazia-se por aqui era só registrar tempestades e observar a luminosidade de raios. 
Foi preciso Dom João Sexto  correr pro Brasil, pra esta terra passar a receber cientistas mais avançadas nos estudos da naturezas. 
Nem mais os contadores de histórias da selva contavam que o trovão era o barulho de Tupã arrastando o seu apyka (banquinho) pra sentar-se diante de sua mãe Nhandecy e que o relâmpago vinha do brilho do seu tembetá (ornamento labial).
Embora Dom João se mijasse por medo das trovoadas, as pesquisas sobre raios, efetivamente, só começaram por aqui quando o cabra macho Dom Pedro I criou, em 1827, o Imperial Observatório do Rio de Janeiro, atual Observatório Nacional. Dom Pedro II, grande fã da ciência, até tentou joga-lo pra cima, em 1840, mas as constantes crises militares atrapalharam muito e pouco se fez, deixando os raios sossegados
 Um dia, porém, os raios pisaram na bola, afundaram e mataram, no litoral do Rio Grande do Sul,  160 passageiros que viajavam do Rio de Janeiro ao Uruguai. Era vésperas da chegada da República e a tragédia fez o Brasil tomar vergonha na cara e atacar mais o problema. 
No entanto, como o Brasil não tinha tanta vergonha assim na cara, escaramuças políticas e militares, após o país tornar-se republicano, esfriaram o barato e, só em 1934, um cientista solitário – Sampaio Ferraz – cobrou ação dos novos donos do poder, que não lhe deram ouvidos.
Dom Pedro I criou o
 Imperial Observatório Nacional
 Como os generais-presidentes que tomaram o poder, em 1964, não estavam nem aí pra o que vinha de cima, em 1970, enquanto Pelé e o general-presidente Garrastazu Medici trocavam abraços pela conquista do tri da Copa do Mundo, as redes elétricas desses rincões sifu, por conta de raios subversivos.
Só mesmo a partir de 1980/1990 as pesquisas sobre raios no país ganharam apoio mais decente dos milicos governantes, implantando-se tecnologias observativas, e até noticiando a previsão de raios dentro da previsão do tempo dos noticiários de jornais, rádios e TVs.
 Os atrasos do Brasil nas pesquisas sobre raios foram responsáveis por explosões em refinarias; queimas de aparelhos industriais; problemas no controle do tráfego aéreo e apagões de redes elétricas.
Anote na caderneta: a última divulgação, pelo ome, dos preju provocados por raios fala de R$ 1 bilhão e 132 almas - média anual - castigadas por Tupã que, as vezes, nem comparece ao ofício. Envia Xandoré, o demônio que odeia os homens e que, as vezes, faz serviço  mal feito. Em vez de mandar o desafeto só pro raio que o parta, erra o alvo e acerta a savana.  ...     


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