Vasco

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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

MACUMBA CONTRA O MACUMBEIRO

  4 de março de 1990 – O Maracanã recebia 107.574 pagantes (público inimaginável, hoje), pra assistir Vasco da Gama 1 x 1 Flamengo, pela oitava rodada da Taça Guanabara (primeiro turno do Estadual-RJ). Se os vascaínos vencessem, ficariam com as mãos proximíssimas do caneco. Bateram na trave, desperdiçando chances de gol incríveis, para desespero do treinador Alcir Portela, capitão de times cruzmaltinos da década-1970.

 O maior dos desesperos do Alcir aconteceu aos 30 minutos do primeiro tempo, quando Tita cruzou bola, da direita, e Bebeto chegou no lance primeiro do que a marcação, e cabeceou a pelota para baixo, buscando o canto direito defendido pelo goleiro. A torcida vascaína levantou-se, comemorando bola na rede, mas a maricota bateu na trave, rolou por cima dos 7m32cm da linha de gol, bateu na trave esquerda e voltou para o meio da área, permitindo a Urubu fazê-la voar da li. Para a galera vascaína, sobrou aquele grito comprido: “Uuuuuuuuuuuuhhhhhhh!

Era o segundo grito de decepção da galera vascaína. Aos 7 minutos, Sorato havia entrado na área, livrão, e chutado pra fora. Mas se redimiria, aos, aos 22, quando Tita executou perfeito cruzamento e ele pegou, de direita, escrevendo: 1 x 0. Era por ali que o Almirante poderia ter trucidado o Urubu. Este descontrolou-se e pediu pra levar uma goleada. Houve até lance em que Bebeto, aos 34, driblou o goleiro e conseguiu perder o gol. Então! Como dizem que a bola pune, aos 41, o Vasco foi punido com gol empatador, em cobrança de escanteio. E, no segundo tempo, levou bola na trave.

 O Vasco saiu de campo com 16 pontos ganhos, dois a mais do que Flamengo e Botafogo, que ainda se pegariam. Bastava vencer  Campo Grande, em São Januário, e Bangu, no Maracanã, pra mata pra juriti. No vestiário, o baiano Bebeto chorava o gol perdido na cabeçada de lance emocionantíssimo, quando o pernambucano Zé do Carmo sacaneou: “Foi macumba dos flamenguêro, baianim. Sou de perto do seu terrêro, mas não sou baiano. Se fosse, mandaria fazer uma macumba contra o macumbêro” – pra fechar o corpo de Acácio; Luiz  Carlos Winck, Marco Aurélio Quiñonez e Mazinho;  Andrade, Tita, Bismarck (Zé do Carmo) e William; Sorato (Roberto Dinamite) e Bebeto, os macumbados do dia. 

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