Vasco

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domingo, 31 de janeiro de 2021

REVISTA DO KIKE Nº 11 - PRETA, PRETINHA

Vem cá, minha nega!”

 Se não falavam assim, quando recebiam a jaqueta vascaína para adentrar ao gramado, os primeiros atletas vascaínos deveriam falar. Afinal, a formação cultural brazuca incluiu carinhosos nega & neguinha para as amadas, amantes. E nem precisava ser, necessariamente, uma escurinha dengosa que encantava os portugueses bigodudos.

 De início – 3 de maio de 1916 -, a camisa futeboleira do Vasco da Gama foi completamente preta. Também, durante os primeiro títulos de campeão carioca - 1923/24/29/34/36. Razão de a rapaziada ser chamada por Os Camisas Pretas.  A branca só pintou a partir de 16 de janeiro de 1938, nada mau para uso em pugnas sob o filamento de mercúrio dos termômetros subindo ao calor de um país tropical.     

A branquela veio e ficou, mas, com a neguinha no corpo, o Almirante faturou dois dos seus canecos mais + mais: do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões-1948, e do Brasileiro-1989.

Camisa preta e português bigodudo arterizados por Renato Aparecida

 O título continental foi o primeiro de um time brazuca no exterior, e a euforia da pátria amada foi tamanha que até flamenguistas (maiores rivais) torceram pelo sucesso do Vasco. Disputado no Chile, o torneio deveria reafirmar a bola mágica do argentino River Plate, tida por maior do planeta. O Almira, porém, aportou em Santiago e mandou ver no gramados do Estádio Nacional.

 No jogo final, o Vasco viu gol legal seu anulado e pênalti marcado (e defendido) a favor dos hermanos. Mas ele encheu mais a pelota. História  de luxo. Confira: 14.02 – 2 x 1 Litoral-BOL; 18.02 – 4 x 1 Nacional-URU; 25.02 – 4 x 0 Municipal-PER; 29.02 – 1 x 0 Emelec-QUE; 07.03 – 1 x 1 Colo-Colo-CHI; 14.03 – 0 x 0 River Plate-ARG, tendo a rapaziada do prélio sido: Barbosa, Augusto e Wilson (Rafagnelli); Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Lelé), Friaça (Dimas), Ismael e Chico, treindos por Flavio Costa.

 O segundo título de grande magnitude, mas de consumo interno, o Brasileirão-89, também, foi conquistado fora e casa. E vencendo o dono da casa, o São Paulo, no estádio do Morumbi, diante de 51.572 pagantes. Era o 16 de dezembro e, aos 50 minutos de árdua peleja, Luís Carlos Winck cruzou bola para a área são-paulina, onde estava Sorato, sujeito e cuca legal. Cabeceou a maricota e carregou o caneco, a mando do treinador Nelsinho Rosa, para esta turma da pesadas: Carlos Germano; Winck, Mareco Aurélio, Quiñones e Mazinho; Zé do Carmo, Boiadeiro e Bismarck; Bebeto e William.  Eles escreveram na tabela da classificação final: 19 partidas, 9 vitórias, 8 empates, duas escorregadas, 27 gols pró e 16 contra, ficando com o saldo de 11.       

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