Vasco

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sábado, 2 de janeiro de 2021

O VENENO DO ESCORPIÃO - O PEIXE DO 'GRANDE PESCADOR' ROBERTO CARLOS

                                Foto reprodiuzada de www.robertocarlos.com 

  Na época do seus primeiros sucessos, pela metade da década-1960, Renato Barros e Roberto Carlos estavam, sempre, no prédio da gavadora CBS - ..... – Invariavelmente, pelo meio-dia, eles iam até um boteco das imediações, “enganar o etômago”, definia Renato, declaran do-os autênticos “durangos kid” sem como encarar cardápio requintado. "O garçon via a gente chegando e pergutava se pediríamos “o de sempre”. O Roberto era louco por banana frita e não mudava o pedido. Eu até poderia mudar alguma bobagem, mas ele jamais".

 Num desses dias em que caminhavam para o boteco, Renato disse ao Roberto que estava a fim de “morder um peixe”. E ouviu do amigo: "Peixe foi aminha praia, quando eu erea garoto. Lá em Cachoeiro (do Itapemirim, no Espírito Santo), eu pegva um anzolzinho e um canicinho e me mandava para um rio. Voltava pra casa levando lambaris, que a Dona Laura fritava, no azeite. Eu devorava tudo.

- Aqui, no Rio (de Janeiro), nunca pescou? – quis saber, o líder da banda Blue Caps, ouvindo: "Já, mas na praia, onde aprendi a lançar, corretamente, o chicote. Por aqui, aprendi, ainda, que o peixe tem a hora de aparecer. Normalmente, sai para proucrar comida pelo amanhecer, ou à tardezinha – Roberto foi professoral.

 Renato ouvia tudo, com atenção e, notando a curiosidade do amigo, Roberto prosseguiu, esnobando conhccimentos de pescador: "Bicho! Descobri que peixe mais gordinho não era vantagem pra mim. Puxava o meu anzol para o fundo, onde havia arraias, cocorocas e bagres, que ninguém quer pescar. Fui ficando esperto e constatei, também, que o melhor lugar para lançar o anzol na água é de cima das pedras, e não à beira mar.

Renato (centro e em pé), com Toni (em pé), Carlinhos, Paulo César e Cid Chaves (sentados), em inícios dos sucessos iê, iê, iê, gravados, pela CBS, entre 1964 e1965. 

 Os dois se aproximavam do boteco e Roberto Carlos recomendava a Renato, que não se interessava por pescarias, nunca colocar chumbinhos no azol, como muitos o faziam. Garantiu: "Sem, isso, pesquei muitas enxovas e marimbás. E robalos, para estes usando camarão por isca".

 Quando subiram à calçada do boteco, tiveram de dar um tempo para o local esvaziar, um pouco. Por aquele instante, Roberto gabou-se de ter ido a uma pescaria, com amigos, pela entrada da Baía de Guanabara e cotou o que Renatro considerou ser uma autêntica “história de pescador”. Ele escutou: "Nem levei molinte. Pescava só com a linha na mão, nailon fino, de 0,50cm. De repente, senti ter fisgado peixe grande. Imaginava ser uma arraia gigante e soltei uns 100 metros de linha, para cansá-la. Gastei uns 20 minutos até o peixe boiar do lado do nosso barco. Era um piraju enorme, de 67 quilos".

 Malmente Roberto Carlos terminou de contar a história, pintou vaga para eles entrarem no boteco. Sentarem-se e ouviram o garcon fazer a velha pergunta: “O de sempre?” Sacanão, Renato olhou para o parceiro de engana-prato, como, também, brincavam, e sacou esta: "Roberto! Hoje, você náo vai comer banana frita, não. Vou pedir o piraju gigante que vocè pescou.           

 Roberto, com cara de sacaneado sem direito a réplica e nem tréplica, retrucou: "Qual é, bicho! Tá achando que é historia de pescador? Renato sacaneou, legal: "Tô! E, da próxima vez, melhore o final da coisa. Me conte que você pescou um merlin azul" - e contou aquela história pra Erasmo Carlos, que compôs música sobre um pescador papo furado, gravada com acompanhamento de Renato e Seus Blue Caps, tornada título de LP de estreia do Tremendão, em 1965, e um dos seus maiores sucessos (A Pescaria)  

Nos tempos do iê-iê-iê, Roberto e Erasmo compunham as músicas que cantavam em parceria, mas algumas delas tiveram composição de só um deles, com assinatura conjunta. 

       Primeiro LP  de Erasmo, gravado com Renato e seus Blue Caps       

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