O flamenguista Cláudio Coutinho, frequentador do clube e torcedor de arquibancada, havia sido tricampeão carioca de voleibol-1959/60/61 e nunca pensado em ser treinador de time de futebol. Um dia, pelo chamado inteiro acaso, lá estava ele, na Gávea, comandando a rapaziada rubro-negra. Mas sua vida profissional no futebol começara pelo rival Vasco da Gama.
Era 1970, quando quando Admildo Chirol, o preparador
físico da Seleção Brasileira, o convidou (juntamente com Carlos Albero Pareira)
para ser um dos seus seu auxiliares. Até então, ele era professor de futebol de
salão e de voleibol, na Escola de Educação Física do Exército, e dominava bem os métodos de preparação física do
norte-americano Kenneth Cooper, o que interessava ao Chirol. Graduado, em
Educação Física, desde 1965, com especialização em esportes terrestres
(futebol, futsal, basquetebol e voleibol), ele não se limitava à teoria, indo a
treinos dos clubes cariocas para juntar aprendizados. Pontos positivos que o
Chirol usou para fazer a Confederação Brasileira de Desportos-CBD incluí-lo na
comissão técnica do selecionado que iria à Copa do Mundo do México-70.
Em 1971, Cláudio Coutinho pediu baixa do cargo
de capitão do Exército, para trabalhar, novamente, com Admildo Chirol, daquela
vez sendo o supervidor da equipe de futebol do Vasco da Gama. Viu Roberto Dinamite surgir, pois foi o Chirol quem lançou o garoto, com
17 de idade, no time principal cruzmaltino. Cláudio Coutinho estava lá na Fonte Nova, naquela noite, em que que o "Garoto Dinanite" explodiu, no Maracanã, diante do Internacional. Mas ficou só por aquela
temporada em São Januário., Na seguinte, voltou à CBD, pra ser o
supervisor do grupo que disputaria (e conquistou) a Taça Independência,
comemorativa dos 150 aniversários da separação política do Brasil de Portugal.
Depois daquilo, Cláudio Pêcego de Moraes
Coutinho experimentou a ciganagem tão
comum no futebol, trabalhando para a seleção peruana (preprador físico) e sendo
supervisor do Botafogo e da Seleção Brasileira da Copa do Mundo-1974; do
francês Olyimpique, de Mareselha-1975, e de volta à CBD para supervisionar o
futebol amador – ciganadinha legal!
Froner mandado
embora, Hélio Maurício planejou repatriar (Mário Jorge Lobo) Zagallo para substituir
o "gaúcho compolicado”, como todos falavam na Gávea. Como o Lobo não poderia vir
logo, pediu à CBD pra liberar Oswaldo Brandão, com o que não concordou a entidade, que deu uma de boazinha com o Flamengo, oferecendo emprestar Cláudio Coutinho,
até janeiro de 1979, para tapar buraco, até o Zagallo voltar da Arábias.
Coutinho topou, aproveitou quase tudo o que o “chato” coronel Coronel Froner havia deixado, implantou coisas dele ao trabalho no Fla e, em pouco tempo, Hélio Maurício já não pensava mais em Zagallo. De 6 de agosto de 1978 a 30 de novembro de 1980, ele comandou o time rubro-negro em 131 vitórias, 40 empates e 18 escorregadas. Diante do Vasco da Gama, o seu primeiro patrão no futebol de clubes, ele o encarou, pela primeira vez, no 0 x 0 de 17 de setembro do mesmo 1978, pelo Campeonato Carioca/Taça Guanabara, diante de 120. 655 pagantes.
Nascido em Dom Pedrito no Rio Grande do Sul, Cláudio
Coutinho viveu entre 5 de janeiro de 1939 a 27 de novembro de 1981.