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quinta-feira, 8 de junho de 2023

TRAGÉDIAS DA COLINA – FLUMINADAÇO

   Em 1976, a Loteria Esportiva ainda fazia o brasileiro sonhar com riqueza. O torcedor dos times de futebol procuravam saber de tudo sobre os pouquíssimos divulgados, logicamente, de centro menores, para não saírem do sonho logo no sábado. Era um tempo em que surgiam várias revistinhas especializadas nos concursos semanais e em que os jornais faziam páginas inteiras, nas segundas-feiras, fornecendo dicas aos apostadores. As informações mais completas eram as das revistas paulistana Placar, que tinha correspondentes em todos os Estados.

 Por aquele 1976, os concursos semanais eram com 13 jogos e as publicações usavam muito ilustrações com a figura da zebra, alusivas a resultados imprevistos, tirados do popular ‘vai dar zebra”, animal que não constava do Jogo do Bicho. Se não houvessem os zebrões, com certeza, não haveriam os bolões, isto é, festival de apostas.

 No Concurso 312, rolado na segunda quinzena de novembro daquele 1976, o Jogo 13 escolhido pela Caixa Econômica Federal, a administradora da loteria, foi Fluminense x Vasco da Gama, pelo Campeonato Brasileiro. A torcida vascaína até tinha motivos para acreditar que daria a Coluna 2, pois a Turma da Colina vinha de três vitórias – 3 x 2 América-MG; 1 x 0 Misto-MT; 1 x 0 CRB-AL - um empate – 1 x 1 Náutico-PE - e só uma escorregada – 0 x 1 Bahia. Mas o Fluminense era muito mais forte, tinha uma autêntica seleção favorita, com craques como Carlos Alberto Torres, Edinho Nazaré, Rodrigues Neto, Pintinho, Gil, Dirceu Guimarães, Rivellino e Paulo César Lima. Chegava para o confronto com três vitórias – 2 x 1 Grêmio-RS; 1 x 0 CRB-AL e 1 x 0 Flamengo – e dois empates – 1 x 1 Botafogo e 1 x 1 Goiás.

O pega rolou no 14 de novembro de 1976, levando 58.353 pagantes ao Maracanã, com o Flu dominando o Almirante, sem muitos problemas e mandasndo 3 x 0. O Vasco da Gama não tinha mesmo muito o que fazer diante daquele timaço tricolor, bastante superior. Foi para o vexame levado pelo treinador Paulo Emilio, que escalou: Mauro; Gílson Paulino, Abel Braga, Gaúcho e Marco Antônio Feliciano; Zé Mário, Zanatta e Luís Carlos Lemos; Luís Fumanchu, Roberto Dinamite e Galdino.

 

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