Vasco

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quinta-feira, 13 de abril de 2023

OS DOIS MAIORES CHOROS DO DINAMITE

Roberto Dinamite era um sujeito solitário -  solitário no meio das porradas dos becões malvados que o marcavam. E foi como boi-de-piranha que ele partiu para a primeia partida decisiva do Estadual-RJ-1981, contra o favoritaço Flamengo. Tão favorito que a torcida vascaína já o considerava campeão (antecipadamente), pois precisava só vencer um jogo para carregar o caneco. Explica-se: a disputa daquela temporada fora diividas em três turnos, com dois vencidos pelos rubro-negros e um pelos vascaínos, o que significava que o Almirante precisaria ganhar três clássicos para colocar faixas no peito.

Diante de quadro tão complicado e de adversário mais complicado, ainda, a torcida cruzmaltina não botou fé em sua rapaziada e pouco compareceu ao Maracanã, pra não ver o maior rival campeão, no dia 29 de novembro daquele 1981. Dos 80.9065 pagantes, só espremidinhos torcedores do Almira se viam no Maraca. Mas quem sorriu por último foi o Robereto Dinamite, que vivia em campo com um constante sorriso amarelo, irritando os xerifões dos adversários que se sentiam ironizados ppor aquio. Aos 19 minutos do segundo tempo, levando muitas bordoadas dos zagueiros Marinho e Mozer, o apanhante Roberto teve a chance de vingar-se deles. Falta a favor do Vasco da Gama, ele ajeitou a bola, calculou como poderia vencer o goleiro Raul Plamann, escutou as vaias da toridas rubro-negrae partiu para a cobrança. A pelota fez um curva sobre a barreira, bateu no poste esquerdo defendido pelo Fla e foi se aninhar lá onde a coruja dorme, como bordejavam o speakers de antigamente. No fundo da rede: Vasco da Gama 1 x 0, em tarde de um domingo com calor de 43 graus.

 Placar inaugurado, a torcida vascaína gritava o nome do Dinamite e ele só faltava perder o fôlego no meio de tantos abraços de eufóricos companheiros. Mas tinha mais! Aos 32 minutos daquela sufocante etapa final, ele pegou a bola, pela intermediária, foi até a área fatal rubro-negra, livrou-se dos cruéis Marinho e Mozer e voltou a sacudir o filó: Vasco 2 x 0. Aos 27 de idade, cabeça já branca, o Dinamite avisavque não se ganhava campeonato por decreto de torcida. O Flamengo teria que vencer mais duas para comemorar o título.

             FOTO REPRODUZIDA DE WWW.MUSEUDAPELADA.COM

 

       Roberto Dinamite expulsa de campo o Roberto Ladrilheiro

Torcidas esvaziando o Maracanã, repórteres se retirando do gramado, Roberto estava a caminho do vestiário, quando ouviu o grito do seu grande amigo Zico, o maior ídolo da história da torcida do Flameng. “Bob! Vamos trocar as camisas” – era o reconhecimento do “Galinho de Quintino” (apelido do Zico), pela raça e grande atuação do camisa 10 vascaíno, que o teria pela frente, novamente, dentro de mais quatro dias, quando, de novo, ele foi o cara.

Daquela vez, com tempo mais ameno, em noite de quarta-feira, diante de 45.794 pagantes de maioria rubro-negra, o Vasco da Gama foi para mais um desafio cruel. Lutou, bravamente, até perto do final da pugna, quando a sua torcida começou a ouvir o tradicional “É campeão! É campeão!”, entoado pela galera do adversário – calada por Roberto Dinamite, aos 42 minutos aos segundo tempo, deixando muda a gritaria da rivalada das arquilbancadas: Vasco 1 x 0, levando a de~cisão para uma finalíssima, no domingo 6 de dezembro, nomesmo local.

Daquela vez, a torcida vascaína acreditou mais em sua moçada guerreira, principalmente em Roberto Dinamite, e engrossou bem o estrondoso público, de 161.989 pagantes. Sabia, no entanto, que o Flamengo ainda era o favoritaço. E comprovou, abrindo o placar, aos 21 minutos. Pasasdfos mais três, quando o Almriante tentav ae salvar do afogamento, o seu goleiro Mazaropi cometeu uma pixotada, saindo do gol e trombando para trombar com um flamenguista, sobrando bola para um novo gol rubro-negro. Pancada terrível, que deixoiu o Almira desconjuntado pelo restante da etapa, e até os 38 da fase final. Foi por ali que Roberto Dinamite prpogrediu, pela direita, foi até perto da linha de fundo e centrou bola para trás, encontrando Ticão para diminuir a diferença: 1 x 2 Flamengo.

 O gol vascaíno fez o Fla entrar em pânico. O Vasco cresceu e avisou que iria buscar o empate nos minutos finais. Não chegou lá, talvez, por conta da invasão de campo por um torcedor flamenguista, um ladrilheiro, que parou a partida por quatro minutos, esfriando a Turma da Colina e acalmando, que administrou a gastagem do tempo que faltava para o apito final. Daquela vez o herói foi o Roberto Ladrilheiro, levado pra jantar pela diretoria do Flamengo. Mas o herói fantástico da decisão fora mesmo o Roberto Dinamite.

 Embora tivesse feito tanto, o inimaginável, naquelas três partidas de 1981, com grande favoritismo para o adversário, o Dinamite não considerou aquela a decepção máxima de sua carreira. Para ele, a de 3 e dezembro de 1978 fora pior. Diante de 120.433 pagantes, no mesmo Maracanã, o Vasco da Gama precisava vencer o Flamengo, para ser o campeão do segundo turno carioca e provocar decisão contra o mesmo adversário, que conquistara a primeira etapa. Se o Almirante estava obrigado a vencer, porque o treinador Orlando Fantoni armou esquema cauteloso, deixando-o isolado na frente, pouco podendo incomodar a zaga flamenguista? Tática que chamou o Flamengo pra cima do Vasco e o fez dominar toda a partida, em que a Turma da Colina conseguiu se segurar até três minutos do final. Que decepção! A maior do Dinamite.                   


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