A mãe dela, a Marquesa de Santos – Domitila de
Castro e Canto Melo – foi e segue sendo uma das figuras mais curiosas
da história do Brasil. De sua parte, ela é uma das menos conhecidas. Mas foi
uma das mais felizes. Caprichos do destino.
Reconhecida
pelo pai imperador, dois anos após o seu nascimento, Isabel Maria de Alcântara Brasileira foi rejeitada
pelas duas mulheres de Dom Pedro I – Leopoldina de Habsburgo e Amélia de
Leuchtenberg – mas terminou vivendo uma história daquelas que começam com “era
uma vez...”
Primeira e
única Duquesa de Goiás – tratada como protetora da província –, Isabel Maria foi uma carioca batizada oito dias após o nascimento, em 23
de maio de 1824, e que viveu até 3 de novembro de 1898, quando residia na hoje
alemã Murnau am Staffelse.
Reproduzido de pt.wikipedia.org |
Dom Pedro I queria dar-lhe a mesma educação
que recebiam as princesas Maria da Glória (futura rainha de Portugal),
Januária, Francisca e Paula Mariana. Como encontrou resistência em casa, deu-lhe
o título nobiliárquio, em 4 de julho de 1826, e os direitos de ser tratada por
Sua Alteza e de receber continência das Forças Armadas.
Rejeitada, também, por Maria da Glória e Paula
Mariana, que não a aceitaram no Palácio São Cristóvão, a garota foi enviada
para morar em uma fazenda imperial, com a mãe, que já estava divorciada de
Felisberto Pinto Coelho de Mendonça, desde 21 de maio de 1824.
Como a sua família imperial recusava-se a conviver com Isabel Maria, Dom Pedro I a enviou, em 25 de novembro de 1829, para ser educada na Europa, matriculando-a no Colégio Sagrado Coração, de Paris, onde ficou sob a responsabilidade de José Marcelino Gonçalves. Quis o destino que Dom Pedro tivesse de passar um tempo na França e a Duquesa fosse morar com ele, para Amélia gostar dela e adotá-la como filha.
Como a sua família imperial recusava-se a conviver com Isabel Maria, Dom Pedro I a enviou, em 25 de novembro de 1829, para ser educada na Europa, matriculando-a no Colégio Sagrado Coração, de Paris, onde ficou sob a responsabilidade de José Marcelino Gonçalves. Quis o destino que Dom Pedro tivesse de passar um tempo na França e a Duquesa fosse morar com ele, para Amélia gostar dela e adotá-la como filha.
De volta a Portugal, para combater o irmão Miguel,
que usurpara o trono da sua filha Maria da Glória, Dom Pedro devolveu Isabel
Maria ao mesmo colégio e por lá ela terminou os estudos. Próximo passo: seguir
para a Munique, ficando sob a tutoria do Marquês de Rezende e a proteção de
Dona Amélia de Leuchtenberg. E esta arranjou-lhe o casamento dos sonhos, em 17
de abril de 1843, com o segundo Conde von Treuberg e segundo Barão von
Holsen, do então reino da Baviera. Ernesto
José João Fischler von Treuberg fez da noiva uma das mulheres mais do que muito
feliz do planeta.
Reproduzido de pt.wikipedia.org |
Enquanto
Isabel Maria era feliz, o mesmo não acontecia com a sua irmã paulista Maria
Isabel Alcântara Brasileira, nascida em 28 de fevereiro de 1830. Em 1831, quando
já estava no exílio, Dom Pedro pediu a Domitila que a enviasse para também
educá-la na Europa, mas a antiga amante exigiu que ela fosse junto. Dom Pedro
não era maluco para arrumar confusão com Dona Amélia. E Maria Isabel ficou por
aqui. Casou-se com o Conde de Iguaçu, Pedro Caldeira Brant, filho do Visconde
de Barbacena (negociador do casamento de Dom Pedro I com Amélia de Leuctenberg) e o máximo que
conseguiu foi ser Condessa de Iguaçu e apaixonar o poeta Alvares de Azevedo
Enquanto Maria
Isabel fracassava no casamento e a Marquesa de Santos passava os seus últimos
dias de vida sentada no chão de barro duro da cozinha de sua casa, com os pés
descalços e fumando um cachimbo, a Duquesa de Goiás vivia na Europa, como mãe de
quatro filhos da nobreza – Maria Amélia Fischler von Treuberg; Fernando;
Augusta Maria e Francisco Xavier – e como Duquesa de Goiás, Condessa de
Treuberg e Baronesa de Holsen. Mais do que um conto de fadas, para quem fora
uma menina rejeitada.
Muito bom. Uma bela aula de nossa história. Meus parabéns pela postagem.
ResponderExcluirViajei na história.
ResponderExcluir