Vasco

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sábado, 25 de março de 2023

O DINAMITE DINAMITOU O CORINTHIANS

O Jornal do Brasil não economizou espaço para propagar gols do Dinamite  

 Roberto Dinamite está entre os maiors goleadores vascaínos que botaram goleiro pra chorar em uma só partida: cinco bolas no filó. Só foi superado por Edmundo e Lelé, ambos com seis tentos, tendo se igulado a Russinho, Villadoniga e Maneca.

Os cincaços do Dinamite saíram durante a tarde domingueira do 4 de maio de 1980, em Vasco da Gama 5 x 2 Corinthinas, pela segunda fase do Campeonato Brasileiro, no Maracanã, diante de 107.474 pagantes. Durante o trajeto para a partida, ele sentou-se na poltrona nº 17, como sempre o fazia, e seguiu, de São Januário, para o Maracanã. Estranhou o grandioso público para um jogo entre times classificados à fase seguinte do Campeonato Brasileiro. Não se tocou que seria o seu reencontro com a torcida vascaína, de volta do espanhol Barcelona. Do vestiário, ouviu a torcida gritar o seu nome e chorou, emocionado. Agradeceu marcando os cinco gols da vitória cruzmaltina, com viradas de placar.

Na volta do Dinamite, o corintiano Caçapava abriu o placar, aos 11 minutos, mas o Roberto dinamitou o adversário, aos 13, 27 e 37. Aos 39, Sócrates bateu pênalti e diminuiu para os alvinegros paulistas. Roberto fez um outro, aos 42. E mais outro, aos 27 do segundo tempo do jogo assistido por 107.474 pagantes. Naquele dia, o técnico vascaíno Orlando Fantoni escalou: Mazaroppi; Paulinho II, Juan (Ivã), Léo e Paulo César; Carlos Alberto Pintinho, Guina e Edu; Wilsinho (João Luís), Roberto Dinamite e Katinha. Viória com virada de placar e o recorde de gols em um só jogo do Brasileirão, até então. 
Poderia haver algo melhor, do que voltar de um clube que não lhe prestigiara, o Barcelona, após 11 jogos e três gols? O Dinamite voltara arrasado do clube espanhol, por ser relegado, ao segundo, terceiro plano, pelo treinador argentino Helênio Herera, numa época em que não era comum clube europeu contratar brasileiros. Antes de Herrera, prestigiado Joaquim Rife, antecessor do “hermano”, ele estreara marcando dois tentos diante do Almeria e saíra de campo abrindo perspectivas para repetir o sucesso de outros goleadores brasileiros adorados pelka torcida do Barça – Evaristo de Macedo, Romário e Ronaldo Fenômeno. Quanto estava mais do que comprovada que o Herrera não queria em seu time, o Flamengo entrou no circuito para repatriá-lo e formar a dupla fatal Zico & Roberto. Mas Eurico Miranda foi mais competente nas negociações e, três meses depois de sair da Colina, o “matador” estava de volta para os aplausos de sua galera. 
 Quanto aos outros goleadores que o ultrapassaram nas redes, ou empataram com ele, estes foram:

 Lelé – 6 gols - em Vasco da Gama  9 x 2 Sport-PE, amistosamente, no 8 de maio de 1946, no estádio da Ilha do Retiro, em Recife, sem público conhecido. Batizado e registrado por Manoel Peçanha, nasceu em Campos dos Goytacazes-RJ, em 23 de março de 1918, e viveu até 16 de agosto de 2003. Esteve vascaíno de 1943 a 1945, quando saiu para voltar em 1946. Em 1947, voltou a sair, mas retornou à Colina, em 1948, sua última passagem. Deixou anotados 147 gols cruzmaltinos.

Lelé foi o primeiro vascaíno a se exceder em número gols em uma só partida - foto reproduzida da revista carioca Esporte Ilustrado

 Edmundo – 6 gols - em Vasco da Gama 6 x 0 União São João, de Araras-SP, pela primeira fase do Campeoanto Brasileiro, no 11 de setembro de 1997, em São Januário, assistido por 1.313 pagantes, em uma noite de quinta-feira. Edmundo Alves de Souza Neto, apelidado por Animal, nasceu em 2 de abril de 1971, em Niterói-RJ e marcou 138 gols vascaínos, em 244 partidas, em seis passagens por São Januario.

Russinho – 5 gols – fez isso emduas oportunidades. A primeira, em Vasco da Gama 11 x 0 SC Brasil-RJ, em 1º de maio de 1927, pelo primeiro turno do Campeonato Carioca; e a segunda, em 7 de abril de 1929, pelo, igualmente, primeiro turno do Estadual, no estádio de São Januário, também, sem público conhecido. Moacyr Siqueira de Queiroz, seu real nome, esteve vascaíno de 1924 a 1934, quando marcou 225 gols e tornou-se o quinto maior “matador” da Colina. Viveu de 18.12.1902 a 08.04.1992.

Villadoniga – 5 gols  - em Vasco da Gama 8 x 0 Bonsucesso, no 22 de dezembro de 1940.  Uruguaio, nascido em Montevidéu, é o maior goleador estrangeiro do Almirante, com 116 jogos, entre 1937 e 1942, e  82 gols, que poderiam ser 83, caso um não fosse pelo Torneio Início do Campeonato Carioca-1942 - Vasco 1 x 0 Bangu, desconsiderando-se gols de uma tarde domingueira festiva. A sua proeza cinqueira rolou no domingo 22 de setembro de 1940, na casa do adversário, à Rua Teixeira de Castro. Treinado pelo inglês Harry Welfare, a Turma da Colina do dia teve: Chiquinho, Jahu e Florindo; Dacunto, Zarzur e Argemiro; Manoel Rocha, Alfredo I (Alfredo II), Villadoniga,  Gonzalez e Orlando Rosa Pinto. Registrado por Segundo Villadóniga, viveu entre 6 de novembro de 1915 a 26 de outubro de 2006.

Maneca – 5 gols – em Vasco da Gama 14 x 1 Canto do Rio, no 6 de setembro de 1947, pelo primeiro turno do Campeonato Carioca, em um sábao, em São Januário, assistido por 3.296 pagantes. Nascido, em Salvador-BA, no 28 de janeiro de 1926, viveu até 28 de junho de 1961, com o seuverdadero nome sendo Manuel Marinho Alves. Esteve vascaíno, de 1944 a 1956, quando saiu e voltou em 1957.  


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