Vasco

Vasco

sábado, 11 de julho de 2020

4 - XARAZADA - RODRIGUEIRAGEM NA ISKINA

Nascido no 3 de setembro de 1915, em São Paulo, o goleiro  Gabriel Rodriguez não deveria ser chamado por Rodrigues, mas ter  seu nome pronunciado com um z no lugar do s que finalizava a sua graça. Afinal, era filho do Seu Rodriguez - mais precisamente, dos espanhóis Mariano Rodriguez e Carmem Fornes Rodriguez.
Como os speakers e repórteres de rádio e jornais paulistanos só se referiam a ele pelo abrasileirado Rodrigues, e ele nunca reclamou, a coisas pegou, de maneira que só quando a Portuguesa de Desportos foi renovar o seu contrato os cartolas se tocaram que ele era Rodriguez, e não Rodrigues. Aí, já era tarde para mudança de chamamento, o que o rapaz não fazia nenhuma questão, pois lembrava ter nascido no Brasil.
Nesta foto (reprodução de www.netvasco), Rodrigues é o goleiro homenageado
 pelos clubes que disputaram o campeonato conquistado pelo Almirante.
 O bom nível de Rodrigues no gol da Lusa fez o Vasco da Gama leva-lo para a Colina, em 1945. De cara, ele ajudou a moçada a ganhar o título carioca da temporada, na largada do Expresso da Vitória, o deslumbrante e maior Vasco de todos os tempos. Rodrigues foi
foi peça importante da máquina de São Januário, disputando 12 dos 18 jogos dos dois turnos do Estadual, com a média de 0,8 gol levado por partida, excelente, para uma época em que os artilheiros eram mais do que impiedosos - Rodrigues, Augusto da Costa e Rafagnelli; Berascochea, Ely do Amparo e Argemiro; Djalma, Ademir Menezes, Lelé (Jair Rosa Pinto) e Chico Aramburo era o fantástico time-base vascaíno que marcou 58 gols no Campeonato Carioca-1945 – sofreu 15.
Titular, desde o 26 de agosto daquele 1945, Rodrigues deixou para trás os concorrentes Barqueta, Martinho e Castro. Mas, em 1946, a sua sorte mudou dentro da Turma da Colina. A sua camisa foi tomada por um conterrâneo, Moacir Barbosa, que ainda é considerado o melhor da posição, em todos os tempos de São Januário.
 Passadas 16 temporadas, um verdadeiro Rodrigues vascaínava-se. Coincidentemente, havia vestido, também (em 1960), a jaqueta da já chamada Lusa do Canindé. Este Rodrigues autêntico era ponta-esquerda, baiano, nascido em 31 de julho de 1946, na então Vila do Conde (atual município de São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador).
José Rodrigues dos Santos esteve vascaíno durante a temporada-1971, por 19 jogos e um gol, este diante do clube pelo qual fora formado, o Flamengo, no 29 de junho de 1971, aos 44 minutos do primeiro tempo, naquele momento empatando a partida que já tinha um gol do adversário, marcado pelo ex-vascaíno Nei Oliveira, valendo pelo turno único da Taça Guanabara – Andrada; Fidélis, Renê, Moisés e Batista; Gaúcho (Benetti) e Pastoril; Jaílson (Walfrido), Ferreti, Dé e Rodrigues foi o time escalado Paulo Amaral, que lhe dava a segunda chance como titular – a primeira quatro dias antes do clássico com os rubro-negros, barrando Gílson Nunes.
Andrada, Moisés, Miguel, Afonsinho, Alfinete e Fidélis, em pé, das esquerda para a direita;  João Luís, Buglê, Ferreti, Alcir e Rodrigues, agachados, em formação reproduzida de revista Manchete de 1971
 Antes de ser titular, Rodrigues havia disputado dois amistosos, respectivamente, contra os mineiros Uberaba (04.06) e Tupi, de Juiz de Fora (20.06). A sua última presença nas escalações vascaínas foi (14.11) diante do Bahia, na Bahia, pelo Brasileiro, quando o treinador das rapaziadas já era Admildo Chirol. Depois daquilo, Gílson Nunes retomou-lhe a posição e segurou a onde pelos sete jogos restantes da temporada.
DETALHE: o último jogo do Rodrigues vascaíno coincidiu com a primeira entrada de um tal “Groto Dinamite” no time principal do Almirante. Na partida seguinte, no Maracanã (25.11), o novato maracou um belo gol, cobrando falta, uma autêntica dinamitada que o goleiro Gainete (ex-vascaíno) do Internacional nem viu por onde a bola passou. 
Pelas partidas seguinte, o já Roberto Dinamite substituiu Gilson Nunes, em três compromissos, e atuou do lado deste, em outras duas. Rodrigues já estava a caminho do São Bento, de Sorocaba-SP – ainda jogaria, até 1975, pelo Atlético-MG e o Noroeste, de Bauru-SP - , enquanto Carlos Roberto de Oliveira abria o caminho para se tornar o maior ídolo da história do futebol do Vasco da Gama.     
         

Nenhum comentário:

Postar um comentário