Desde que subira ao time principal vascaíno, o Roberto Dinamite só havia enfrentado o Olaria diante de públicos pequenos. Da primeira vez, por exemplo – 16 de março de 1972 (Vasco 1 x 0) - só haviam aparecido 7.500 pagantes, em São Januário, valendo pela Taça Guanabara. Depois, ele encarou os alviazuis com mais cinco públicos que, malmente, pagavam as despesas da partida: 1972 - 13.910 pp; 10.444 pp; 1973 - 6.631; 3.780; 5.775 e 3.781.
Um dia,
porém, o Dinamita surpreendeu-se, ao adentrar ao gramado do Maracanã - 15 de
novembro de 1973 - e ver casa bastante cheia para o prélio contra os rapazes da
Rua Bariri, que seguraram 1 x 1 no placar. Oficialmente, 81.417 pagantes. Era
público para jogos decisivos contra Flamengo e Fluminense. Como o Olaria havia conseguido
aquilo?
Pois bem! Pelos inícios da década-1970, o
Olaria tirava do Bangu o título de “o bom
do subúrbio carioca”, incomodando – e muito - os “grandes”.
Em 1971, ficou em terceiro lugar no Campeonato Carioca, tendo Jair Rosa Pinto
por seu treinador e contando com atletas que aconteciam, como os defensores
Miguel, Altivo e Alfinete, e a dupla meio-campista Afonsinho e Roberto Pinto.
Segurando a barra, estava a paixão torcedora e a grana do presidente e patrono
Álvaro da Costa Mello.
Foi por ali que o clube suburbano
chegou ao Campeonato Brasileiro. Jogava uma “bola bola”, mas precisava ser adotado pela politica da Confederação
Brasileira de Futebol-CBD, que colocava um clube no Campeoanto Nacional onde a
ARENA-Aliança Renovadodra Nacional (partido dos militares) ia mal. Em 1973, a
entidade convidou 14 clube a mais do que em 1972 e organizou disputa passando
por gramados de 20 estados, representados por 40 times, entre eles o Olaria.
A pelota rolou entre 25 de agosto daquele 1973 até 20 de fevereiro de 1974, com regulamento confuso e calendário
apertado. Não houve Série B, para a CBD
aumentar os número de participantes do Brasileiro Série A e ajudar a ARENA a
tirar votos do MDB-Movimento Democrático Brasileiro. Fazia dez temporadas que o Olaria não
disputava uma grande competição interestadual. A sua única fora o Torneio
Rio-São Paulo-1963, um dos embriões do atual Brasileirão. Sem tabela favorável,
das 19 partidas do primeiro turno do Brasileiro, só duas foram no Rio
de Janeiro, uma delas a já citada contra o Vasco da Gama.
Por ter o Olaria ficado entre os
20 primeiros colocados, de um total de 40, a CBD o manteve na disputa de 1974 -
América, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da
Gama foram os outros cariocas. Naquele
campeonato, os suburbanos
encontraram-se com os cruzmaltinos no 8 de maio (1
x 1), e o Dinamite marcou o tento vascaíno, aos 19 do segundo tempo. Dia em
que ele olhou
para as arquibancadas de São Januário e viu público que estava acostumdo a ver
naquele confronto: 2.539 pagantes.
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