Vasco

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sábado, 4 de julho de 2020

O VENENO DO ESCORPIÃO - MAIS UM FIM DO MUNDO E O MUNDO NÃO ACABOUUU!

Neste momento em que você está me lendo, eu não deveria estar mais por aqui. Não sei que insistência é esta, a minha, de não deixar as profecias sumirem comigo. Não tem jeito! Até desconfio de que já entrei para alguma academia de letras, e não me avisaram, pois sigo sendo um incorrigível imortal. Pelo menos, da metade do Século 20 para cá, já sobrevivi a 101 fins do mundo.
Ainda não foi destas vez que conseguiram acabar com o
 mundo da reprodução de www.uux.cn
 Aliás, eu não sei o que é que o homem tem contra o mundo, pois, desde a era 66 Depois de Cristo, que falam no The End desse filme, que tem, sempre, reprises. O difícil é saber quem é o mais lunático na produção dessa película, que tem entre os atores os judeus essênios; os Papas Silvério II e Inocêncio III; o pintor italiano Sandro Boticelli; o fundador do protestantismo, Martinho Lutero; o fundor do Templo do Povo, o Jim Jones; o navegador Cristóvão Colombo e Nostradamus, que não poderia faltar nesse time de quem parece ter fumado um cigarrinho diferente.      
 Pois bem! Nesse recentíssimo 21 de  junho, sobrevivi a mais um fim do mundo. Aliás, esta coluna só não foi publicada na data porque não daria para esperar até as 23h59, pra saber se eu ainda estaria vivo.
 De acordo com algumas figurinhas carimbadas, há erros de leitura no calendário dos mexicanos Maia, e o fim do mundo, que esteve previsto para 21 de dezembro de 2012, passou para 11 dias atrás. Afirmação do cientista Paolo Tagaloguin, segundo o qual o calendário juliano nos remete, tecnicamente, para 2012.
Em matéria de previsões, era melhor
Botticelli seguir sendo pintor -
reprodução de pt.br.facebook.com 
 O número de dias perdidos, a cada 365 dias que vivemos, é devido a mudança para a contagem que usamos, a gregoriana, sustenta Tagaloguin, seria de 264 horas. Usando o calendário gregoriano por 268 anos (1752-2020) vezes 11 dias, teremos 2.948 dias. E isso vezes 365 dias anuais é igual a oito temporadas. E, para dar mais fervor ao que você acabou de ler, os divulgadores disso afirmam que o calendário gregoriano surgiu em 1582, e não em 1752.
 Beleza! Por conta de uma das previsões de fim de mundo, a de Nostradamus, de que nós seríamos substâncias da eternidade, em julho de 1999, eu e uma cambada de baianos da Bahia Oeste marcamos um festão, regado a uma boa pinga, pra escorrer, vagarosamente, pelo pescoço por dentro, à partir das 23h59 do dia 30 daquele mês.
 Quando o relógio marcou 00h01 e o mundo seguiu firme e forte, só quem reclamou foi o meu primo Norival, o dono do alambique e que doou um garrafão de pinga pra gente. Sentiu-se driblado por “uma turma de cachaceiros que não tem mais o que inventar”. Ora bolas! Nostradamus inventa, e a gente paga o pato?
 Mas o pior foi que o primo Nô caiu no conto da nossa segunda despedida do mundo. Exatamente, no 11 de setembro, menos de dois meses do seu prejuízo, quando a previsão de Philipe Berg, reitor do Kabbalah Centre Global, garantia que, naquela data, uma bola de fogo desceria à Terra e destruiria toda a humanidade, vegetação, formas de vida.
Nostradamus reproduzido de www.aventuranahistória.uol.com.br
Talvez, o primo Norival chorasse prejuízos, de sacanagem, pois levou uma tripleta nossa no 31 de dezembro de 1999. Daquela vez, quem previa o Juizo Final era Nazim Al-Haqqani, conhecido como Sheikh Nazim,  um muçulmano sufi cipriota turco e líder espiritual do Naqshbandi tariqa. Enfim, eu e a minha patota ficamos tri, de escapagem de fins do mundo.
Era nossa inTenção tentar o tetra neste 21 de junho de 2020, mas o Nôzim, como o chamávamos quando lhe dávamos prejuízos etílicos, não alambica mais. Já está com 88 de idade, só curtindo os bisnetos. Ao ser informado do que acabara de escapar - toda a tchurma testou negativo para o coronavírus -, ele indagou, com aquele seu indisfarçável sotaque da Bahia Oeste:
- Moço! Este tal de fim do mundo não tem fim mais, não?    

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