Vasco

Vasco

domingo, 10 de abril de 2016

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - O CONTO DE FADA DA DUQUESA DE GOIÁS

 A mãe dela, a Marquesa de Santos – Domitila de Castro e Canto Melo – foi e segue sendo uma das figuras mais curiosas da história do Brasil. De sua parte, ela é uma das menos conhecidas. Mas foi uma das mais felizes. Caprichos do destino.
Reconhecida pelo pai imperador, dois anos após o seu nascimento, Isabel Maria de Alcântara Brasileira foi rejeitada pelas duas mulheres de Dom Pedro I – Leopoldina de Habsburgo e Amélia de Leuchtenberg – mas terminou vivendo uma história daquelas que começam com “era uma vez...”

Reproduzido de pt.wikipedia.org
Primeira e única Duquesa de Goiás – tratada como protetora da província –, Isabel Maria foi uma carioca batizada oito dias após o nascimento, em 23 de maio de 1824, e que viveu até 3 de novembro de 1898, quando residia na hoje alemã Murnau am   Staffelse.
Dom Pedro I queria dar-lhe a mesma educação que recebiam as princesas Maria da Glória (futura rainha de Portugal), Januária, Francisca e Paula Mariana. Como encontrou resistência em casa, deu-lhe o título nobiliárquio, em 4 de julho de 1826, e os direitos de ser tratada por Sua Alteza e de receber continência das Forças Armadas. 
Rejeitada, também, por Maria da Glória e Paula Mariana, que não a aceitaram no Palácio São Cristóvão, a garota foi enviada para morar em uma fazenda imperial, com a mãe, que já estava divorciada de Felisberto Pinto Coelho de Mendonça, desde 21 de maio de 1824.
Como a sua família imperial recusava-se a conviver com Isabel Maria, Dom Pedro I a enviou, em 25 de novembro de 1829, para  ser educada na Europa, matriculando-a no Colégio Sagrado Coração, de Paris, onde ficou sob a responsabilidade de José Marcelino Gonçalves. Quis o destino que Dom Pedro tivesse de passar um tempo na França e a Duquesa fosse morar com ele, para Amélia gostar dela e adotá-la como filha.
De volta a Portugal, para combater o irmão Miguel, que usurpara o trono da sua filha Maria da Glória, Dom Pedro devolveu Isabel Maria ao mesmo colégio e por lá ela terminou os estudos. Próximo passo: seguir para a Munique, ficando sob a tutoria do Marquês de Rezende e a proteção de Dona Amélia de Leuchtenberg. E esta arranjou-lhe o casamento dos sonhos, em 17 de abril de 1843, com o segundo Conde von Treuberg e segundo Barão von Holsen,  do então reino da Baviera. Ernesto José João Fischler von Treuberg fez da noiva uma das mulheres mais do que muito feliz do planeta.
Reproduzido de pt.wikipedia.org
 A Marquesa de Santos nunca mais viu a Duquesa de Goiás, a partir de 1929, quando Don Pedro I mandou a mais famosas modista francesa no Rio de Janeiro, Ana Durocher, aprontar o seu enxoval para ela deixar o Brasil. Além do titulo nobiliárquico, ele mimou-a incorporando à frota brasileira, em 1826,  a corveta Duquesa de Goiás, que não teve a mesma sorte da xará. Naufragou à entrada da barra do Rio Negro, em 27 de fevereiro de 1827, durante a Guerra da Cisplatina.
 Enquanto Isabel Maria era feliz, o mesmo não acontecia com a sua irmã paulista Maria Isabel Alcântara Brasileira, nascida em 28 de fevereiro de 1830. Em 1831, quando já estava no exílio, Dom Pedro pediu a Domitila que a enviasse para também educá-la na Europa, mas a antiga amante exigiu que ela fosse junto. Dom Pedro não era maluco para arrumar confusão com Dona Amélia. E Maria Isabel ficou por aqui. Casou-se com o Conde de Iguaçu, Pedro Caldeira Brant, filho do Visconde de Barbacena (negociador do casamento de Dom Pedro I com  Amélia de Leuctenberg) e o máximo que conseguiu foi ser Condessa de Iguaçu e apaixonar o poeta Alvares de Azevedo
 Enquanto Maria Isabel fracassava no casamento e a Marquesa de Santos passava os seus últimos dias de vida sentada no chão de barro duro da cozinha de sua casa, com os pés descalços e fumando um cachimbo, a Duquesa de Goiás vivia na Europa, como mãe de quatro filhos da nobreza – Maria Amélia Fischler von Treuberg; Fernando; Augusta Maria e Francisco Xavier – e como Duquesa de Goiás, Condessa de Treuberg e Baronesa de Holsen. Mais do que um conto de fadas, para quem fora uma menina rejeitada.

   

 

 

 

2 comentários: