Vasco

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quarta-feira, 15 de março de 2023

DINAMITE NO PELOTÃO DE ARTILHARIA

 Brigar pela artilharia do Campeonato Carioca era um campeonato a parte, antigamente. Roberto Dinamite estava, sempre, nessas brigas que o deixaram o artilheirão das temporadas-1981, com 31 gols, e 1985, com 12.

O Dinamite, a partir de 1972, teve vários concorrentes fortes pela liderança do pelotão de artilharia do Estadual-RJ, sempre atacantes de grandes clubes, dos quais os primeiros foram os flamenguistas Doval e Dario (José dos Santos) e Luisinho Lemos, o Luís Tombo, do América e que vivia caíndo muito durante as partidas. A partir de 1975, ele passou a travar grandes batalhas com o seu amigo rubro-negro Zico (Artur Antunes Coimbra. Ver matéria exclusiva), chegando os dois a se igualarem no topo da corrida artilheira, em 1978, com 19 bolas no filó -  mesmo número de  Cláudio Adão, que era rubro-negro, também. 

 Além dos já citados, o Dinamite travou grandes batalhas artilheiradas, também, com três goleadores que foram seus parceiros, depois, no Vasco da Gama, os petardalheiros Cláudio Adão, Romário e Bebeto (José Roberto Gama de Oliveira). Na década-1980, ele não escapou da concorrência, ainda, do goiano e então botafoguense Baltazar. Já em sua fase final, nas duas últimas temporadas da década-1990, brigou com o flamenguista Gaúcho (Luíz Carlos Tóffoli) e o tricolor Ézio, que o speaker Januário de Oliveira apelidou por Super-Ézio.

 REPRODUÇÃO DE REVISTA VASCAÍNA - DESPEDIDA DO ROBERTO

        Zico esteve vacaíno, ao lado do Dinamite, por 45 minutos

Todos estes atacantes figuraram na ponta da tabela matadeira ao final de um Estadual-RJ. Houve, porém, um que nunca terminou primeirão, mas fazia gols de montão: o botafoguense Nílson Dias. Travou grandes duelos com o Dinamite, daqueles que, em um dia, ele marcava o gol do jogo e os alvinegros venciam os vascaínos, enquanto, no outro, o cruzmaltino mandava o troco. Nesse rolo, houve um clássico que sacudiu legal a torcida, com três gols do Dinamite, e, do outro lado, o grandalhão botafoguense Ferretti (Fernando) substituindo o seu irmão Tuca (Ricardo).

Este clássico - 25.08.1974 –  terminou Vasco 3 x 2 Botafogo, valendo pela Taça Guanabara, com o Dinamite goleando, aos 13 minutos do primeiro tempo, e aos 15 (pênalti) e aos 34 do segundo, enquanto Nílson Dias não marcou, diante de 54.7657 pagantes, no Maracanã. A Turma do Dinamite foi ele e mais Andrada, Fidélis, Renê (Joel Santana), Miguel, Paulo César, Alcir, Zanatta, Ademir (Peres), Jorginho Carvoeiro e Luis Carlos Lemos, treinados por Mário Tavaglini. O ataque ofensivíssimo da patota do Nílson teve ele e mais Tuca (depois seu irmão Fernando Ferreti), Fischer e Dirceu Guimrães, comandados por Mário Jorge Lobo Zagallo.                           

   Assim que Nílson Dias surgiu como goleador, rápido serelepe, um terror para os zagueiros, muitos torcedores vascaínos passaram a sonhar com uma dupla fatal entre ele e o Dinamite, em São Januário, mas isso nunca chegou a ser aventado pela cartolaria cruzmaltina, ficava só nos papos de botecos. Sobretudo, porque, em 1972, o Nílson foi emprestado ao colombiano Deportivo Cali e a Turma da Colina tinha outras gentes boas de rede, como Silva (Válter Machado) e Tostão (Eduardo Gonçalves de Andrade).

Nílson Severino Dias, nascido carioca, no 25 de janeiro de 1952, totalizou 127 gols botafoguenses, entre 1970/1978. Passou, também, por Universidad de Guadalajara-MEX, Internacional-RS, Santos-SP, Santa Cruz-PE, São Cristóvão-RJ; Acadêmica de Coimbra-POR e Olario-RJ. Chegou à Seleção Brasileira e disputou 13 partidas, marcando quatro tentos – três pela equipe olímpica e um pela principal.


Capa de revista mostra como Nílson Dia comemorava gols contra o Vasco

O torcedor vascaíno que gostaria de ver Nílson Dias ao lado de Roberto Dinamite pode não ter visto, mas quem acompanhou a Seleção Brasileira de 1977 os viu - 23.01.1977 – em Brasil 1 x 0 Bulgária, amistosamente, no paulistano Morumbi (Estádio Cícero Pompeu de Toledo), com gol do Roberto e assistido por 67.708 pagantes. Naquela vez, o time camarinho teve ataque - Gil (Flu), Roberto Dinamite e Lula (Inter/Nílson Dias/Bota) – que foi repetido nos 2 x 0 Seleção Paulista -- 25.01.1977 -, no mesmo Morumbi e amistosamente, e nos 2 x 0 Millonarios - 06.02.2977 -, no Estádio El Campin, na colombiana Bogotá, perante 41.137 pagantes. Eles jogaram juntos, ainda  – 31.01.1977 -, no 1 x 1 Combinado Fla-Flu, com o Maracanã recebendo 64.084 pagantes, mas com o Nílson escalado pelo meio-de-campo.  E o incrível! Leia abaixo:

 O que o torcedor vascaíno sonhava não foi que aconteceu ao contrário? Em 3 de março de 1977 (03.03.77), a Seleção Brasieira disputou amistoso contra o Combinado Vasco-Botafogo, no Maracanã (público não divulgado) e o goleou, por 6 x 1, com o Dinamite abrindo a conta, aos 4 minutos, e o Nílson fechando, aos 86. CANARINHOS: Leão; Zé Maria, Amaral (Beto Fuscão), Carlos Alberto Torres (Edinho) e Marinho Chagas (Marco Antônio Feliciano/VSC); Toninho Cerezzo, Rivellino (Carlos Alberto Pintinho) e Zico; Gil, Roberto Dinamite e Paulo César Lima (Nílson Dias), treinados por Cláudio Coutinho. VSC/FOGO: Wendell; Perivaldo (Orlando Lelé/VSC), Osmar Guarnelli (Renê/VSC), Geraldo/VSC e Rodrigues Neto; Zé Mário/VSC), Zanatta (VSC) e Dirceu Guimarães/VSC; Luís Fumanchu/VSC, Manfrini e Dé Aranha/VSC.          

 

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