Brigar pela artilharia do Campeonato Carioca era um campeonato a parte, antigamente. Roberto Dinamite estava, sempre, nessas brigas que o deixaram o artilheirão das temporadas-1981, com 31 gols, e 1985, com 12.
O Dinamite, a
partir de 1972, teve vários concorrentes fortes pela liderança do pelotão de
artilharia do Estadual-RJ, sempre atacantes de grandes clubes, dos quais os
primeiros foram os flamenguistas Doval e Dario (José dos Santos) e Luisinho
Lemos, o Luís Tombo, do América e que
vivia caíndo muito durante as partidas. A partir de 1975, ele passou a travar
grandes batalhas com o seu amigo rubro-negro Zico (Artur Antunes Coimbra. Ver matéria exclusiva), chegando
os dois a se igualarem no topo da corrida
artilheira, em 1978, com 19 bolas no
filó - mesmo número de Cláudio Adão, que era rubro-negro, também.
Além dos já citados, o Dinamite travou grandes
batalhas artilheiradas, também, com
três goleadores que foram seus parceiros, depois, no Vasco da Gama, os petardalheiros Cláudio Adão, Romário e
Bebeto (José Roberto Gama de Oliveira). Na década-1980, ele não escapou da
concorrência, ainda, do goiano e então botafoguense Baltazar. Já em sua fase
final, nas duas últimas temporadas da década-1990, brigou com o flamenguista
Gaúcho (Luíz Carlos Tóffoli) e o tricolor Ézio, que o speaker Januário de Oliveira apelidou por Super-Ézio.
REPRODUÇÃO DE REVISTA VASCAÍNA - DESPEDIDA DO ROBERTO
Zico esteve vacaíno, ao lado do Dinamite, por 45 minutos
Todos estes atacantes figuraram na ponta da tabela matadeira ao final de um Estadual-RJ. Houve, porém, um que nunca terminou primeirão, mas fazia gols de montão: o botafoguense Nílson Dias. Travou grandes duelos com o Dinamite, daqueles que, em um dia, ele marcava o gol do jogo e os alvinegros venciam os vascaínos, enquanto, no outro, o cruzmaltino mandava o troco. Nesse rolo, houve um clássico que sacudiu legal a torcida, com três gols do Dinamite, e, do outro lado, o grandalhão botafoguense Ferretti (Fernando) substituindo o seu irmão Tuca (Ricardo).
Este clássico - 25.08.1974
– terminou Vasco 3 x 2 Botafogo, valendo
pela Taça Guanabara, com o Dinamite goleando, aos 13 minutos do primeiro tempo,
e aos 15 (pênalti) e aos 34 do segundo, enquanto Nílson Dias não marcou, diante
de 54.7657 pagantes, no Maracanã. A Turma
do Dinamite foi ele e mais Andrada, Fidélis, Renê (Joel Santana), Miguel,
Paulo César, Alcir, Zanatta, Ademir (Peres), Jorginho Carvoeiro e Luis Carlos
Lemos, treinados por Mário Tavaglini. O ataque ofensivíssimo da patota do
Nílson teve ele e mais Tuca (depois seu irmão Fernando Ferreti), Fischer e
Dirceu Guimrães, comandados por Mário Jorge Lobo Zagallo.
Assim
que Nílson Dias surgiu como goleador, rápido serelepe, um terror para os
zagueiros, muitos torcedores vascaínos passaram a sonhar com uma dupla fatal entre ele e o Dinamite, em
São Januário, mas isso nunca chegou a ser aventado pela cartolaria cruzmaltina, ficava só nos papos de botecos. Sobretudo, porque, em 1972, o Nílson foi
emprestado ao colombiano Deportivo Cali e a Turma
da Colina tinha outras gentes boas de
rede, como Silva (Válter Machado) e Tostão (Eduardo Gonçalves de Andrade).
Nílson Severino
Dias, nascido carioca, no 25 de janeiro de 1952, totalizou 127 gols botafoguenses,
entre 1970/1978. Passou, também, por Universidad de Guadalajara-MEX,
Internacional-RS, Santos-SP, Santa Cruz-PE, São Cristóvão-RJ; Acadêmica de
Coimbra-POR e Olario-RJ. Chegou à Seleção Brasileira e disputou 13 partidas,
marcando quatro tentos – três pela equipe olímpica e um pela principal.
Capa de revista mostra como Nílson Dia comemorava gols contra o Vasco
O que o torcedor vascaíno sonhava não foi que
aconteceu ao contrário? Em 3 de março de 1977 (03.03.77), a Seleção Brasieira disputou amistoso contra o Combinado
Vasco-Botafogo, no Maracanã (público não divulgado) e o goleou, por 6 x 1, com
o Dinamite abrindo a conta, aos 4 minutos, e o Nílson fechando, aos 86. CANARINHOS:
Leão; Zé Maria, Amaral (Beto Fuscão), Carlos Alberto Torres (Edinho) e Marinho
Chagas (Marco Antônio Feliciano/VSC); Toninho Cerezzo, Rivellino (Carlos
Alberto Pintinho) e Zico; Gil, Roberto Dinamite e Paulo César Lima (Nílson
Dias), treinados por Cláudio Coutinho. VSC/FOGO: Wendell; Perivaldo (Orlando Lelé/VSC), Osmar Guarnelli
(Renê/VSC), Geraldo/VSC e Rodrigues Neto; Zé Mário/VSC), Zanatta (VSC) e Dirceu
Guimarães/VSC; Luís Fumanchu/VSC,
Manfrini e Dé Aranha/VSC.
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