Nascido no 3 de setembro de 1915, em São Paulo, o
goleiro Gabriel Rodriguez não deveria ser chamado por Rodrigues,
mas ter seu nome pronunciado com um z no lugar do s que finalizava a sua graça. Afinal, era filho do Seu Rodriguez - mais precisamente, dos
espanhóis Mariano Rodriguez e Carmem Fornes Rodriguez.
Como os speakers
e repórteres de rádio e jornais paulistanos só se referiam a ele pelo
abrasileirado Rodrigues, e ele nunca reclamou, a coisas pegou, de maneira que
só quando a Portuguesa de Desportos foi renovar o seu contrato os cartolas se tocaram
que ele era Rodriguez, e não Rodrigues. Aí, já era tarde para mudança de chamamento,
o que o rapaz não fazia nenhuma questão, pois lembrava ter nascido no Brasil.
foi peça importante da máquina de São
Januário, disputando 12 dos 18 jogos dos dois turnos do Estadual, com a média
de 0,8 gol levado por partida, excelente, para uma época em que os artilheiros
eram mais do que impiedosos - Rodrigues, Augusto da Costa e Rafagnelli;
Berascochea, Ely do Amparo e Argemiro; Djalma, Ademir Menezes, Lelé (Jair Rosa
Pinto) e Chico Aramburo era o fantástico time-base vascaíno que marcou 58 gols
no Campeonato Carioca-1945 – sofreu 15.
Titular, desde o 26 de agosto daquele 1945,
Rodrigues deixou para trás os concorrentes Barqueta, Martinho e Castro. Mas, em
1946, a sua sorte mudou dentro da Turma
da Colina. A sua camisa foi tomada por um conterrâneo, Moacir Barbosa, que
ainda é considerado o melhor da posição, em todos os tempos de São Januário.
Passadas 16
temporadas, um verdadeiro Rodrigues vascaínava-se. Coincidentemente, havia vestido,
também (em 1960), a jaqueta da já chamada Lusa
do Canindé. Este Rodrigues autêntico era ponta-esquerda, baiano, nascido em
31 de julho de 1946, na então Vila do Conde (atual município de São Francisco
do Conde, na região metropolitana de Salvador).
José Rodrigues dos Santos esteve vascaíno durante a
temporada-1971, por 19 jogos e um gol, este diante do clube pelo qual fora
formado, o Flamengo, no 29 de junho de 1971, aos 44 minutos do primeiro tempo,
naquele momento empatando a partida que já tinha um gol do adversário, marcado
pelo ex-vascaíno Nei Oliveira, valendo pelo turno único da Taça Guanabara – Andrada;
Fidélis, Renê, Moisés e Batista; Gaúcho (Benetti) e Pastoril; Jaílson
(Walfrido), Ferreti, Dé e Rodrigues foi o time escalado Paulo Amaral, que lhe
dava a segunda chance como titular – a primeira quatro dias antes do clássico
com os rubro-negros, barrando Gílson Nunes.
Andrada, Moisés, Miguel, Afonsinho, Alfinete e Fidélis, em pé, das esquerda para a direita; João Luís, Buglê, Ferreti, Alcir e Rodrigues, agachados, em formação reproduzida de revista Manchete de 1971 |
Antes de ser
titular, Rodrigues havia disputado dois amistosos, respectivamente, contra os
mineiros Uberaba (04.06) e Tupi, de Juiz de Fora (20.06). A sua última presença
nas escalações vascaínas foi (14.11) diante do Bahia, na Bahia, pelo Brasileiro,
quando o treinador das rapaziadas já era Admildo Chirol. Depois daquilo, Gílson
Nunes retomou-lhe a posição e segurou a onde pelos sete jogos restantes da
temporada.
DETALHE: o último jogo do Rodrigues vascaíno
coincidiu com a primeira entrada de um tal “Groto
Dinamite” no time principal do Almirante. Na partida seguinte, no Maracanã
(25.11), o novato maracou um belo gol, cobrando falta, uma autêntica dinamitada que o goleiro Gainete
(ex-vascaíno) do Internacional nem viu por onde a bola passou.
Pelas partidas
seguinte, o já Roberto Dinamite substituiu Gilson Nunes, em três compromissos,
e atuou do lado deste, em outras duas. Rodrigues já estava a caminho do São
Bento, de Sorocaba-SP – ainda jogaria, até 1975, pelo Atlético-MG e o Noroeste,
de Bauru-SP - , enquanto Carlos Roberto de Oliveira abria o caminho para se
tornar o maior ídolo da história do futebol do Vasco da Gama.
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