Vasco

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domingo, 5 de março de 2023

UM REPÓRTER DINAMITE NO GRAMADO

        A Seleção Brasileira já estava na Espanha para a disputa da Copa do Mundo-1982. Nenhum torcedor discutia mais a convocação do treinador Telê Santana, preferindo fazer corrente positiva para a estreia – 14 de junho de 1982 -, contra a então União Soviética, aquela que tinha atletas usando camisas vermelhinhas, escrito,  no peito, CCCP - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, na tradução do alfabeto cirílico.

 Faltavam duas semanas para o Mundial começar para os brasileiros. O Vasco da Gama rolava amistoso, no Serejão, em Taguatinga, cidade satélite de Brasília, com cerca de 20 mil pagantes assistindo ao prélio.  Não me lembro do motivo pelo qual eu não fora escalado par cobrir a pugna, só lembro que, na tarde daquele 10 de junho de 1982, eu estava na redação do Jornal de Brasília, participando do fechamento da edição que iria às bancas no dia seguinte. De repente, o Editor de Esportes, Aírton Maia Faria, chegou-me  gritando:

 Corra, para o Serejão. Acaba de chegar este telex (o e-mail de antigamente), mostrou-me a nota da convocação do Roberto Dinamite para a Seleção Brasileira. O Careca (Antônio de Oliveira Filho, centroavante consagrado pelo Guarani de Campinas, São Paulo e Nápoles-ITAi (depois) foi cortado (por contusão). Se mande! - me mandei!

 Pedi ao motoristas para não ter pé de chumbo, não deixar o velocímetro do carro na maciota. Cheguei ao estádio antes da primeira etapa terminar. Ao derradeiro apito (na etapa, é claro!) do árbitro Edson Rezende, Iinvadi o gramado, correndo em direção ao Roberto Dinamite, e gritei-lhe, exibindo  a cópia do telex:

              - Roberto! Você foi convocado pra Selção Brasileira.

       Foto clicada por Luís Aatônio Alves do Jornal de Brasília

 Roberto olhou-me, com jeito de quem achava aquilo é uma caçoada, mas, ao ler o telex, aquela notícia dinamite, sorriu aquele seu famoso sorriso amarelo.  Não sei quem ficou mais feliz, ele, pela convocação, ou eu, por ter-me invovcado espírito de repórter-dinamite para informar-lhe da grande noticia.  Mesmo emocionado, pela inesperado telex, o Dinamite voltou para o segundo tempo e marcou o tento da vitória vascaína, aos 41 minutos. E foi abraçado,  com valor dobrado – pela convocação e a bola na rede – por toda a sua patota, isto é, o ténico Antônio, os companheiros da partida – Mazaropi, Serginho, Rondinelli, Ivan, Gilberto; Dudu, Ernâni, e Jérson (Renato Sá), Katinha (João Carlos) e Cláudio Adão - reservas e comissão técnica. Mais tarde, na redação do JBr, assim que terminei de escrever a matéria, o fotógrafo Luís Antônio Alves chegou com a foto do fato, a louca ação deste repórter para cumprir a pauta do seu editor. Deixou-me estático, emocionadíssimo, como se fora um estagiário na expectativa de ver-se no jornal do dia seguinte.

E rola a bola!  Enquanto o Vasco da Gama prosseguiu com a sua excurãso caça-níquel, fazendo amistosos bregas pelos interiores de Minas Gerais, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, o ”Bob” iniciava os treinos canarinhos, na Espanha. Por ter-se apresentado ao escrete nacional mais do que em cima da hora, ele percebeu, rápido, que, dificilmente, teria chance de ficar com vaga no ataque, ao lado de Sócrates e de Zico, os principais nomes do selccionado, pois o treinador Telê Santana vinha trabalhando com Serginho (Sérgio Bernardino) desde o corte de Careca, e indicando de que o faria de titular – e o fez, em Brasil 2 x 1 União Soviética; 4 x 1 Escócia; 4 x 0 Nova Zelândia; 3 x 1 Argentina e 2 x 3 Itália.

 O Dinamite, que disputara cinco partidas do Mundial-1978, na Argentina, deixando três bolas no filó, não entrou em nenhum jogo desses citados no parágrafo anterior. Mas ainda teve outras 11 oportunidades para jogar amistosos e Copa América canariado. O que aconteceu?

 

                                                                                            ÚTIMO GOL CANARINHO

01.09.1983 – Brasil 5 x 0 Equador – aos 58 minutos, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, diante de 26.6687 pagantes, apitado pelo uruguaio Luis de La Rosa, valendo pela Copa América. Dez minutos antes, o Dinamite já havia mandado uma bola à rede equatoriana. Time: Leão; Leandro, Márcio Rossini (Toninho Carlos), Mozer e Leovegildo Júnior; Tita (China), Renato “Pé Murcho” e Jorginho Putinatti; Renato Portaluppi, Roberto Dinamite e Éder Aleixo. Técnlico: Carlos AlbrtoPareira.  

                                                                                       ÚLTIMA PARTIDA CANARINHA

7 de junhode 1984 – Brasil 0 x 0 Argentina – amistoso no estádio do Morumbi, em São Paulo, apitado pelo argentino Arthuro’’ Ithurralde, e presenciado por 36.596pagantes.

      

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