Vasco

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terça-feira, 6 de junho de 2023

WILSINHO VALE QUANDO $ PEDE

  Para a torcida do Flamengo, seu principal astro, o meia-atacante Zico, valia milhões, bilhões, trilhões; para os cartolas do Vasco da Gama, o ponta-direita Wilsinho não valia Cr$ 350 mil cruzeiros, o que o carinha pedia, mensalmente, para renovar contrato. Mas ele garantia valer e, para provar, entrou em campo - estando há um mês sem vínculo com o Almirante -  para enfrentar o Flamengo, o maior rival dos vascaínos, pela 11º rodada do segundo turno do Estadual-RJ.

Bela tarde do domingo 19 de março de 1981. Os vascaínos vinham de apertados 3 x 2 Bangu – 16.09.1981 -, enquanto os flamenguistas haviam mandado fáceis, fáceis 3 x 0 Olaria, um dia depois. O clima era ótimo para o Clássico dos Milhões arrebentar a boca do balão (gíria oitentista). Tão favorável que o Maracanã recebeu 84.122 pagantes, além de milhares de caronas.

Rola a bola e a primeira meia-hora de pugna foi de muito equilíbrio. Os torcedores rubro-negros que espravam ver o Galinho (apelido do Zico) estraçalhar o Bacalhãu (apelido sessentista do Vasco da Gama) viram foi Wilsinho sufocando o lateral-esquerdo do Urubu (apelido flamenguista, da mesmas época), Leovegildo Júnior. Aos 34 minutos, o goleiro flamenguista Raul Guilherme deu rebote a um chute vascaíno e Wilsinho surgiu na frntre dele, como um raio, para amansar a maricota e deitá-la na rede.

REPRODUÇÃO DE TV VASCO

Enquanto o meia Zico fora discreto durante o primeiro tempo, Wilsinho, que a torcida vascaína o chamava por "Xodó da Vovó" foi para o intervalo supermotivado, dizendo aos repórters que estava na hora de o treinador da Seleção Braileira, o chato Telê Sanana, voltar a pensar nele, que se declarava um ponteiro veloz e que sabia marcar  – jogara 45 minutos de um amistoso Brasil 1 x 0 Milan-ITA, em 1977, no Maracanã. 

Aos 24 de idade, naquela tarde, Wilson Costa Mendonça voava,tgmbém, em sonhos, enquanto fazia a sua maior partida pelo time do Almirante. Além de bater na rede, mostrou fôlego para marcar os atacantes rubro-negros que pintavam em seu pedaço, e acompanhou todos os avanços do ofensivíssimo lateral Júnior, que considerou a atuação dele a mais perfeita de um ponteiro que havia marcado. Por causa daquela atuação, o Flamengo o contratou, em 1982.

Quanto ao clássico do 19 de setembro de 1981, o tal terminou no 1 x 1, com o Zico empatando a parada, no segundo tempo. O Vasco da Gama alinhou: Mazaropi; Rosemiro, Nei, Ivan e João Luís; Serginho Dudu e Amauri; Wilsinho, Roberto Dinamite e Silvinho (Renato Sá), treinados por Antônio Lopes. 

22.06.1988 – O Vasco da Gama fora bicampeão carioca-1923/24 e 1949/1950. Perseguia o “tribi ” há quase quatro décadas, quando a chance veio na data à lateral-esquerda acima. Em noite quartafeirana, 31.816 pagantes deixaram a sua grana no cofre do Maracanã para assistir a mais um Clássico dos Milhões. Jogo duro, sem trabalho para o garoto do placar, até que o treinador vascaíno, Sebastião Lazaroni, trocou o ponteiro-direito Vivinho pelo lateral Cocada, aos 41 minutos, ou aos 87. Da primeira bola que pegou, aos 44, o Cocada progrediu, pela direita, tirou o zagueiro rubro-negro Edinho da frente e disparou um míssil indefensável para a rede flamenguista. Vasco 1 x 0 e “tribi”, em grande estilo, marcando 104 gols durante a campanha, com 34 de Romário, que substituíra Roberto Dinamite, que passara quase toda a temporada se recuperando de contusão – Acácio; Paulo Roberto Gaúcho, Donato, Fernando César e Mazinho; Zé do Carmo, Henrique e Geovani; Vivinho (Cocada), Romário e Bismarck foi o time. Sempre disputando as artilharias dos Estaduais-RJ, daquela vez, o Dinamite só fez um gol – 20.02.1988 – em Vasco da Gama 1 x 2 Americano, no Estádio Godofredo Cruz, em Campos-RJ, aos 27 minutos do primeiro tempo, quando formou dupla fatal com Romário, em prélio de apenas 5.588 pagantes, no primeiro turno. Depois, só voltou a jogar em  - 07.05.1988 - Vasco 1 x 0 Flamengo e em – 14.05.1988 – Vasco 2 x 0 América, pelo segundo turno.         

30.05.1989 - O Vasco da Gama vinha bem no início da Taça Rio, o segundo turno do Estadual-RJ, iniciado pelo 29 de abril. Fizera 3 x 2 Cabofriense; 4  x 1 Volta Redonda; 1 x 0 Itaperuna; 3 x 0 Olaria; 2 x 1 América, de Três Rios, e empatara 1 x 1 Botafogo. Bom para a campanha de cinco jogos e 16 gols. Menos para a torcida cruzmaltina, segundo a qual aquele time “não estava com nada”. Dizia que vencia, mas não convencia. Daquele jeito, o Almirante foi para um clássico com o Fluminense, time do qual a Turma da Colina tinha o maior pavor, principalmente o apoiador França, para quem “enfrentar aquele time era um desespero”, assegurava, apoiado pelo também mêiuquêro Zé do Carmo: “Tem fama de ‘grande’, mas joga só na defesa”, criticava. Otimista só o artilheiro Roberto Dinamite. “O Fluminense é o time que já levou mais gols meus”, citava, respaldado pelas estatísticas que registravam 39 bolas mandadas por ele às redes tricolores.

 Veio o clássico, no Maracanã, com 13.899 pagantes. O pavoroso adversário que jogava trancado lá atrás segurou 1 x 0 de frente até pertinho do final. Aos 40 minutos, o Dinamite bateu pênalti e fez o seu 40ºo gol sobre o Flu. Aquele era o Jogo 1 do Teste 962 da Loteria Esportiva e, por 1 x 1, o Almira escrevia o seu empate 144 na apelidada Loteca. Tudo com quastro pelo meio, como time usando 14 peças, o treinador Sérgio Cosme e os jogadores: Acácio; Paulo Roberto Gaúcho, Fernando César e Mazinho; Zé do Carmo, França (Sorato) e Ernàni; Vivinho (Geovani), Roberto Dinamite e William.  

 

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