Vasco

Vasco

domingo, 13 de agosto de 2017

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - LÚCIA, A MOÇA DO ÚLTIMO BOLERO

 Jovem, loira, bonita e muito bem casada. Diziam que que ela só não parava o trânsito porque só saía de casa dentro de um carro. Era considerada, pelo colunista social mais badalado do jornalismo carioca, Ibrahim Sued, uma das melhores anfitriãs da Cidade Maravilhosa.
Isso tudo aí estava na pele de Maria Lúcia Pedroso, a mulher do deputado José Pedroso. No sexto andar do Edifício Golden Gate, com janelas abertas par o mar de Copacabana, na Avenida Atlântica, ela promovia grandes festas. Ficaram famosos os coquetéis levados aos convidados por mordomos vestidos de vermelho e banquetes de fazer inveja a reis e rainhas.
 Foi durante uma destas festas que Maria Lúcia iniciou um caso, em 1958, com o presidente Juscelino Kubitscheck, que era casado com a mais querida de todas as primeiras-damas do país, a Dona Sarah,  ou Sarah Lemos, o seu nome de solteira.
Após a primeira dança com o JK, durante um de suas festas noturnas, Maria Lúcia não parou mais de dançar com o convidado especial. No último bolero daquela noite, ela foi convidada para um chá no Palácio do Catete, a sede executiva do governo, no Rio de Janeiro da década-1950. Depois disso, tornaram-se amantes.
Foto reproduzida de
 www.deolhoseouvidos.com.br
JUSCELINO KUBITSCHECK era um chefe de estado que modernizava o Brasil e construía Brasília, a nova capital do país. Tinha a fama de boêmio e apreciador de rodas de danças. Também, cantava e molhava o pescoço por dentro, embora sem encher a cara. Mas não dispensava, com moderação, champanhe rosé e uísque. No dia em que uma dança iniciou o seu caso com Maria Lúcia, ela oferecia-lhe um jantar comemorando aos seus 56 de vida. Estava com 23. Portanto, 33 mais nova do que ele, que poderia ser seu pai.  
O amor clandestino só chegou ao conhecimento do marido dela uma década passada, em 1968. Sarah já era, embora tentasse salvar o casamento, proibindo-o de ir ao Rio de Janeiro, para não ver a “outra” no apartamento em que se encontravam, secretamente, no Leme. De sua parte, o marido deputado, para evitar um escândalo que prejudicasse a sua imagem com parlamentar, passou a dormir em quarto separado, sem providenciar a separação. 
HÁ TRÊS SEMANAS de celebrar 74 de vida, com Sarah falando em desquite, o JK , que já havia passado por enfartes e sofria com pressão alta, gota e diabetes, viajou, clandestinamente, ao Rio de Janeiro, para encontrar Maria Lúcia. Não a encontrou.
No domingo 22 de agosto de 1976, o Chevrolet Opala cinza metálico em que  viajava foi fechado por um ônibus da Viação Cometa, no quilômetro 165 da Via Dutra, perto de Resende-RJ, no sentido São Paulo-Rio de Janeiro.
 Desgovernado, atravessou a pista, colidiu, de frente, com uma carreta emplacada em Orleães-SC, transformando-se ferragens retorcidas, com vidros estilhaçados e o corpo do ex-presidente e do motorista Geraldo Ribeiro irreconhecíveis. O motorista do ônibus, Josias Nunes de Oliveira, foi julgado duas vezes e absolvido.
Quando a TV Globo mandou ao ar uma mini-série sobre a vida do JK, Maria Lúcia queixou-se à Lili Marinho, a mulher de Roberto Marinho, o dono da casa, que ele fora tratada como uma prostituta, pelo roteiro. O que não era e nunca fora. Simplesmente, fora o grande amor do JK.

Nenhum comentário:

Postar um comentário