Antes de o futebol brasileiro conviver com os placares eletrônicos, as informações sobre as partidas eram contadas por placas de madeiras. Nos estadinhos menores, onde garotos ganhavam uma graninha atualizando a contagem dos gols, surgiu o bordão radiofônico: “Garoto do placar de... coloque: time tal X, time tal Y”.
Construído para a Copa do Mundo-1950, o Maracanã, - antes Estádio Municipal e, hoje, Estádio Jornalista Mário Filho -, inicialmente, informava o placar montando-o manualmente. Tempos em que só cabia as letras dos nomes dos
preliantes, como, por exemplo, CRF
(Flamengo) e CRVG Vasco da Gama). Só a partir de 1979 ganhou um placar
eletrônico de tempos modernos. Aliás, três, colocados na parte inferior da
arquibancada, um na altura do meio do campo e os outros dois atrás das balizas
dos goleiros.
Aquele placar eletrônico do
Maraca media cerca de 23 x 2,86 metros, com três áreas distintas. Tinha
lâmpadas incandescentes que formavam figuras e animações, coisa de 8 bits,
parecido com MSX. No lado esquerdo, na
área de informações, havia 120 x 32 lâmpadas. No centro, o relógio e o
cronômetro. No lado direito, o placar do jogo. Cada número possui 4 x 7
lâmpadas, enquanto que o local para o nome dos times possui 60 x 7 lâmpadas Se
saísse um gol, bonecos animavam a visão do torcedor, que via, sempre, o goleiro
batido e sentado ao chão. Lembrava jogos do Konami's Soccer. Reinaldo Gueldni,
que estrava no Flamengo, foi o primeiro visitante eletrônico da máquina, em Fla
4 x 0 América, pelo Campeonato Especial Carioca, em 11 de janeiro de 1979. Hoje,
aquele placar não existe mais. Numa reforma feita entre 2005/2006, foi trocado
por um modelo com imagens coloridas, de LCD - o estádio ganhou, também, telões na cobertura.
O Maracanã, que ficou
famoso como o maior estádio do mundo, a partir da década-1950 - e assim viveu,
até poucos antes da Copa do Mundo-2014 -, teve três placares eletrônicos, antes
de inaugurar um moderninho, em 1979.
Um dos antigões foi para onde o Friburguense mandava os seus jogos, em
Friburgo-RJ, e o outro para o Estádio
Giulitte Coutinho, do América-RJ, em Mesquita-RJ. O terceiro, pelo o informado,
iria para o Estádio Aniceto Moscoso, do Madureira-RJ. Mas o Tricolor Suburbano negou recebimento.
Por onde anda?
Reinaldo clicado por Manchete Esportiva em Fla 4 x 0 América
Veio, então, o domingo do fevereiro de 1979, com o Flamengo enfrentando o América, no Maracanã. Na
promoção do jogo, badalou-se a inauguração do novo placar eletrônico da casa,
moderníssimo para a época, escrevendo o nome de quem marcou o gol, do público e
da renda. Primeiro nome a aparecer no painel: Reinaldo, o ponta-direita
rubro-negro, ex-americano – ainda não se falava em Lei do Ex – Cantarelli; ToninhoBaiano, Rondinelli, Manguito e Júnior;
Leandro, Adílio e Zico; Reinaldo, Cláudio Adão (Luisinho) e Júlio César “Uri
Geller” foi o time escalado pelo treinador.... para esta partida apitada
por Luís Carlos Félix Ferreira.
A galera flamenguista, maioria dentro dos 45.021 pagantes, esperava ver o seu grande ídolo, Zico, inaugurando o placar – ele marcou dois, aos 80 e aos 82 minutos, depois de Adílio ter deixado o dele, aos 73 -, mas a glória ficou mesmo foi para Reinaldo, aos 28 minutos. Ele havia se destacado pelo América, nos 52 jogos disputados pelo Diabo Rubro (apelido dos americanos), entre 1976 e 1978, mas era de fazer poucos gols: só cinco naquele período. No Flamengo, em 27 contendas, marcou só aquele tento. Mas o bastante para ficar na história do clube, pelo qual foi Campeão do Estadual-RJ e do Especial, ambos de 1979, e do Brasileiro-1980.
De 1980 a 1989, quando encerrou a carreira, Reinaldo ciganou pelo futebol mexicano, vestindo as camisas de Leones Negros, Monterrey e Tampico Madero. Em 2001, iniciou vida de treinador, pelo CFZ, do amigo Zico. Em 2002, veio comandar uma filial daquele time no Campeonato Candango e ficou campeão. E tornou-se cidadão do futebol candango, já tendo treinado mais: Ceilândia, Legião, Brasiliense, Gama e Sobradinho. Só saiu, em 2010, para comandar o time do Atlético Goianiense. Nascido na paulista São Vicente, em 5 de janeiro de 1954, no futebol brasiliense ele é chamado por Gueldini.
Nenhum comentário:
Postar um comentário