Se as mulheres
brasileiras não são mais douradas, prateadas e bronzeadas, olimpicamente,
culpe-se por isso o Estado e as suas razões políticas, ideológics, sociais e
biológicas que, a partir de 1941, as
mantiveram decretadas a não praticarem “desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”. Grande
mancada!
O saldo dessa bola
fora governamental foi as “brasucas” levarem 64 temporadas para colocarem uma
medalha no peito, acontecimento registrado durante as Olímpóadas de Atlanta,
nos Estados Unidos, em 1996, tão distante do 1932 em que a nadadora Maria Lenk
tornou-se a primeria delas a participara dos Jogos.
Fabiana Beltrame reproduzida de www.crvascodagama.com.br |
Se o governo do presidente e Getúlio Vargas,
por intermédio do seu Conselho Nacional de Desportos-CND (abolido pelo
presidente Fernando Collor de Mello, em 1986) estava certo, o desenvolvimento
motor das meninas mostrou que estava errado, entre o final do século passado e
o início deste, com quebras de recordes mais frequentes do que os rapazes. Mas
não era fácila enfrentar ditaduras. Em 1965, com regime militar de
generais-presidentes dando as ordens, o mesmo CND determinou que elas, em aulas
de Educação Físicas, ficassem longe de práticas como futebol (de gramado, praia
ou salão); rúgbi; pólo aquático; haltefofilismo, beisebol e lutas.” Amarras só revogadas em 1979, contribuintes
para o retardamento do nosso desenvolvimento feminino olímpico.
Mas as “brasucas” haviam de ficar,
olimpicamente, douradas, um dia. Individualmente, a primeira foi Maurren Maggi,
em Pequim-2008. Saltou a distância de...m. Vale ressaltar que, dias antes, a
judoca Katleyn Quadros já ficara bronzeada. Logo, a primeirona, no geral.
Fabiana Murer reproduzida do site oficial da IAAF |
Seguramente,
se os legisladores das nosas velhas repúblicas tivessem entrado no túnel do
tempo e lido relatórios do Comitê Olímpico Brasileiro sobre a capacidade física
das Fabianas – Beltrame (remadora) e
Murer (saltadora com vara) –, voltariam ao passado dispostos a conselharem ao
Governo a revogar, imediatamente, a lei das amarras femininas nos desportos. A
primeira mostrou uma energia impressionante para o organismo feminino, ganhando
a medalha de ouro, em Bled, na Eslovênia, na prova do skiff simples leve, do Campeanto Mundial-2011; a segunda já se dourou nos
Mundiais de Daegu, na China-20111 e em Pequin-2015; no Mndial Indoor de Doha,
no Katar-2010, e nos Pan-Americanos do Rio de Janeiro-2007. Além disso já saiu
prateada do Mundial de Pequim-2015; dos Pan-Americanos de Guadalajara, no
México-20111, e de Torondo, no Candá-2015, e, ainda, bronzeada do Mundial
Indoor, na Espanha-2008.
Nascida em Campinas-SP (16.03.1981), Fabiana de
Almeida Murer é, também,
recordista brasileira e sul-americana do salto com vara. Os seus seus recordes
sul-americanos foram batidos na espanhola San Fernando, disputando o Campeonato Ibero-Americano-2010
(4m85cm ao ar livre) e no Meeting Top Perche, na francesa Nevers-2015
(4m,83cm em pista coberta). Em 2014, ela foi a número 1 do mundo pelo ranking
Associação Internacional das Federações de Atletismo-IAAF.
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