FOTOS REPRODUZIDAS DO ÁLBUM DO EX-GOLEIRO VASCAÍNO
Neste 4 de novembro - uma quarta-feira -, o antigo goleiro vascaíno Marcelo está apagando 82 velinhas. E o que é melhor: vendendo saúde. Pai de Marcelo Júnior e de Mônica, e nascido na mineira Itanhandu - nos tempos em que goleiro ainda era chamado por keeper, Marcelo Antônio de Araújo Cunha, após deixar a bola, graduou-se em Engenharia, em 1970, e trabalhou, até 1995 - para a multinacional IBM -, quando aposentou-se par curtir os netos (tem quatro).
Cria do Yuracan, da também mineira Itajubá, Marcelo defendeu o Vasco da Gama numa época em que os rivais Flamengo, Fluminense e Botafogo escalavam goleadores temíveis, como Dida, Henrique Frade, Amoroso, Quarentinha, e Mané Garrincha, só para citar poucos. Com a camisa 1 vascaína, ele teve o seu conterrâneo Ita por grande rival na posição. Na Colina, jogou do lado de feras como Hércules Brito Ruas, José de Anchieta Fontana, Écio Capovilla, Lorico (João Araújo), Sabará (Onophre de Souza), Saulzinho (Saul Santos Silva) e Célio Taveira. Foi fase em que o Almirante tinha grandes jogadores, mas andava de mal com as faixas e canecos.
Depois de deixar o Yuracan, em 1958, Marcelo tentou a sorte nos times do São Paulo FC, Palmeiras, Ferroviário, de Botucatu-SP, e Bonsucesso. Deste, pulou para a Colina, onde ficou até o inglório 27 de agosto de 1964, quando sofreu gol marcado pelo Flamengo, no Maracanã, e quase saiu na porrada com o treinador Ely do Amparo, durante o intervalo da partida, pois o chefe o acusou de ter falhado no lance.
Veio o segundo tempo, Marcelo levou um outro gol e pediu substituição, alegando estado emocional impróprio para seguir jogando. O prélio ficou parado, por mais 15 minutos, enquanto colegas dos dois times o acalmavam e pediam para seguir em campo. Marcelo, porém, foi saindo do gramado, aplaudido, de pé, pelos mais de 44 mil pagantes que entenderam o seu drama. E nunca mais jogou, como profissional.
Goleiro com cabelos no tipo reco, nos tempos do Yuracan
Carreira encerrada, Marcelo voltou par a sua Minas Gerais e fez a nova vida em Uberlândia, onde ainda reside. Quando tornou-se engenheiro, para a solenidade de recebimento do diploma, convidou um outro goleiro vascaíno, que havia passado, também, por drama terrível: Moacir Barbosas, acusado de ter falhado durante Brasil 1 x 2 Uruguai, no 16 de julho de 1950, que valeu caneco para o adversário, no mesmo Maracanã da sua tragédia.
Marcelo Cunha é, hoje, um engenheiro (aposentado) respeitado, pai e avô muito feliz, longe da bola. Mantém contato com alguns amigos, entre os quais, em Brasília o jornalista vascaíno e mineiro Aluísio Carvalho, para quem enviou estas fotos que você vê aqui no Kike – parabéns, Marcelo, por mais velinhas assopradas.
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