Cantora das rádios Nacional e Mayrink Veiga,
ela garantiu à revista “Radiolândia” – Nº 42, Ano II, de 22 janeiro de 1955 – ser torcedora cruzmaltina desde
“que me entendo como gente”. Jurou
vibrar muito nas vitórias e sofrer com as derrotas. Sempre que a sua agenda de
trabalho permitia, comparecia aos jogos da “Turma da Colina”, gritando e
torcendo bastante. Pulava, de contentamento, quando Ademir Menezes, Vavá Pinga
ou Sabará fuzilavam as redes adversárias.
Era assim, quando estava no estádio, a
animadíssima Olivinha Carvalho. Quando o “Almirante” estava sendo atacado,
ou com alguém mirando no arco defendido pelo goleiro Barbosa, ela tremia de
medo. Gols só deveriam ocorrer nas bolas chutadas pela turma do Vasco,
“indiscutíveis”. As do adversário, que fosse para fora.
De tão vascaína que era, Olivinha posou para
o fotógrafo Wilson Lopes, no meio do
time da Colina, a aceitou fazer uma pose, no gramado, usando o uniforme de jogo
do time. Muito provavelmente, a primeira de uma foto sexy de uma torcedora
vascaína publicada pela imprensa. Mas bem comportada.
Quando a cantora chegou ao estádio de São
Januário, o treinador Flávio Costa preparava-se para iniciar os trabalhos com a
rapaziada. Todos a cumprimentaram. Ao ver Olivinha, o técnico “sargentão” abriu
um sorriso e a cumprimentou, calorosamente, dizendo: “Espero que você nos
tragas mais sorte”, no que ela respondeu: “A sorte não será trazida só por mim,
mas pro toda a imensa torcida do nosso Vasco”.
Como a equipe disse “a casa é sua, fique à
vontade”, Olivinha visitou todo o complexo esportivo que servia ao futebol
vascaíno e, também, a piscina olímpica. Assistiu uma parte do treino coletivo
do dia e, quando posou para as fotos que você vê, encarou o ataque do sol forte
que brilhava sobre São Januário, como os grandes zagueiros da Colina.
Em
1952, Olivinha gravou um grande sucesso, o bolero "Coimbra", de José
Galhardo e Raul Ferrão. Em 1955, quando
ocorreu aquele encontro de astros da Colina com a estrela, Olivinha fez muito
sucesso com o fado” Foi Deus”, de Alberto Janes. Até hoje, esta canção é muito
executada, integrando o rol dos “sucessos eternos”. Mas o seu maior sucesso foi
um outro fado, "Ai, Mouraria",
de Frederico Valério e Amadeu do Vale.Olivinha cantava desde os cinco anos de idade, no Programa Heraldo Português, da carioca Rádio Cajuti. No disco, estreou em 1940, levada pelo compositor Braguinha, para a gravadora Colúmbia, onde colocou voz em "Folhas ao vento", e o fado "Evocação", de Antônio Russo e Américo Morais. Em 1947, atuou nos filmes "Esta é fina" e "Fogo na canjica", ambos dirigidos por Luiz de Barros", que a dirigiria depois, em "Eu quero é movimento
Em 1949, Olivinha passou a cantar mais a música portuguesa, a começar pelos fados "Juramento" e "Quanta saudade", ambos de Antônio Ferreira e Armando Nunes.
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