Vasco

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domingo, 30 de abril de 2023

O VASCAÍNO CLAUDIO COUTINHO

  O flamenguista Cláudio Coutinho, frequentador do clube e torcedor de arquibancada, havia sido tricampeão carioca de voleibol-1959/60/61 e nunca pensado em ser treinador de time de futebol. Um dia, pelo chamado inteiro acaso, lá estava ele, na Gávea, comandando a rapaziada rubro-negra. Mas sua vida profissional no futebol começara pelo rival Vasco da Gama.

 Era 1970, quando quando Admildo Chirol, o preparador físico da Seleção Brasileira, o convidou (juntamente com Carlos Albero Pareira) para ser um dos seus seu auxiliares. Até então, ele era professor de futebol de salão e de voleibol, na Escola de Educação Física do Exército, e dominava bem  os métodos de preparação física do norte-americano Kenneth Cooper, o que interessava ao Chirol. Graduado, em Educação Física, desde 1965, com especialização em esportes terrestres (futebol, futsal, basquetebol e voleibol), ele não se limitava à teoria, indo a treinos dos clubes cariocas para juntar aprendizados. Pontos positivos que o Chirol usou para fazer a Confederação Brasileira de Desportos-CBD incluí-lo na comissão técnica do selecionado que iria à Copa do Mundo do México-70.

 Em 1971, Cláudio Coutinho pediu baixa do cargo de capitão do Exército, para trabalhar, novamente, com Admildo Chirol, daquela vez sendo o supervidor da equipe de futebol do Vasco da Gama. Viu Roberto Dinamite surgir, pois foi o Chirol quem lançou o garoto, com 17 de idade, no time principal cruzmaltino. Cláudio Coutinho estava lá na Fonte Nova, naquela noite, em que que o "Garoto Dinanite" explodiu, no Maracanã, diante do Internacional. Mas ficou só por aquela temporada em São Januário., Na seguinte, voltou à CBD, pra ser o supervisor do grupo que disputaria (e conquistou) a Taça Independência, comemorativa dos 150 aniversários da separação política do Brasil de Portugal.

 Depois daquilo, Cláudio Pêcego de Moraes Coutinho experimentou a ciganagem tão comum no futebol, trabalhando para a seleção peruana (preprador físico) e sendo supervisor do Botafogo e da Seleção Brasileira da Copa do Mundo-1974; do francês Olyimpique, de Mareselha-1975, e de volta à CBD para supervisionar o futebol amador – ciganadinha legal!

FOTOMONTAGEM DO ÁLBUM DO TORCEDOR CRUZMALTINO RAIMUDINHO MARANHÃO


Foi por ali, aproximando-se das Olimpíadas da canadense Montreal-1976, que Cláudio Coutinho virou treinador de futebol. Às vésperas da competição, Zizinho (Thomás Soares da Silva, o Mestre Ziza) pediu demissão quando as inscrições já estavam encerradas. O jeito foi a CBD pedir-lhe que segurasse aquela barra, já ques ele havia supervisionado a garotada que disputara o Pan-Americano-1975, no México, e o Pré-Olímpico. Retornou com o quarto lugar – Brasil 0 x 0 Alemanha Oriental; 2 x 1 Espanha; 4 x 1 Isarael; 0 x 2 Polônia e 0 x 2 União Soviética (estes dois usavam seus principais atletas considerados amadores pelos seus governos) – com a sua cabeça pensando em voltar a ser supervisor ou preparador físico. E mais uma surpresa rolou pelo seu caminho: o Flamengo tinha um treinador que vinha vencendo e fazendo o time lotar estádios, o coronel gaúcho Carlos Froner. Só que o presidente Hélio Maurício  tentava a reeleição e o achava “o chato dos chatos”, o detestava. E livrou-se do homem, por achar que ele pudesse prejudicar os seus planos reeleitorais.

Froner mandado embora, Hélio Maurício planejou repatriar (Mário Jorge Lobo) Zagallo para substituir o "gaúcho compolicado”, como todos falavam na Gávea. Como o Lobo não poderia vir logo, pediu à CBD pra liberar Oswaldo Brandão, com o que não concordou a entidade, que deu uma de boazinha com o Flamengo, oferecendo emprestar Cláudio Coutinho, até janeiro de 1979, para tapar buraco, até o Zagallo voltar da Arábias.

 Coutinho topou, aproveitou quase tudo o que o “chato” coronel Coronel Froner havia deixado, implantou coisas dele ao trabalho no Fla e, em pouco tempo, Hélio Maurício já não pensava mais em Zagallo. De 6 de agosto de 1978 a 30 de novembro de 1980, ele comandou o time rubro-negro em 131 vitórias, 40 empates e 18 escorregadas. Diante do Vasco da Gama, o seu primeiro patrão no futebol de clubes, ele o encarou, pela primeira vez, no 0 x 0 de 17 de setembro do mesmo 1978, pelo Campeonato Carioca/Taça Guanabara, diante de 120. 655 pagantes.

 Nascido em Dom Pedrito no Rio Grande do Sul, Cláudio Coutinho viveu entre 5 de janeiro de 1939 a 27 de novembro de 1981.     

           

 

 

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