Vasco

Vasco

domingo, 19 de março de 2023

O GRANDE DUELO DINAMITE CONTRA ZICO

  A disputa Roberto Dinamite x Zico por artilharias e taças foi a mais marcante do futebol carioca das adécadas-1970/1980. Poderia ter havido muito pegas,  caso o “Galinho de Quintino” (apelido criado pelo speaker Waldir Amaral) não tivesse ido para o futebol italiano e por lá ficando, de 1983 a 1985.

 Antes de serem os principais astros de Vasco da Gama e Flamego, os dois garotos se enfrentaram, pelas primeiras vezes, integrando times A, entre maio de 1972 e junho de 1973, quando o Dinamite, aos 17 de idade, tinha a concorrência de Silva e Tostão, na Turma da Colina, e Zico, aos 19, sentava-se no banco para Caio e Doval jogarem com a camsia rubro-negra.

O primeiro encontro - 07.05.1972 – ficou com os dois em cima do muro: Vasco da Gama 2 x 2 Flamengo. Valeu pelo segundo turno do Campeonato Carioca, no Maracanã, com eles - futuros maiores ídolos da história de seus clubes - sendo mostrados a uma grande plateia: 108.454 pagantes. O treinador vascaíno, Zizinho (Thomaz Soares da Silva), escalou o Dinamite desde o início da partida, formando dupla fatal com Silva (Válter Machado), enquanto o flamenguista Mário Jorge Lobo Zagallo deixou o Galinho no banco dos reservas e o lançou durante a etapa final, em lugar de Crlos Alberto Zanatta, para ajudar os meio-campistas Zé Mário e Liminha. Time vascaíno: Andrada; Paulo César Puruca, Miguel, Renê e Eberval; Alcir e Tostão; Marco Antônio, Silva (Ferrretti), Roberto Dinamite e Gílson Nunes.    

  O segundo encontro Roberto x Zico – 10.061973 -, foi um amistoso, no Estádio Caio Martins, em Niterói, com a presença de apenas oito mil pagantes. Naquele dia, uma tarde de domingo, o treinadoir Mario Travaglini deixou o Dinamite no banco, para substitui o Dé Aranha, mais tarde. De sua parte, o memo Zagallo mandou o Galinho substituir Doval. Depois, ele foi substituído pelo zagueiro Rondinelli, por ter se machucado. Zico ganhou aquela, por 2 x 1, mas o Roberto Dinamite, aos 35 minutos do primeiro tempo, marcou o primeiro gol daquele duelo, no qual o Almirante alinhou: Jonas; Paulo César Puruca, Joel Santana, Renê e Alfinete; Alcir (Gaúcho) e Zanatta; Jorginho carvoeiro (Luís Fumanchu), Dé Aranha (Roberto Dinamite), Ademir (Buglê) e Luís Carlos Lemos.         

Para o Dinamite, as decisões contra Zico lhe valeram seis canecos, todos recheados por muitas emoções, até o da sua primeira prateleirada, saída de um amistoso despretensioso no interior do ainda velho Estado do Rio de Janeiro. Confira o quinteto de sucessos dinamiteiros em uma época de futebol ainda quase romântico, quando não havia brigas entre torcedores, marcadas pela Internet:                                         

08.02.1975 – Vasco da Gama 2 x 1 Flamengo – Taça Cidade de Cabo Frio, no Estádio Hermenegildo Barcelos, em Arraial do Cabo-RJ, com 15 mil pagantes e sem gols dos dois artilheiros. Primeiro caneco dinamiteano contra o Galinho, dentro do que se chamava ecaça-níquel, despretenciosíssimo, a não ser no aproveitamento de data vaga para ajudar no pagamento da folha salarial mensal. Time: Andrada; Paulo César Puruca, Miguel (Joel Santana), Moisés e Celso Alonso; Alcir (Gaúcho), Zanatta e Edu; Luís Carlos Lemos, Carlinhos e Roberto Dinamite. Técnico: Mário Travaglini.  

07.08.1975 – Vasco da Gama 1 x 0 Flamengo – jogo extra pelo terceiro turno do Campeoanto Carioca, com 125.988 pagantes, em uma quinta-feira, no Maracanã. Improsivado como lateral-esquerda, o zagueiro xerifão Moisés marcou o gol da vitória, aos 39 minutos, tendo o goleiro rubro-negro Cantarelli tentado justificar a falha “por ter sido atrapalhado pelo brilho dos refletores do estádio”. Não colou. Time: Andrada; Paulo César Puruca, Joel Santana, Renê e Moisés; Alcir, Zanatta e Jair Pereira (Gaúcho); Luis Carlos Lemos, Roberto Dinamite e Dé Aranha.Técnico: Mário Travaglini.   

13.06.1976 – Vasco da Gama 1 (5) X 1 (4) Flamengo  - jogo extra decidindo turno e levando 133.444 pagantes ao Maracanã. Aos seis minutos, o xerifão rubro-negro Rondinelli acertou cotovelada em Roberto Dinamite, dentro da sua área e com a bola já longe. Mas o árbitro Agomar Martins viu e marcou o que ninguém havia visto: pênalti, que o Dinamite cobrou e marcou. O Fla, que via Zanatta colado em Zico, perdeu muita força e só conseguiu empatar pela metade da etapa final. Rolou, então, prorrogação e mais um empate, aquele, sem gols. Indo a decisão para os pênaltis, os rubro-negros chegaram a fazer 4 x 3, ficando a um gol do título. No entanto, Zico bateu o quinto e o goleiro Mazaropi defendeu. O Dinamite igualou o placar nos 4 x 4, para o lateral-esquerdo  Luís Augusto, que substuíra o cansado Zanatta, matar a juriti: título na Colina, onde não pintava desde 1965, quando fora disputada a primeira Taça Guanabra. Time: Mazaropi; Gaúcho, Abel, Renê e Marco Antônio Feliciano; Zé Mário, Zanatta (Luís Augusto) e Luís Carlos Lemos; Luís Fumanchu, Roberto Dinamite e Dé Aranha (Jair Pereira). Ténico: Paulo Emilio. 

28.09.1977 – Vasco da Gama 0 (5) x 0 (4) Flamengo – paracia que a torcida vascaína já havia assistido aquele filme, antes: mais um jogo extra decidindo turno de Campeonto Carioca, o segundo. Este começando em um dia e terminando no outro - pela madrugada. O Fla precisasva vencer para ganhar a etapa e decidir o título com os cruzmaltinos, vencedores do primeiro turno. Era noite de uma quarta-feira e o Maracanã era visitado por 152.059 pagantes. Rola a boa e, no tempo regulamentar, 0 x 0, requerendo cobranças de pênaltis. Nestas, os dois times chegaram aos 3 x 3. O Fla bateu a quarta e Mazaropi defendeu. O Almirante passou à frente. Depois, Zico deixou tudo nos 4 x 4. Na última cobrança, o Dinamite fez 5 x 4. Não parece que vimos este filme no paragrafo acima? Time: Mazaropi; Orlando Lelé, Abel Braga, Geraldo e Marco Antônio Feliciano; Zé Mário, Zanatta (Helinho) e Dirceu Guimarães; Wilsinho (Zandonaide), Roberto Dinamite e Paulinho Massariol. Técnico: Orlando Fantoni.     

05.12.1982 – Vasco 1 x 0 Flamengo -  última decisão de Roberto Dinamnite contra o Zico e dia de caneco na Colina, embora a decisão do Estadual tenha sido no Maracanã, que anatou o publicaço dominical de 113.211 pagantes. Naquela tarde, o Almirante tinha tudo para não ser campeão. Vivia momento agitadíssimo, pela sua eleição presidencial e com muita pressão sobre o treinador Antônio Lopes, que estava marcado pelos três candidatos pra ser mandado embora. Pra complicar a situação, o Lopes barrou cinco titulares na véspera da final – Mazaropi, Rosemiro, Nei, Geovani e Palhinha – e tornou a Rua General Almério de Moura um pandemônio. Veio o jogo. Aos três minutos do segundo tempo, Pedrinho Gaúcho cobrou escanteio fechado e o baixinho Marquinho, saído do banco, raspou cuca legal na bola pra aninhá-la no fundo da rede. Com aquilo, o Roberto Dinamite ganhava o clássico e, também, ajudava o Vasco da Gama acabar com uma série de vices estaduais. Time: Acácio; Galvão, Ivan, Celso e Pedrinho; Serginho, Dudu (Marquinho) e Ernâni; Pedrinho Gaúcho, Roberto Dinamite e Jérson.

Depois daquele duelo, o Galinho foi para a italiana Udinese e só reencontrou o Dinamite – 19.07.1987 – quando rolava o terceiro turno do Estadual-RJ e eles foram assistidos por 83.403 pagantes, no Maracanã, de onde saíram em cima do muro: 0 x 0. O treinador vascaíno era Sebastião Lazaroni e seu time alinhou: Acácio; Paulo Roberto Gaúco, Donato, Moroni e Mazinho; Dunga, Luis Carlos Martins e Tita; Mauricinho, Roberto Dinamite e Romário. No adversário, o técnico Antônio Lopes escalou o Zico formando a meiúca com Andrade e Aílton.   

 O pega seguinte entre eles foi de decisão de campeonato – 09.08.1987 – e com casa cheia: 114.628 pagantes maracanizados em arquibancadas. cadeiras e geral, esta última uma tadição-povão brasileira matada pela FIFA. Naqula tarde de domingo, o Dinamite voltou a vencer o Galinho (1 x 0),  em jogo que o autor do gol, Tita, inventou moda: saiu comemorando com a camisa tapando o rosto. Time: Acácio; Paulo Roberto Gaúcho, Donato, Fernando César de Matos  e Mazinho; Henrique, Geovani e Tita; Luís Carlos (Vivinho), Roberto Dinamite e Romário, comandados por Sebastião Lazaroni. No Fla, o técnico Antônio Lopes começou a partida com o seu meio-de-campo com Andrade Júlio César e Zico, que foi substituído por Alcindo, no decorrer do prélio que representou a última decisão entre eles.     

Próxima parada: 20.09.1987 –, como Galinho se dando bem e até marcando gol. Mas o Dinamite também deixou o dele na rede de Fla 2 x 1, diante de 28. 682 pagantes, pelos inícios do Brasileirão. Rolou repeteco de triunfo rubro-negro – 23.04.1989 – com Vasco 1 x 3 Flamngo, pela Taça Guanbara e diante de 65.678 pagantes, no “Maraca”, mas sem nenhum dos dois visitando o placar. E, por ali, a história se acabou em disputas clubísticas.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário