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domingo, 17 de abril de 2016

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - GIOVANNA, UMA AUGUSTA CONDESSA

Reproduzido de capa de "O Cruzeiro"
 Maria Emanuela Salvatrice, ou Condesssa Giovanna Augusta, filha do Conde Domenico Augusta,   milionário italiano racista e fabricante de helicópteros, viveu uma corajosa história de amor. Seu pai fez de tudo para impedi-la de casar-se (era menor de idade), com um negro brasileiro e jogador de futebol, cujo patrimônio resumia-se a 85 jogos e 16 gols pelo Flamengo, entre 1958 e 1962. Além de uma convocação para os preparativos da Seleção Brasileira que disputaria a chilena Copa do Mundo-1962. 
 Incomodado pelo namoro da filha, o Conde Augusta pressionou o Milan a mandar o “genro” embora de Milão. E, em 1965, ele foi emprestado ao Palmeiras, pelo qual aumentou o seu patrimônio em mais seis gols, em 38 partidas. Muito pouco diante da conta bancária da família Augusta, além da diferença epidérmica, é claro!
Germano “reatravessou” o Atlântico, mas o oceano não engoliu o amor proibido da Condessa. Em 1966, ele estava de volta a Milão, onde Domenico não o queria. E foi “reemprestado”, daquela vez, ao belga Standard Liège. Mais perto, a herdeira do industrial fugiu para reencontrá-lo e tentarem casarem-se. Como o artigo 173 do Código Civil daquele país europeu dava ao pai e a mãe (conjunta ou isoladamente) o direito de oporem-se ao matrimônio, enquanto a filha (ou o filho) não atingisse os 25 anos de idade, o rico racista recorreu à justiça belga e barrou o andamento dos documentos que tramitavam na cidade.  Mas não teve jeito. Em 1967, finalmente, a condessa e o ponta-esquerda negro trocaram alianças.
Reproduzido de www.blogdonorusca.blogspot.com.br
Em 1970, a linda história de amor acabou em divórcio – Germano voltou para Conselheiro Pena-MG, tornou-se fazendeiro, casou-se com Bernardina Ferreira e com ela teve dois filhos. Se só tinha o título de campeão do Torneio-Rio-São Paulo-1961, a sua aventura europeia aumentou-lhe o currículo conquistando a Copa dos Campeões-1963, pelo Milan, e o bicampeonato da Bélgica, em 1966/1967, pelo Standard (o defendeu até 1970) e produzindo um belo rebento, a condessinha Giovana Clara Maria Germano, a Lulu.
De sua parte, a Condessa Giovanna foi para os Estados Unidos, casou-se (e separou-se) com um empresário asiático e, depois, foi viver com um médico negro – o Conde Augusta já tinha visto aquele filme, antes.  

 

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