Vasco

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sábado, 7 de novembro de 2020

O VENENO DO ESCORPIÃO - SUPER-HOMEM PISA NA BOLA, VENDE POUCO E SE DÁ MAL

 Certa vez, vi pendurado em uma banca de revistas um gibi titulado por A Morte do Super-Homem. Achei esquisito matar um super-herói, mas suspeitei que fosse alguma estratégia de marketing - e era. Rolava outubro de 1993 e contava a história da luta do homem de aço contra um monstro desconhecido que atacava o Meio-Oeste norte-americano, diante de uma Liga da Justiça da América incapaz de contê-lo. Apocalypse era o nome da fera que  rumava para Metrópolis e, quando se deparava com o SH, este que não era mais invencível.

Lois Lane chora o extermínio do super-heroi
 De acordo com o que me informou o desenhista Antônio Aires,  em 1992, o gibi do Super-Homem vendia mal este entrava no time dos ultrapassados. Perdia encanto e via os fãs bandeando para quadrinhos com heróis mais agressivos. Era preciso a sua editora fazer algo para recuperá-lo. “Ao menos mantê-lo do jeito traçado por John Byrne, que o reformulou (segunda metade da década-1980)", explicou o Aires, acrescentando que o SH, como o repórter Clark Kent permitiu à colega e namorada Lois Lane conhecer o seu segredo e ficou noivo. De quebra, seu roteirista matou o inimigo Luthor e colocou o filho no lugar deste, além de introduzir a Super Moça nas tramas.

 O esforço, no entanto, não emplacou. Os leitores não se comoveram com vendo o Super-Homem enfrentando de trlogloditas a nazistas. Ler revistinhas sobre mutantes  e os novos personagens era mais jogo (para outras editoras). Daí que matar o super-herói (criado pela dupla Joe Shuster/Jerry Siegel, em 1938, par a revistas Action Comics)  foi a solução, acontecida na edição Superman 75, quando nela, deveria rolar o casório de Clark com a Lois.

                  Jornalistas apavorados com os acontecimentos 

Para os críticos da imprensa norte-americanos, a luta Super-Homem x Apocalypse tem “sensacionais sequências”, pancadarias e explosões bem ao gosto dos leitores, mas “torna-se enfadonha e tem efeito minimizado quando chega ao clímax”.

 A Morte do Super-Homem foi produzida em uma dessas chamadas épocas de excelência criativa e, para muitos críticos, o último capítulo o melhor da revista, por estar “carregado de tensão, com o super-herói tentando, desesperadamente, parar o Apocalypse pelas ruas de Metrópolis”, em roteiro focado sobre três personagens, um deles a Lois Lane.

No Brasil, a revista que mata o SH foi lançada pela Editora Abril, fazendo a capa do gibi com um S sangrando, em alto relevo. Fez muito sucesso, permitiu duas reedições e abriu caminho para O Retorno do Super-Homem, em 1994. Tornou-se leitura obrigatória para todos fãs do personagem. 

                                        Capa chocante da Editora Abril


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