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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

HISTÓRIAS DO KIKE - BOLARIA CANDANGA

1 – Quando a Seleção Brasileira trouxe o “tri” da Copa do Mundo do México-1970, empolgado, o torcedor Manoel Ramos, humilde servidor do Palácio do Planalto, fundou um time de futebol com o nome de Canarinho. Seis temporadas depois, o inscreveu na disputa do I Campeonato Brasiliense de Futebol Profissional. Na verdade, o Canarinho fez o futebol profissional. Cumpria as formalidades e ficava na dele. Não tinha sede e nem campo para treinar. Na maioria das vezes, arrumava um campo de barro duro, em Taguatinga Sul. Pela última semana de maio de 1976, a turma de uniforme amarelo e preto foi treinar. Só que não havia traves no campo. Eram seis da manhã e todos se espantaram com a surpresa: as balizas haviam sido roubadas. Sem problemas. Por perto, havia uma igreja protestante, com o seu terreno contendo campo de futebol. Manoel Ramos foi até o pastor e explicou-lhe o dilema do seu time. O homem colaborou e o Canarinho voou para o campo. De sua parte, Manoel Ramos foi à uma delegacia policial registrar o sumiço das traves. Perdeu tempo, pois ele não era o proprietário do terreno onde seu time treinava e nemo tinha dados para informar ao escrivão.

 

Reprodução do Jornal de Brasilia

2 – O Canarinho voou até 1978, quando anunciou fusão, com o Taguatinga Esporte Clube. Endureceu alguns jogos pelo Candangão-1976 e seus atletas eram apelidados por “coreanos”, por serem, na maioria, baixinhos. Em 5 de março de 1977, estreou no II Torneio Imprensa, que antecedia ao Campeonato da então Federação Metropolitana de Futebol, vendendo caro 1 x 2 Brasilia Esporte Clube. Naquele dia, os “canários” foram: Beto; Aécio, Pará, Ivan e Bolinha; Déo, Maninho e Ariston; Belo, Robertinho e Zé Crioulo que, depois passou, a ser Zé Vieira.. De sua parte, o Brasillia alinhava: Déo; Sidney, Jonas ‘Foca’, Fleury e Edvaldo; Luís Carlos, Rogério e Ernane Banana (Wellington); Júlio César, Léo ‘Fuminho’ e Ney.

 

3 - O Canarinho tinha um jogador de nível intelectual bem mais elevado do que os companheiros, o defensor Maninho, que era professor da Fundação Educacional do DF. Certa vez, ele recebeu um telefonema da Caixa Econômica Federal, avisando-lhe que ele iria receber um prêmio. Maninho assustou-se, pois não achava que ele seria tão bom de bola assim. A premiação, no entanto, fazia parte do marketing da Caixa, que premiava quem marcasse o primeiro e o último gols da rodada semanal da Loteria Esportiva (atual Loteca).



 

4 – Naquele mesmo 5 de março de 1977, a novidade da temporada era mais um time amador transformado em profissional, o Demabra.
Formado pelos peladeiros de uma madeireira homônima, de propriedade de João Aureliano, torcedor tipo Manoel Ramos e que pagava todas as despesas para jogar, em tempo em que ainda não havia patrocínios (oficiais) no futebol brasileiro. João Aureliano só fazia uma exigência ao treinador: desse um jeito de Góes jogar, pois era seu cunhado. O Demabra estreou levando 3 x 0 do Grêmio Brasiliense, com esta formação pioneira: Mauro; Enéas, Gilberto, Waldeci (Góes) e Domingos; Wilmar, Messias e Cícero; Zezinho (Bráulio), Anapolino e Geraldo (Gerson). O Grêmio foi: Wladimir; Ademir, Raul, Edson e Crispim; Gilberto, Roberto e Eli; Britinho, Wilson é Zé Carlos, tendo Britinho, Wilson e Eli sido os goleadores.

OBS: o bom do time era o latera-esquerdo Gilberto, que morava em Planaltina e trabalhava como cobrador da TCB-Transporte Coletivo Brasiliense. Para Goés ser titular, ele foi deslocado para a lateral-direita.


 


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