Vasco

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domingo, 30 de abril de 2023

O VASCAÍNO CLAUDIO COUTINHO

  O flamenguista Cláudio Coutinho, frequentador do clube e torcedor de arquibancada, havia sido tricampeão carioca de voleibol-1959/60/61 e nunca pensado em ser treinador de time de futebol. Um dia, pelo chamado inteiro acaso, lá estava ele, na Gávea, comandando a rapaziada rubro-negra. Mas sua vida profissional no futebol começara pelo rival Vasco da Gama.

 Era 1970, quando quando Admildo Chirol, o preparador físico da Seleção Brasileira, o convidou (juntamente com Carlos Albero Pareira) para ser um dos seus seu auxiliares. Até então, ele era professor de futebol de salão e de voleibol, na Escola de Educação Física do Exército, e dominava bem  os métodos de preparação física do norte-americano Kenneth Cooper, o que interessava ao Chirol. Graduado, em Educação Física, desde 1965, com especialização em esportes terrestres (futebol, futsal, basquetebol e voleibol), ele não se limitava à teoria, indo a treinos dos clubes cariocas para juntar aprendizados. Pontos positivos que o Chirol usou para fazer a Confederação Brasileira de Desportos-CBD incluí-lo na comissão técnica do selecionado que iria à Copa do Mundo do México-70.

 Em 1971, Cláudio Coutinho pediu baixa do cargo de capitão do Exército, para trabalhar, novamente, com Admildo Chirol, daquela vez sendo o supervidor da equipe de futebol do Vasco da Gama. Viu Roberto Dinamite surgir, pois foi o Chirol quem lançou o garoto, com 17 de idade, no time principal cruzmaltino. Cláudio Coutinho estava lá na Fonte Nova, naquela noite, em que que o "Garoto Dinanite" explodiu, no Maracanã, diante do Internacional. Mas ficou só por aquela temporada em São Januário., Na seguinte, voltou à CBD, pra ser o supervisor do grupo que disputaria (e conquistou) a Taça Independência, comemorativa dos 150 aniversários da separação política do Brasil de Portugal.

 Depois daquilo, Cláudio Pêcego de Moraes Coutinho experimentou a ciganagem tão comum no futebol, trabalhando para a seleção peruana (preprador físico) e sendo supervisor do Botafogo e da Seleção Brasileira da Copa do Mundo-1974; do francês Olyimpique, de Mareselha-1975, e de volta à CBD para supervisionar o futebol amador – ciganadinha legal!

FOTOMONTAGEM DO ÁLBUM DO TORCEDOR CRUZMALTINO RAIMUDINHO MARANHÃO


Foi por ali, aproximando-se das Olimpíadas da canadense Montreal-1976, que Cláudio Coutinho virou treinador de futebol. Às vésperas da competição, Zizinho (Thomás Soares da Silva, o Mestre Ziza) pediu demissão quando as inscrições já estavam encerradas. O jeito foi a CBD pedir-lhe que segurasse aquela barra, já ques ele havia supervisionado a garotada que disputara o Pan-Americano-1975, no México, e o Pré-Olímpico. Retornou com o quarto lugar – Brasil 0 x 0 Alemanha Oriental; 2 x 1 Espanha; 4 x 1 Isarael; 0 x 2 Polônia e 0 x 2 União Soviética (estes dois usavam seus principais atletas considerados amadores pelos seus governos) – com a sua cabeça pensando em voltar a ser supervisor ou preparador físico. E mais uma surpresa rolou pelo seu caminho: o Flamengo tinha um treinador que vinha vencendo e fazendo o time lotar estádios, o coronel gaúcho Carlos Froner. Só que o presidente Hélio Maurício  tentava a reeleição e o achava “o chato dos chatos”, o detestava. E livrou-se do homem, por achar que ele pudesse prejudicar os seus planos reeleitorais.

Froner mandado embora, Hélio Maurício planejou repatriar (Mário Jorge Lobo) Zagallo para substituir o "gaúcho compolicado”, como todos falavam na Gávea. Como o Lobo não poderia vir logo, pediu à CBD pra liberar Oswaldo Brandão, com o que não concordou a entidade, que deu uma de boazinha com o Flamengo, oferecendo emprestar Cláudio Coutinho, até janeiro de 1979, para tapar buraco, até o Zagallo voltar da Arábias.

 Coutinho topou, aproveitou quase tudo o que o “chato” coronel Coronel Froner havia deixado, implantou coisas dele ao trabalho no Fla e, em pouco tempo, Hélio Maurício já não pensava mais em Zagallo. De 6 de agosto de 1978 a 30 de novembro de 1980, ele comandou o time rubro-negro em 131 vitórias, 40 empates e 18 escorregadas. Diante do Vasco da Gama, o seu primeiro patrão no futebol de clubes, ele o encarou, pela primeira vez, no 0 x 0 de 17 de setembro do mesmo 1978, pelo Campeonato Carioca/Taça Guanabara, diante de 120. 655 pagantes.

 Nascido em Dom Pedrito no Rio Grande do Sul, Cláudio Coutinho viveu entre 5 de janeiro de 1939 a 27 de novembro de 1981.     

           

 

 

sábado, 29 de abril de 2023

DINAMITE CAMPEÃO MORAL EM 1978

Roberto Diamite havia sido convocado, pelo treinador Oswaldo Brandão para reforçar uma seleção mineira que representara o Brasil em duas partidas, contra o Peru, pela Copa América-1975, entre setembro/outubro de 1975. Voltou a ser chamado, em abril de 1976, para o time principal encarar os uruguaios, valendo a Taça do Atlântico/Copa Rio Branco. E, em maio, para ir ao Torneio Bicentenario da Idependência dos Estados Unidos. A partir dali, totalizou mais 22 partidas amistosas e 13 gols. Em fevereiro de 1977, Brandão caiu e sua vaga foi preenchida por Cláudio Coutinho, que o chamou para quatro prélios das Eliminatórias da Copa do Mundo-1978, e mais três amistosos.

Em 1978 e, dos cinco amistosos disputados pelo time canarinho, o Dinamite só teve uma convocação, pois não havia feito um bom Campeonato Brasileiro-1977, marcando só sete gols. Após o final daquele Brasileirão – começou em outubro e terminou em março de 1978 -  saiu a convocação do escrete canarinho para o Mundial da Argentina. O Dinamite, aos 23 de idade, esperava estar na lista dos convocados, mas o treinador Cláudio Coutinho preferiu para a posição dele o artilheiro Nunes, que havia encaçapado o dobro de gols do vascaíno no Brasileirão (14 x 7), ficando e terceiro lugar na escala dos “matadores”.

Que pacada para o Dinamite! Ele atravessava momento ruim não só dentro de campo, como fora. A segunda gravidez de sua mulher – Jurema – tinha sido muito acidentada, com o parto, em janeiro de 1978, prematuro, de sete meses, levando o bebê (Tatiana) a passar 20 dias em encubadeira. Deentro de campo, quando jogava comandado por Oswaldo Brandão, fazia na Seleção o mesmo que no Vasco da Gama. Com o Coutinho, tinha que voltar, buscar jogo. Não conseguia se enquadrar no “estilo polivalente”.

                                 REPRODUÇÃO DE SITE DA FIFA

Rola a bola, o Brasileirão-1978 e, no 25 de março, na casa do adversário, o Vasco da Gama mandou 3 x 1 Guarani de Campinas, com os três tentos marcados pelo Dinamite. Gols que começaram a mudar a sorte dele. Depois, marcou seis, em nove jogos, entre amistosos e o BR-78, e foi chamado para disputar a Copa do Mundo da Argentina. De início, não ficou nem no banco dos reservas. Mas, quando entrou no time, marcou três gols, em cinco jogos, e voltou “campeão moral”, no dizer do técnico Cláudio Coutinho, porque o Brasil não perdera nenhuma partida, ao contrário da campeã Argentina, que caíra em uma.

Vasco da Gama 3 x 1 Guarani de Campinas, da redenção do Dinamite, foi assistidoi por 10.3452 pagantes, apitado por Luis Zeltermann Tores-RS, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, com os tentos do artilheiro saíndo aos 5, 14 e 44 minutos do primeiro tempo. Seu time estava treinado por Orlando Fantoni e começou a peleja com: Mazaroppi; Orlando Lelé, Gaúcho, Geraldo e Marco Antônio Tri; Helinho, Zanttta e Paulo Roberto; Guina, Roberto Dinamite e Paulinho Massariol.       

             

 


sexta-feira, 28 de abril de 2023

O BOI-DE-PIRANHA ROBERTO DINAMITE

 O contrato de Roberto Dinamite terminaria no 31 de dezembro de 1976. Por considerá-lo o melhor atacante do futebol brasileiro, o presidente Francisco Horta, do Fluminense, oferecia Cr$ 4 milhões de cruzeiros (hoje, menos de R$ 2 milhões de reais) e mais o zagueiro Miguel, o apoiador Cléber o meia-atacante Dirceu para levar o astro do Vasco da Gama da época em que preço de atleta era uma mixaria em relação a hoje. Mas o Almirante não queria conversa, considerava o seu centroavante inegociável.

REPRODUÇÃO DE NETVASCO

Rondinelli foi um dos mais duros maracadores 

 Desde que Ademir Menezes, Vavá e Almir Pernambuquinho ficaram no passado, a Turma da Colina não tinha um centroavante como o Dinamite. Mas, para ser o maior ídolo da torcida vascaína, em 1976, ele tinha quer ser um autêntico “boi-de-piranha”. O esquema tático do treindor Paulo Emílio o sacrificava, mas o Dinamite segurava a barra apanhando - muito, muitíssimo - dos becões malvados. Quando nada, saía vivo dos prélios cruzmaltinos. “Atacante não pode pipocar. Se não encarar (a pancadaria), sempre que entrar na área os zagueiros vão pra cima dele com mais crueldade, ainda”, dizia Roberto aos repórteres que o viam mancando, todo ralado depois das partidas.

 Gol poderia até ser a coisa mais fácil para um artilheiro. Para Roberto Dinamite, custava caro. Um exemplo foi o que valeu vitória (1 x 0) sobre o Flamengo – 21 de novembro de 1976, pela terceira fase do Campeonato Brasileiro, no Maracanã. O segundo tempo passava da metade, o Fla dominava e os becões Rondinelli e Jaime o espanavam. O treinador Paulo Emílio, mais parecendo um vaqueiro de boi-de-piranha, não tinha a menor pena do Dinamite. Deixava-o sozinho na frente, mordidaço pelos marcadores. Mas não fugia da pancadaria. Aos 33 minutos, a zaga rubro-negra bobeou e ele encaçapou. Antes, porém, levou uma sarrafada daquelas de ser mandado pra Lua.

                               REPRODUÇÃO DO CORREIO DO BRASIL

                       Sozinho contra dois marcadores era muito normal

 Aquela maldade de Paulo Emilio com o seu goleador acontecia porque o Vasco não tinha mais o malandro Dé Aranha, que dividia com o Dinamite as recuetas para receber bolas, atacar e apanhar lá frente. Por ali, cabia a Luís Carlos “Tatu” Lemos armar jogadas e deixar Roberto apanhando sozinho nas jogadas de área. Ao contrário do que ocorria com os vascaínos, Fluminense e  Flamengo armavam um quaradono meio-de-campo e deixavam dois homens brigando com os beques. Assim, sendo boi-de-piranha, Roberto tinha 12 gols marcados pelos inícios de dezembro de 1976, enquanto os dois outros artilheiros de São Junuário, os também atacantes Galdino e Luis Carlos Lemos, só haviam marcado, respectivamente, quatro e três gols.

             Alto, magrão e leve quando chegou ao juvenil do Vasco da Gama

 Quando chegou ao Vasco da Gama, em 1969, com 15 de idade, pessando apenas 54 quilos – já media o seu definitivo 1m82cm de altura -, o garoto Roberto não aparentava a mínima perspectiva de ser um boi-de-piranha. Em 1976, pesando 76 quilos, o seu treinadorm simplesmente, via carne e músculos em um “jogador nóvel” e o mandava sobreviere em uma tática suicida – sobreviveu.        

quinta-feira, 27 de abril de 2023

DINAMITE EXPLODE PÊNALTI PARA FORA

  28 de maio de 1975 - o Vasco da Gama receberia o São Cristóvão, pelo segundo turno do Estadual-RJ, em uma noite de quarta-feira. Por ser considerado "jogo fácil", devido ao nível técnico das duas equipes, a torcdias crduzmaltina pouco compareceu ao estádio de São Januário - apenas 6. 065 pagantes, o que nem dava para cobrir as despesas da pugna.

Quem não compareceu ao prélio, deixou de conferir uma das maiores demonstrações de correção por parte de atletas diante de marcação equivocada do árbitro - Moaci Miguel dos Santos. O placar já marcava Vasco da Gama 2 x 0, com Roberto Dinamite batendo a rede, aos 12 minutos do primeiro tempo e aos 23 do segundo, quando o juiz marcou uma penalidade máxima contra o São Cristóvão. Ninguém no estádio vira infração no lance, o que revoltou os jogadores são-cristovenses e desconcertou, até mesmo, os cruzmaltinos. 

Roberto Dinamite reproduzido de www.netvasco.com.br

 Discussões rolavam entre visitantes e o árbitro, quando Roberto Dinamite pegou a bola, reuniu os seus companheiros e disse o famoso "deixa comigo, que eu resolvo esta parada". Foi cumprimentado até pelo Dé Aranha, especialista em cavar pênaltis. 

Após os adversários se acalmarem, inconformados com a marcação, o "Bob" colocou a bola na marca do pênalti e, ao ouvir o apito de Moacir, chutou-a, propositalmente, para fora. Ganhou apausos de todo o estádio e cumprimentos de todos os jogadores do "Santo" (apelido do São Cristóvão) - que marcou um golzinho, aos 43 minutos do segundo tempo, quando o anfitrião não queria mais nada com a maricota.

Mário Travaglini treinava a rapaziada do dia: Andrada; Paulo César Puruca, Miguel, Renê e Celso Alonso; Alcir, Zanatta e Luís Carlos Lemos; Carlihos (Galdino), Roberto Dinamite e Dé Aranha.           

quarta-feira, 26 de abril de 2023

BELAS PINTURAS DA ESQUINA DA COLINA

  Dois dos quadros mais bonitos pendurados na parede da história do Maracanã foram pintados por atletas cruzmaltinos. Quem afirma? Jornalistas e radialistas cariocas. Ambos, em domingos carioquíssimos, de muito sol (nas praias) e calor (na arquibancada e geral), o barato das duas épocas. 

A principal destas duas telas foi o “Gol Lençol’, colorido por por Roberto Dinamite, em 9 de maio de 1976, durnte a Taça Guanabra, então primeiro turno do Campeonato Carioca; o segundo, no 14 de dezembro de 1952, valendo pelo segundo turno do mesmo Estadual-RJ e assinada por Ademir Menezes.                                 

 A dinamitada do Roberto aconteceu quando o apoiador Carlos Alberto Zanatta lançou bola aérea para a área fatal dos alvinegros. O Dinamite a dominou no peito, encobriu o zagueiro Osmar Guarnelli e escreveu Vasco da Gama 2 x 1 Botafogo, aos 45 minutos do segundo tempo. Roberto havia marcado o primeiro tento vascaíno, aos 18 minutos da fase final, empatando o prélio em que os botafogueses haviam aberto o placar o marcador, aos 43 da etapa inicial. A virada do placar foi conferida por 39.232 pagantes que prestigiaram o prélio apitado por Armando Marques. O Almirante levou em sua nau que, naquela temporada, aportou na praia do vice-campeonato: Mazaropi; Gaúcho, Abel Braga, Renê e Marco Antônio Feliciano; Zé Mário, Zanatta e Luis Carlos Lemos; Luis Fumanchu, Robrto Dinamite e Dé, treinados por Paulo Emilio.

                        REPRODUÇÃO DO BLOG DENIMENEZES.COM 

   Roberto chapela Osmar no gol mais + mais já visto no "Maraca" 

A segunda pintura foi pincelada na presença de 12.810 pagantes que escutaram apitos trilados pelo inglês Thomas Tudor, com o Ademir batendo na rede, aos 14 minutos do segundo tempo, escrevendo Vasco da Gama 1 x 0 Flamengo. Aquele foi um dos 13 que ele marcou na competição que o teve por principal artilheiro do campeonato vencido pelo vascaínos, com 17 vitórias, dois empate e só uma escorregada, tendo somado 40 gols e levados 18 - saldo de 31 bolas no filó. Sobre o gol, foi escrito: “Ipojucan e Ademir fizeram uma das mais lindas jogadas da história do Maracanã. Ao perceber a defesa (rubro-negra) mal colocada, Ipojucan fez um toque, de calcanhar, para Ademir entrar livre e marcr (o gol) com um chute violento” – o que você vê nas fotos do lance.  

   REPRODUÇÃO DE ESPORTE ILUSTRADO

        Ademir solta a bomba e explode o maior rival...

 Depois daquela vitória, o Vasco da Gama disputou mais cinco partidas do Campeonato Carioca – 2 x 0 América; 4 x 1 Bonsucesso; 2 x 2 Fluminense; 2 x 1 Bangu e 1 x 0 Olaria – e que foram consideradas as últmas do Expresso da Vitória, a fortíssima equipe difícil de ser batida e que conquistou cinco Estaduais-RJ (1945/47/49/50/52) e um Sul-Americano (1948), em sete temporadas. Na vitória citada acima, a Turma da Colina, comandada pelo treinador Gentil Cardoso, alinhou: Barbosa, Augusto e Haroldo; Ely, Danilo e Jorge; Sabará, Ipojucan, Ademir, Alfredo II e Chico.

              ... em clássico de 1952, da época do Expresso da Vitória.



terça-feira, 25 de abril de 2023

VASCO DAS PÁGINAS - BICHO DINAMITE

Para a revista paulistana Placar – Nº 446, de 10 de novembro de 1978 - o atacante vascaíno Roberto Dinamite era “bicho certo”. A matéria divulgava uma breve decisão de returno carioca entre Vasco da Gama x Flamengo. Em sua análise sobre o que poderia acontecer, a publicação da Editora Abril dizia fazer parte da tática vascaína aceitar o time rubro-negro dominar o clássico, mas levar gol em contra-ataque, com o Roberto Dinamite batendo na rede, inevitavelmente. E transcrevia declaração do artilheiro da Turma da Colina: “Já vi o Flamengo bem melhor. Era um time que metia medo quando entrava em campo. O de hoje não tem a mesma garra, nã causa o menor impacto. Seus jogadores, sua torcida sofrem quando o gol não sai no início (da partida), Bate o desespero. E, aí, o Vasco vai no contra-ataque comendo pelas beirinhas”.

Antes do badalado jogo pelo Estadual-RJ,  o Dinamite havia marcado estes gols durante a competição – iniciada em 2 de setembro – em Vasco 4 x 2 Portuguesa-RJ (1); 3 x 0 Campo Grande (1); 4 x 0 São Cristóvão (2); 4 x 0 São Cristóvão (3); 2 x 1 Botafogo (1); 5 x 0 Olaria (2); 3 x 1 América (1); 2 x 0 Bangu (2); 5 x 0 Campo Grande (1); 4 x 2 Portuguesa-RJ (2) e 2 x 0 Fluminense (1).    


 

    

segunda-feira, 24 de abril de 2023

COLLOR CONFISCA A POUPANÇA E O DINAMITE ENTRA NA FILA DO BANCO

A revista semanária Placar, da Editora Abril, fez uma bricadeira com esta foto publicada em seu Nº 1032, de 30 de março de 1990, com Tita e Roberto Dinamite sentados em um banco. Com certeza, deve ter sido click antigo, pois os dois atacantes haviam sido titulares nos dois últimos jogos antes daquela data. Atuaram nos compromissos vascaínos de 21 e 25 de março, dias antes, portanto. Para o kikenauta mais novo, que não viveu a década-1990, é preciso explicar a bricadeira de Placar. Vamos lá!  

O Brasil pré-Fernando Collor olhava para bom cenário externo, com o neoliberalismo em moda. Em 1990, com o país já collorido, o homem achava ter munição suficiente para lançar plano econômico e decretar medida provisória sem papo com o Congresso Nacional. Segundo ele, acabaria com a inflação, melhoraria a economia e mataria a corrupção. Era início de março daquele 1990, rolou feriado bancário e o Collor de Melo surpendeu o povão com oito itens: poupança acima de 50 mil cruzeiros novos (moeda da época) retida; retrocesso nos preços; troca de moeda (de cruzados novos para cruzeiros); privatização de estatais; reforma administrativa, com  fechamento de ministérios, autarquias e empresas públicas; demissão de funcionários públicos; abertura do mercado brasileiro ao exterior; fim de subsídios governamentais e flutuação cambial controlada pelo Governo.

No iten retenção das poupanças nos bancos, o brasileiro sentiu-se “confiscado”, mesmo com Collor de Melo prometendo devolvê-la dentro de 18 meses, corrigida por juros anuais de 6%. Sustentava que 90% das contas “poupeiras” ficavam abaixo dos 50 mil e que a retenção não prejudicaria a economia nacional. Dizia que obteria liquidez e financiaria projetos econômicos Resultado: o Plano Collor foi um fracasso. Reduziu a inflação no primeiro mês de vigência, mas, nas semanas seguintes, os preços seguiram subindo. E o salário, óhóhóhó!

Sobraram créditos mais caros e difíceis de conseguir, levando pequenos empresários e investidores ao enfarte. Mais: o desemprego aumentou bastantíssimo, a indústria brazuca foi sucateada e algumas empresas estatais vendidas abaixo do preço de mercado. Tempos depois, Collor de Mello foi acusado por corrupção, o povo foi às ruas exigir o impeachment dele, que renunciou ao cargo em 29 de dezembro de 1992.

 O último jogo do Vasco da Gama durante o governo Collor de Mello foi no 13 de dezembro, em São Januáio, amistosamente, contra o paraguaio Olímipia. O Dinamite foi a campo, mas o Tita nem era mais um vascaíno.  

domingo, 23 de abril de 2023

A DINAMITE QUE NÃO EXPLODIU NA COPA

Pela sua edição de Nº 632, de 2 de julhode 1978, a revista paulistana Placar, da Editora Abril, indagou a quatro atletas com passagens pela Seleção Brasileira qual gol ele gostaria de ter marcado. O vascaíno Roberto Dinamite respndeu que teria sido em Brasil 0 x 0 Argentina, no 18 de junho de 1978, no Estádio Gigante Aroyto Cardviola, em Rosário, durante a Copa do Mundo. Ele contou à então semanária: "...Zico enfiou um passe entre Galavan e Passarella. Entrei pelo meio da área  na corrida e bati no canto... a bola explodiu no corpo de Fillol..." Cofira no gráfico.    


  



sábado, 22 de abril de 2023

HISTÓRIA DA HISTÓRIA - NOTA DEZ NOS COSTADOS

   

              O camisa 10, Roberto Dinamite, teve atuação e marcou gol nota 10  

O Vasco da Gama ficaria candidatíssimo a carregar a Taça Guanabara-1976, desde que passasse pelo Botafogo e Fluminense e Flamengo escorregassem diante de seus respectivos adversários. Mas, como a tricolada mandou 4 x 1 Portuguesa-RJ e a  rubro-negrada 3 x 0 Bangu, a sorte cruzmaltina ficou por conta do jogo da tarde do dia 9 de maio, no Maracanã. Teria de fazer o chamado vencer ou vencer. 

Rolou a pelota dominical e as coisas não foram nada bem para o Almirante durante o primeiro tempo. Aos 43 minutos, os botafoguenses abriram o placar e viraram de etapa mais otimistas. O sufoco vascaíno, porém, melhorou, aos 17 do segundo tempo, quando Roberto Dinamite empatou a pugna. 

Lá pelo final do prélio entre o Almira a  Estrela Solitária,  a dupla Fla-Flu já comemorava a perda de pontos pelos vascaínos - chutaram pra fora! Aos 45 minutos, quando os locutores esportivos bordejavam “a última volta dos ponteiros”, Carlos Alberto Zanatta lançou boal para a área botafoguenses, Roberto Dinamite matou-a no peito, aplicou um chapéu em Osmar Guarnelli e, antes de a bola cair ao chão, pulou para marcar o mais belo gol já visto no Maracanã: Vasco 2 x 1, diante de 39.232 pagantes, assanhando a galera para um final de etapa sensacional.

REPROPDUÇÃO DO BLOG DENIMENEZES

"Gol  Chapéu", do Dinamite, aos 45 minutos do segundo tempo

Na rodada derradeira da Taça GB, o Vasco da Gama receberia o Olaria, em São Januário, enquanto Fla e Flu se pegariam no “Maraca”. O Almira ficou na dele e a dupla rival terminou no 0 x 0, sobrando o Fla para decidir o caneco com a Turma da Colina, que mandara 3 x 0 Olaria, na presença de 16.162 pagantes, em São Januário, com gols marcados por Luís Fumanchu, Dé Aranha e o Dinamite. 

No 13 de junho, diante de 133.444 pagantes, no Maracanã, o Dinamite abriu o placar, cobrando pênalti, aos seis minutos, o rival empatou, e o jogo foi pra prorrogação e disputas por pênaltis, já que ninguém mais mexeu no placar.  Resultado: Vasco da Gama 5 x 4, dono do caneco, com chutes diretos à rede mandados por Fumanchu, Zé Mário, Roberto Dinamite e Luís Augusto - Mazaropi defendeu um pênalti cobrados por Zico e Geraldo Asssoviador (foto abaixo).    

A Taça Guanabara-1976 teve 15 disputantes, com estes resultados vascaínos:

CAMPANHA: 14.03.1976 – Vasco 2 x 0 São Cristóvão (gols: Dé e Roberto); 17.03 – Vasco 1 x 0 Campo Grande (Dé); 20.03 – Vasco 3 x 1 Portuguesas-RJ (Luís Fumanchu, Roberto e Dé);28.03 – vasco 2 x 0 Bonsucesso (Roberto e Fmanchu); 31.03 – Vasco 3 x 2 Bangu (Abel, Sérgio Cosme (contra) e Fumanchu); 04.04 – Vasco 1 x 3 Flamengo (Dé); 11.04 – Vasco 2 x 0 Volta Redonda (Marco Antônio e Dé); 14.04 – Vasco 4 x 0 Goytacás ( Dé (2), Marco Antônio e Roberto); 17.04 – Vasco 3 x 0 Madueira (Dé (2) e Roberto); 21.04 – Vasco 0 x 0 Fluminense; 25.04 – Vasco 0 x 0 Americano; 01.05 – Vasco 2 x 1 América (Fumanchu e Roberto);  09.05 – vassco 2 x 1 Botafogo (Ademir e Roberto); 16.05 – Vasco 3 x 0 Olaria (Fumanchu, Dé e Roberto); 13.06 – Vasco 1 (5) x 1 (4) Flamengo (Roberto).  O time-base, dirigido pelo técnico Paulo Emílio, alinhou: Mazaropi; Gaúcho, Abel Braga, Renê e Marco Antônio Feliciano; Zé Mário, Zanatta e Luís Carlos Lemos; Luis Fumanchu, Dé Aranha e Roberto Dinamite.     

            Mazaropi pegando pênalti e reproduzido do Jornal dos Sports

                                                       

sexta-feira, 21 de abril de 2023

DINAMITADA NO "TRIBI" DO ALMIRANTE

22.06.1988 – O Vasco da Gama fora bicampeão carioca-1923/24 e 1949/1950. Perseguia o “tribi ” há quase quatro décadas, quando a chance veio na data à lateral-esquerda acima. Em noite quartafeirana, 31.816 pagantes deixaram a sua grana no cofre do Maracanã para assistir a mais um Clássico dos Milhões. Jogo duro, sem trabalho para o garoto do placar, até que o treinador vascaíno, Sebastião Lazaroni, trocou o ponteiro-direito Vivinho pelo lateral Cocada, aos 41 minutos, ou aos 87. Da primeira bola que pegou, aos 44, o Cocada progrediu, pela direita, tirou o zagueiro rubro-negro Edinho da frente e disparou um míssil indefensável para a rede flamenguista. Vasco 1 x 0 e “tribi”, em grande estilo, marcando 104 gols durante a campanha, com 34 de Romário, que substituíra Roberto Dinamite, que passara quase toda a temporada se recuperando de contusão – Acácio; Paulo Roberto Gaúcho, Donato, Fernando César e Mazinho; Zé do Carmo, Henrique e Geovani; Vivinho (Cocada), Romário e Bismarck foi o time. 

Sempre disputando as artilharias dos Estaduais-RJ, daquela vez, o Dinamite só fez um gol – 20.02.1988 – em Vasco da Gama 1 x 2 Americano, no Estádio Godofredo Cruz, em Campos-RJ, aos 27 minutos do primeiro tempo, quando formou dupla fatal com Romário, em prélio de apenas 5.588 pagantes, no primeiro turno. Depois, só voltou a jogar em  - 07.05.1988 - Vasco 1 x 0 Flamengo e em – 14.05.1988 – Vasco 2 x 0 América, pelo segundo turno.         

30.05.1989 - O Vasco da Gama vinha bem no início da Taça Rio, o segundo turno do Estadual-RJ, iniciado pelo 29 de abril. Fizera 3 x 2 Cabofriense; 4  x 1 Volta Redonda; 1 x 0 Itaperuna; 3 x 0 Olaria; 2 x 1 América, de Três Rios, e empatara 1 x 1 Botafogo. Bom para a campanha de cinco jogos e 16 gols. Menos para a torcida cruzmaltina, segundo a qual aquele time “não estava com nada”. Dizia que vencia, mas não convencia. Daquele jeito, o Almirante foi para um clássico com o Fluminense, time do qual a Turma da Colina tinha o maior pavor, principalmente o apoiador França, para quem “enfrentar aquele time era um desespero”, assegurava, apoiado pelo também mêiuquêro Zé do Carmo: “Tem fama de ‘grande’, mas joga só na defesa”, criticava. Otimista só o artilheiro Roberto Dinamite. “O Fluminense é o time que já levou mais gols meus”, citava, respaldado pelas estatísticas que registravam 39 bolas mandadas por ele às redes tricolores.

 Veio o clássico, no Maracanã, com 13.899 pagantes. O pavoroso adversário que jogava trancado lá atrás segurou 1 x 0 de frente até pertinho do final. Aos 40 minutos, o Dinamite bateu pênalti e fez o seu 40ºo gol sobre o Flu. Aquele era o Jogo 1 do Teste 962 da Loteria Esportiva e, por 1 x 1, o Almira escrevia o seu empate 144 na apelidada Loteca. Tudo com quastro pelo meio, como time usando 14 peças, o treinador Sérgio Cosme e os jogadores: Acácio; Paulo Roberto Gaúcho, Fernando César e Mazinho; Zé do Carmo, França (Sorato) e Ernàni; Vivinho (Geovani), Roberto Dinamite e William.  

quinta-feira, 20 de abril de 2023

DINAMITE EXPLODE AÇÃO NA RAIA DA TV

É comum se ler e ouvir - por rádio e TV -  que o Roberto Dinamite, maior artilheiro cruzmaltino, teria marcado mais de 700 gols. No entanto, pesquisas de Mauro Prais, Alexandre Mesquita, Fernando Matta, João Alberto Machado, Marcelo Spoladore e Marcos Ibrahim, o grupo que lançou o Almanaque do Vasco da Gama chegou a 619 bolas na rede. Se eles tivessem assistido espisódios da série TV Pirata, da Globo-1988, teriam achado o “Gol-620”. E que gol! Com lançamento da bela, deslumbrante Cláudia Raia, uma das mulheres mais cobiçadas do Brasil da época. 

 As cenas foram gravadas em São Januário e La Raia fazia o papel de Tonhão, jogadora de futebol sapatão e presidiária que recebe indulto judiciário natalino e vai cumprir o restante do seu contrato com o Vasco da Gama. Na filmagem, ela faz um passe milimétrico para o Dinamite colocar a maricota no fundo do filó - e sair pro abraço. Depois, a Tonhão dispensa os cumprimentos da moçada, pelo lançamento precioso, dizendo não gostar de homem tirando sarro em “cima de mim” .

            Reproduzido de www.memorialdotorcedordovasco.com.br 

 Na foto-divulgação distribuida pela Globo à imprensa (veja imagem), o astro vascaíno Roberto Dinamite (10) aparece de costas para Claudia Raia, o que foi muito criticado, mas o episódio teve grande prestígio da torcida cruzmaltina, e pesquisas da emissora informaram ter liderado o horário. Aquela, porém, não fora a primeira participação do Bob (apelido entre os chegados) na telinha. Em 1977, ele participou “Os Trapalhões”, também, da TV Globo, contracenando com (o vascaíno) Renato Aragão e Dedé Santana. Tempão depois,  voltou às filmagens da Globo, pela novela “Que Rei Sou Eu”, de 1989, em que o personagem Charles Miller (vivido pelo ator Luis Gustavo) é enviado, pela rainha da Inglaterra, pra vender o futebol ao povo de Avilan. O Dinamite representa o craque Bobby e tenta ensinar aos visitados o que ele faz com uma bola.

Sobre as suas qualidades cinematográficas, o Dinamite falou ao site vasconoticias.com.br: “Não era a minha praia. A minha ... era jogar futebol, fazer gols. A TV acontecia uma vez ou outra”. 

O Vasco da Gama, a telona e a telinha não são parceiros tão recentes. Bem antes da década-1970, o Almirante já colocava os seus artistas (da bola, evidentemente) contracenando com os candidatos ao Oscar (maior premiação cinematográfica dos Estados Unidos e do planeta). Em 1965, a garotada do time de aspirantes (categoria extinta) participou de cena do filme “Uma Rosa Para Todos”, gravada no Maracanã. No enredo, a atriz italiana Claudia Cardinale – tão bela quanto a xará  Cláudia Raia – sonhava com os seus amantes se reunindo para jogar contra o Vasco da Gama, e um deles, (o ator norte-americano Akim Tamoroff) marcando gol sobre a Turma da Colina – sonho bom para os “apiras” vascaínos, que receberam cachê da produção do filme.  

quarta-feira, 19 de abril de 2023

DINAMITE DE VOLTA PARA A COLINA

FOTO ABAIXO REPRODUZIDA DO ARQUIVO DE RECORTES DE JORNAIS/REVISTAS DO TORCEDOR VASCAÍNO RAIMNUDINHO MARANHÃO - AGRADECIMENTOS                          

Vários atletas vascaínos deixaram o Almirante a ver navios e nunca mais vestirasm a jaqueta da Turma da Colina. Alguns, na verdade, se mandaram porque foram sacaneados pelos cartolas. Pelo menos, foi o que muitos disseram, como o eterno zagueiro-capitão Hidraldo Luís Bellini e o ponta-direito Sabará (Onophre Anacleto de Souza). Para os torcedores cruzmaltinos, eles não deixaram São Januário, só andaram fazendo um rolé por fora da Colina, com o coração batendo lá dentro.

Dirceu vascainou, em 1977/78, e voltou dez temporadas depois 

Roberto Dinamite fez parte do time dos que fizeramum rolé por fora da Colina, mas voltou, após três saídas, respectivamente, para o espanhol Barcelona, a paulista Portuguesa de Desportos e o carioca Campo Grande. 

De todas as saídas, as mais choradas foram as do eterno capitão Bellini e a do atacante Sabará. O primeiro considerou-se desprezado pelo Vasco da Gama, ao ter o seu passe negociado, com o São Paulo, em 1962, após 10 temporadas na Rua General Almério de Moura, entre 1952 e o último jogo, em 4 de fevereiro de 1962, em Vasco 3 x 1 Sergipe, amistosamente, em Aracaju. De sua parte, o ponteiro, embarcado à nau do Almira, pelo mesmo 1952, ficou até 18 de junho de 1964, data de seu último jogo, Vasco 2 x 1 Bangu, amistosamente, em Moça Bonitas-RJ. Teve uma saidinha, em 1963, para o América-RJ, e, em 1964, do Vasco foi para a Portuguesa-RJ.  

Dos vascaínos que foram embora e nunca mais deram as caras em São Januário, para citar poucos, estão Pacoti (Francisco Nunes Rodrigues) atacante, de 1958/1959, e Edmur (Pinto Ribeiro). Ambos trocaram o Almirante pela terra deste, Portugal, com o segundo tendo passado, antes, pela Portuguesa Santista-SP. Entre alguns dos que saíram e voltaram estão Friaça (Albino Cardoso) e Dirceu (José Guimarães). O primeiro, vascainou, de 1943 a 1949, saiu para passar um tempinho no São Paulo FC, e voltou à Colina, em 1951, para ficar, até 1953. Por ali, fez até 1954. Encerrou a carreira no Guarani, de Campinas, entre 1957/1958.

              REPRODUÇÃO DA REVISTA DO ESPORTE

Bellini passou dez temporadas na Colina e saiu para o São Paulo FC. 

Bellini, Sabará, Friaça e Dirceu representaram o Club de Regatas Vasco da Gama em vários jogos da Seleção Brasileira. O último deles, o paranaense Dirceu, inscreveu-se na Turma da Colina, em 1977. Ficou até os inícios de 1978, saiu, para o América, do México e, a partir dali, empreendeu uma ciganada em sua carreira, passando por um clube espanhol – Atlético de Madrid - e cinco italianos – Verona, Napoli, Ascoli, Como e Avelino. O seu retono à Colina foi dez temporadas após a a saída, em janeiro de 1988. Campeão carioca-77, participando de todos os 30 jogos da campanha, repetiu o feito, em 1988, entrando em sete dos 27 compromissos. Antes de chegar ao Vasco das Gama, passou por Coritiba, Botafogo e Fluminense.

 Edmundo tocou bola para a "Viola" italiana Fiorentina

 Anote outros vascaínos famosos que, também,  saíram e voltaram e por onde passaram:  Orlando Peçanha (Boca Juniros-ARG e Santos-SP); Brito (Internacional-RS); Felipe Loureiro (Palmeiras-SP, Atlético-MG, Flamengo-RJ, Fluminense-RJ, Galatasaray-TUR  e Al Sadd (Qatar); Pedrinho (Pedro Paulo de Oliveira - Palmeiras-SP; Fluminense; Santos; Figueirense-SC; Olaria-RJ; All Ittihad-Arab Saud  e Al Ain-Emi Arab); Valdir Bigode (São Paulo-SP; Atlético-MG; Botafogo-RJ; Santos; Benfica-POR; Al Nasr-Emir Arab e Dubai Club-Emir Arab); Ademir Menezes (Fluminense); Bebeto (Flamengo; Vitória-BA; Cruzeiro-MG. Botafogo; La Coruña-ESP; Toros Neza-MEX; Kashima Antlers-JAP e Al Ittihad); Romário (Flamengo; Fluminense; PSV Eindhoven-HOL; Barcelona-ESP; Valência-ESP; Al Sadd; Strikers-EUA e Adelaide United-AUT); Edmundo (Botafogo-Sub-17 a Sub-20; Palmeiras, Corinthians-SP; Flamengo; Santos; Cruzeiro; Fluminense; Nova Iguaçu-RJ; Figueirense; Fiorentina-ITA; Napoli-ITA; Tokyo Verdy-JAP;  Urawa Reds-JAP). 

OBS: relação não segue a ordem real dos clubes defendidos, citando, primeiramente, os brasileiros.                


  

 

 

terça-feira, 18 de abril de 2023

O SORRISO AMARELO DO BOB DINAMITE

    Aos 19 de idade, ainda integrante do time dos jovens inseguros e introvertidos, o atacante Roberto treinava entre os reservas do Vasco da Gama. Ao ver aquele garotão impetuoso, valente, brigando contra os becões malvados - primeira vez em que ia a São Januário -, o tricampeão mundial Tostão (Eduardo Gonçalves de Andrade) não teve dúvida em prever que aquele rapaz brigão logo seria titular. Ao saber daquilo, Roberto sorriu, aquele seu sorriso amarelo, a sua marca registrada e que levou a revista paulistana Placar a chamá-lo por Rizadinha.

 Ainda bem que o apelido não pegou, pois o ainda só Roberto poderia vir a ser mais um do time dos apelidados esquerdinhas, paulinhos, joãozinhos, pedrinhos, carlinhos, luisinhos, etc. Se o Calu dos seus tempos de peladas, em Duque de Caxias, não seguira com ele para São Januário - além de ele recusar o Carlos Roberto, por ter muitos xarás -, não seria um risadinha que iria prejudicar-lhe a carreira. Sorte dele que rolou em sua vida a noite de uma quarta-feira em que tornou-se o Roberto Dinamite, devido chute com tamanha violência que gerou imagem de tremenda explosão para manchete de um jornal carioca.

           FOTO REPRODUZIDA DE WWW.NETVASCO.COM.BR

 Embora fosse um sujeito risonho, o reserva Roberto só se abria mais com companheiros do time campeão carioca juvenil-1971 e que haviam subido ao time A junto com ele – Pastoril (Alberto José dos Santos), Luís Fumanchu (Jorge Luís da Silva), Gaúcho (Carlos Roberto Orrigo da Cunha), Paulinho (Paulo César Cardoso de Alcântara) e Zé Luís -, que o compreendiam bem, sabiam que ele preferia ouvir mais do que falar, e quando falava era por breves comentários.

 A questão do sempre presente sorriso de Roberto devia-se a problema em sua arcada dentária. Os beques não queriam saber. Achavam ser deboches e desciam-lhe a porrada. Um deles, o também campeão mundial Brito (Hércules Brito Ruas), não o perdoou, ao vê-lo comemorar gol, sorrindo, diante dele. Mandou-lhe um soco na boca– 14.07.1973, em Vasco 3 x 2 Botafogo, pelo segundo turno do Estadual-RJ, diante de 37.777 pagantes.

O apelido proposto por Placar, que o chamou por “novo Risadinha”, em alusão ao atacante Paulo Borges (Bangu, Corinthians e Seleção Brasileira) não pegou, mas, em uma de suas edições, a revista citou caso curioso para justificar-se;

Conta a então semanária que,  no 30 de setembro de 1973, em Rio Negro-AM 0 x 0 Vasco da Gama, pelo Campeonato Brasileiro, no Estádio Vivaldo Lima, em Manaus, o árbitro José Favilli Neto mostrou o cartão amarelo para o Roberto, levando o treinador vascaíno Mário Travaglini a por as mãos sobre a cabeça e grita-lhe, pedindo para não sorrir. “Roberto não consegue se controlar. Tenta apertar os lábios, mas as maçãs do rosto se franzem, a boca se abre, irremediavelmente, aparecem seus dentes pequenos e ele sorri. Favilli já o conhecia e sabia que não ria por mal. Não o expulsou. Roberto, então, riu, outra vez. Dessa, de alívio”, relata revista paulistana - história interessante, convenhamos.  

        

segunda-feira, 17 de abril de 2023

O GOL ESQUECIDO DO ROBERTO DINAMITE

A tabela do Estaudal-RJ-1982 marcava Vasco da Gama x Botafogo, para a tarde do domingo, 7 de novembro. O Almirante tentara, por limiar, junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva-STJD, anular o seu empate (1 x 1), no 31 de outubro, com o Campo Grande, e abria expectativas para Roberto Dinamite marcar o seu “Gol-500”. Chegara a sonhar com aquilo, durante a noite da sexta-feira para o sábado. Mas, no dia da partida, o Conselho Nacional de Desportos-CND derrubou a medida jurídica e o goleador, que havia recebido o terceiro cartão amarelo diante do Campusca, não foi escalado – ainda bem, pois ficou fora do vexame Vasco 1 x 4 Botafogo, diante de 77.337 pagantes.   

 A decepção do Dinamite, no entanto, durou pouco. Levantamento do pesquisador paulista Duílio Martino descobriu que o seu “Gol-500” havia sido marcado diante do Campo Grande. Não fora computado o do amistoso em que o seu time mandara 4 x 1 Internacional-RS, no Beira-Rio, em Porto Alegre, no 12 de dezembro de 1976. Para a Confederação Brasileira de Futebol-CBF aquela partida não fora do escrete canarinho, mas de equipe patrocinada pela Caixa Econômica Federal, reunindo os destaques que formaram a seleção do Campeonato Brasileiro-1982 – Tobias; Orlando Lelé, Amaral, Edinho e Leovegildo Júnior (Wladimir); Givanildo, Carlos Alberto Pintinho (Toninho Cerezo) e Paulo Isidoro (Neca); Gil, Roberto Dinamite, e Romeu Cambalhota (Dirceu Guimarães), comandados por Cláudio Coutinho – naquele Brasileirão, o Dinamite marcou 14 tentos.      


domingo, 16 de abril de 2023

DINAMITE VASCO PÓS-COPA DO MUNDO-78

 Roberto Dinamite, com três gols  - Áustria (1) e Polônia (2) – foi o atacante que mais gols marcou para a Seleção Brasileria que disputou a Copa do Mundo-1978, na Argentina, juntamente com o também vascaíno e meio-campista Dirceu Guimarães, este contra Peru (2) e Itália - também, bateram na rede Nelinho (2), Reinaldo e Zico (de pênalti). Em cinco jogos – Áustria, Peru, Polônia, Argentina e Itália -, o Dinamite balançou a roseira, como bordejavam os speakers de antigamente, aos 40 minutos do primeiro tempo, em Mar del Plata, e aos 57 e aos 63, em Mendoza. 

  Depois a Copa, a rede andou um pouco distante do Dinamite, que precisou de quatro 44 mintos do terceiro compromisso para “ré-explodí-la”: em Vasco da Gama 3 x 0 Americano, deixano três bolas na caçapa –as outras aos 15 e aos 25 minutos do segundo tempo, diante de 12.306 pagantes que compareceram às bilheterias de São Januário - antes, ficara devendo nos 2 x 2 Cruzeiro (02.07.1978) e nos 2 x 0 Volta Redonda-RJ (05.07). Time das "ré-visitas" ao filó: Mazaropi; Orlano Lelé, Abel Braga, Gaúcho e Marco Antônio Feliciano; Zé Mário, Helinho (Zanatta) e Dirceu Guimarães; Guina (Wilsinho), Roberto Dinamite e Paulinho Massariol, chefiados pelo gaúcho Carlos Froner.   

Roberto Dinamite comemora o gol marcado contra os austríacos

A seguir, o “executor” Roberto Dinamite voltou a ficar devendo, em Vasco 1 x 0 Bahia (12.07), com o Maracanã recebendo 36.644 pagantes, mas reacertou o calibre do pé bom de dinamitagem, em Vasco 3 x 1 Corinthians (16.07), no Maracanã, fazendo mais dois tentos para o “garoto do placar” anotar – o Dirceuzinho fez um. Diante dos corintianos, os seus gols foram assistidos por mais gente: 56.202 pagantes.

Roberto Dinamite marcou mais dois gols, em mais seis jogos do Brasileirão, depois da Copa do Mundo-1978: em  Vasco 1 x 1 Caxias-RS (19.07) e em Vasco  1 x 1 Grêmio-RS (30.07), ambos na casa dos adversários. Na disputa nacional, totalizou 13 saídas para o abraço, entre 26 de março a 30 de abril, e de dois de julho a seis de agosto, dentre 18 dos 30 compromissos do Almirante na competição que teve o vascaino Paulinho Massariol sendo o principal artilheiro daquele Brasileirão-78, com 19 gols. Por falar em 19, este foi, também, o número de gols marcados pelo Dinamite durante o Campeonato Carioca, após o Mundial da Argentina, quando terminou (e liderou) a corrida pela artilharia, igualado aos flamenguistas Zico e Cláudio Adão.

OBS: o recorte desta foto me foi presenteado pelo fotógafo Gervário Batista, autor do clic e que trabalhava junto comigo na antiga Radiobras, atual EBC-Empresa Brasileira de Comunicação. Segundo ele, a imagem fora publicada pela revista Manchete Esportiva. O letreiro eu montei.  

sábado, 15 de abril de 2023

VASCO DAS PÁGINAS - DINAMITE COM CAJU


   Esta crôncia foi assinada, na última página de leituras – em redações jornalísticas chamam-se terceira e  quarta (esta, também, por contracapa) as duas folhas que fecham o  caderno. Dá pra ler a reprodução? Caso não, o assinante PC Cézar conta, pela revista paulistana Placar, da Editora Abril, que, em seus seus tempos de Flamengo – inícios as década-1970 -, ficara impressionado com a explosão de um garoto iniciante que levava muito trabalho aos zagueiros. Depois, ele foi para a França, voltou (1975), para defender o Fluminense, e o reencontrou protagonizando “grandes duelos ” com os seus marcadores.

O tal garoto ficaria consagrado por Robero Roberto, do qual, paráragrafos adiante, o “Caju”  - quer dizer, ex-caju, agora carecão - faz grandes elogios. Entre eles, lembra de um ataque da Seleção Brasileira, escalado pelo treinador Cláudio Coutinho – Gil, Zico, Rivelino, Roberto Dinamite e Paulo Cézar Lima -, que mandou 6 x 0 Colômbia, diante e 160 mil pagantes, no Maracanã, com dois gols do “Bob” (como os chegados chamavam o Dinamite), valendo pelas Eliminatórias da Copa o Mundo-1978. Para ele, se este ataque não fosse desfeito, “tenho a certeza de que seríamos campeões do mundo” – o Brasil ficou em terceiro lugar no Mundial Argentina-78.

Quando fala de sua passagem pelo Vasco da Gama -1980 – ajudou o Almirante a trazer o Troféu Colombino, da Espanha -, o antigo craque Paulo Cézar Lima diz que “mesmo sendo a estrela o time, o Dinamite (que ele chama, no texto, por “fera” - nunca se comportou dessa forma”. E acrescenta que a “simpatia  era a marca registrada do arillheiro” que, garante, jamais se negou a conceder autógrafo e posar do lado dos fãs.

Beleza! Da parte do Kike, página eletrônica cruzmaltiníssima, muito obrigado! Valeu, Caju”, que preferia ser ecrito Cézar, em vez do César que a imprensa usava.   

sexta-feira, 14 de abril de 2023

ÚLTIMOS DINAMITE DA LISTA CANARINHA

      Mesmo levando a Seleção Brasileira à segunda fase da Copa do Mundo-1978 e sendo o atacante que mais gols marcou, o vascaíno Roberto Dinamite só foi prestigiado, pelo treinador Cláudio Coutinho,  que o escalou na Argentina, em duas partidas canarinhas da temporada seguinte: 17 de maio de 1979, no amistoso Brasil 6 x 0 Paraguai, diante de 60.627 pagantes, no Maracanã-RJ, e em 25 de julho de 1979, em Brasil 1 x 2 Bolívia, perante 42 pagantes, no  Estádio Hernan Siles Suazo, em La Paz, pela Copa América. Na primeira dessas partidas, ele entrou no decorrer da goleada sobre os paraguaios, sem marcar gols, e atuou durante todo o prélio e marcou gols, aos 30 minutos, diante dos bolivianos.

 Depois daquilo, o Dinamite só voltou a ser convocado para o amistoso Brasil 3 x 0 Bulgária, em 25 de outubro de 1981, no gremista Estádio Olímpíco, em Porto Alegre, quando marcou gol, aos 28 minutos, escalado pelo treinador Telê Santana e atuando por toda a partida. A temporada passou e a seguinte era tempo de Copa do Mundo. O goleador vascaíno teve duas oportunidades, com o Telê Santana, antes do Mundial: em Brail 3 x 1 Alemanha Oriental, no 26 e janeiro de 1982, assistido por 48.638 pagantes, no Estádio Castelão, em Natal-RN, e em Brasil 1 x 1 Tchecoeslováquia, do 3 de março do mesmo 1982, perante 107.060 pagantes. No primeiro desses jogos, ele foi subttituído pelo são-paulino Serginho, mas, no outro, atuou por toda a partida.  

 Perto da Copa do Mundo começar, Roberto Dinamite estava da lista de Telê Santana. De repente, o centroavante Careca, do São Paulo e que seria titular, foi cortado, por contusão sofrida durante treinamento, em Sevilha. Chega a tarde de 22 de junho de 1982, data de aniversário de Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, e o Dinamite disputava amistoso no Serejão. Foi quando chegou convocação, da Confederação Brasileira de Futebol, para ele substituir Careca. Aos 41 minutos o segundo tempo, ele marcou o gol da vitória Vasco da Gama 1 x 0 Tagutinga, comemorado, duplamente, por quem estava do seu lado, dentro de campo: Mazaropi, Serginho, Ivan, Ney (Rondinelli), Gilberto, Dudu, Ernani, Cláudio Adão, Catinha e Gérson (Renato Sá), bem como o árbitro da partida, Edson Resende.

 Na Espanha, porém, Roberto Dinamite não foi escalado por Telê Santana. No terrível 5 de julho de 1982, no já demolido Estádio Sarriá, em Barcelona, ele estava do lado de fora do gramado, assistindo a melancólica eliminação da Seleção Brasileira, ante os 2 x 3 Itália. Em 1983, o treinador Carlos Alberto Parreira apostou nele, e o escalou em sete partidas da Copa América – contra Argentina, Equador, Paraguai e Uruguai, marcando três tentos, todos contra o Equador. Finalmente, em 1984, ele encererou a sua vida canarinha, atuando em dois amistosos sob o comando o treinador Edu Coimbra: Brasil 0 x 2 Inglaterra, diante de 56.126 pagantes, no Maracanã, em 10 de junho, e em Brasil 0 x 0 Argentina, assistido por 36.596 pagantes, no Morumbi-SP, um semana depois, por este este time: Paulo Victor; Edson Boaro, Oscar Bernardi, Mozer e Wladimir; Pires (Jandir), Zenon e Tita; Renato Gaúcho, Roberto Dinamite e Marco Antônio Rodrigues.