Se não falavam assim, quando recebiam a jaqueta vascaína para adentrar ao gramado, os primeiros atletas vascaínos deveriam falar. Afinal, a formação cultural brazuca incluiu carinhosos nega & neguinha para as amadas, amantes. E nem precisava ser, necessariamente, uma escurinha dengosa que encantava os portugueses bigodudos.
De início – 3 de maio de 1916 -, a camisa futeboleira do Vasco da Gama foi completamente preta. Também, durante os primeiro títulos de campeão carioca - 1923/24/29/34/36.
Razão de a rapaziada ser chamada por Os
Camisas Pretas. A branca só pintou a
partir de 16 de janeiro de 1938, nada mau para uso em pugnas sob o filamento de
mercúrio dos termômetros subindo ao calor de um país tropical.
A branquela veio e ficou, mas, com a neguinha no corpo, o Almirante faturou dois dos seus canecos mais + mais: do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões-1948, e do Brasileiro-1989.
Camisa preta e português bigodudo arterizados por Renato Aparecida
O título continental foi o primeiro de um time brazuca no exterior, e a euforia da pátria amada foi tamanha que até flamenguistas (maiores rivais) torceram pelo sucesso do Vasco. Disputado no Chile, o torneio deveria reafirmar a bola mágica do argentino River Plate, tida por maior do planeta. O Almira, porém, aportou em Santiago e mandou ver no gramados do Estádio Nacional.
No
jogo final, o Vasco viu gol legal seu anulado e pênalti marcado (e defendido) a favor dos hermanos. Mas ele encheu mais a pelota. História de luxo. Confira: 14.02 – 2 x 1 Litoral-BOL;
18.02 – 4 x 1 Nacional-URU; 25.02 – 4 x 0 Municipal-PER; 29.02 – 1 x 0
Emelec-QUE; 07.03 – 1 x 1 Colo-Colo-CHI; 14.03 – 0 x 0 River Plate-ARG, tendo a
rapaziada do prélio sido: Barbosa,
Augusto e Wilson (Rafagnelli); Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Lelé),
Friaça (Dimas), Ismael e Chico, treindos por Flavio Costa.
O segundo título de grande magnitude, mas de
consumo interno, o Brasileirão-89, também, foi conquistado fora e casa. E
vencendo o dono da casa, o São Paulo, no estádio do Morumbi, diante de 51.572
pagantes. Era o 16 de dezembro e, aos 50 minutos de árdua peleja, Luís Carlos Winck
cruzou bola para a área são-paulina, onde estava Sorato, sujeito e cuca legal.
Cabeceou a maricota e carregou o caneco, a mando do treinador Nelsinho Rosa,
para esta turma da pesadas: Carlos Germano; Winck, Mareco Aurélio, Quiñones e
Mazinho; Zé do Carmo, Boiadeiro e Bismarck; Bebeto e William. Eles escreveram na tabela da classificação final:
19 partidas, 9 vitórias, 8 empates, duas escorregadas, 27 gols pró e 16 contra,
ficando com o saldo de 11.
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