Neste momento em que você está me lendo, eu não deveria estar mais por aqui. Não sei que insistência é esta, a minha, de não deixar as profecias sumirem comigo. Não tem jeito! Até desconfio de que já entrei para alguma academia de letras, e não me avisaram, pois sigo sendo um incorrigível imortal. Pelo menos, da metade do Século 20 para cá, já sobrevivi a 101 fins do mundo.
Ainda não foi destas vez que conseguiram acabar com o mundo da reprodução de www.uux.cn |
Pois bem! Nesse recentíssimo 21 de junho, sobrevivi a mais um fim do mundo. Aliás, esta coluna só não foi publicada na data porque não daria para esperar até as 23h59, pra saber se eu ainda estaria vivo.
De acordo com algumas figurinhas carimbadas, há erros de leitura no calendário dos mexicanos Maia, e o fim do mundo, que esteve previsto para 21 de dezembro de 2012, passou para 11 dias atrás. Afirmação do cientista Paolo Tagaloguin, segundo o qual o calendário juliano nos remete, tecnicamente, para 2012.
Em matéria de previsões, era melhor Botticelli seguir sendo pintor - reprodução de pt.br.facebook.com |
Beleza! Por conta de uma das previsões de fim de mundo, a de Nostradamus, de que nós seríamos substâncias da eternidade, em julho de 1999, eu e uma cambada de baianos da Bahia Oeste marcamos um festão, regado a uma boa pinga, pra escorrer, vagarosamente, pelo pescoço por dentro, à partir das 23h59 do dia 30 daquele mês.
Quando o relógio marcou 00h01 e o mundo seguiu firme e forte, só quem reclamou foi o meu primo Norival, o dono do alambique e que doou um garrafão de pinga pra gente. Sentiu-se driblado por “uma turma de cachaceiros que não tem mais o que inventar”. Ora bolas! Nostradamus inventa, e a gente paga o pato?
Quando o relógio marcou 00h01 e o mundo seguiu firme e forte, só quem reclamou foi o meu primo Norival, o dono do alambique e que doou um garrafão de pinga pra gente. Sentiu-se driblado por “uma turma de cachaceiros que não tem mais o que inventar”. Ora bolas! Nostradamus inventa, e a gente paga o pato?
Mas o pior foi que o primo Nô caiu no conto da nossa segunda despedida do mundo. Exatamente, no 11 de setembro, menos de dois meses do seu prejuízo, quando a previsão de Philipe Berg, reitor do Kabbalah Centre Global, garantia que, naquela data, uma bola de fogo desceria à Terra e destruiria toda a humanidade, vegetação, formas de vida.
Nostradamus reproduzido de www.aventuranahistória.uol.com.br |
Era nossa inTenção tentar o tetra neste 21 de junho de 2020, mas o Nôzim, como o chamávamos quando lhe dávamos prejuízos etílicos, não alambica mais. Já está com 88 de idade, só curtindo os bisnetos. Ao ser informado do que acabara de escapar - toda a tchurma testou negativo para o coronavírus -, ele indagou, com aquele seu indisfarçável sotaque da Bahia Oeste:
- Moço! Este tal de fim do mundo não tem fim mais, não?
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