Vasco

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

REVISTA DO KIKE - N 2 - CÉLIO X PELÉ

 Os goleadores Célio, do Vasco da Gama, e  Pelé, do Santos, tiveram vários algos em comum, em comum. O primeiro nasceu em Santos e o segundo residiu por muito tempo naquela cidade paulista. Dentro dos gramados, o vascaíno vestiu as jaquetas de dois times da terra, o Jabaquara e a Portuguesa Santista, enquanto o outro tornou-se astro do time que a torcida paulistana rival apelidou por “peixeiros”, evidentemente, por ser de região litorânea.

 Célio e Pelé prestaram o serviço militar na mesma turma, em Santos, estiveram juntos na Seleção Brasileira – em 1966 - e se declararam torcedores do Vasco da Gama, no futebol carioca. Quando Célio estava querendo deixar o uruguaio Nacional, de Montevidéu, Pelé pediu à diretoria santista para repatria-lo. Mas o Corinthians chegou na frente.

 Nas canchas, Célio e Pelé travaram batalhas das quais duas se destacam:  Vasco 3 x 0 Santos e Santos 5 x 1 Vasco. O primeiro desses jogos valeu pelo Torneio Rio-São Paulo, em 4 de abril de 1965, no Maracanã, diante de 42.250 almas, apitado por com Aírton Vieira de Moraes, o Sansão, e com gols marcados por Luisinho Goiano, aos 31, e por Mario Tilico, aos 37 e aos 44 minutos do segundo tempo. Treinado por Zezé Moreira, o time vascaíno teve: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho Goiano, Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Pelo Santos, o técnico Luís Alonso Peres, o Lula, escalou: Laércio; Modesto, Geraldino e Ismael (Olavo); Joel e Elizeu (Rossi); Dorval, Mengálvio, Toninho Guerreiro, Pelé e Noriva (Peixinho).

Da partida, ficou o choro da torcida santista, por a sua turma não ter contado com Gilmar (goleiro), Mauro Ramos (zagueiro), Zito (apoiador), Coutinho e Pepe (atacantes), enquanto a “Turma da Colina” retrucava que valia só que iria “para o caderninho”, o registrado na súmula.

O troco do Santos aconteceu durante a primeira noite do dezembro de 1965, no Pacaembu, em São Paulo, diante de 16. 764 torcedores, que gastaram inflacionários Cr$ 27 milhões, 462 mil cruzeiros para assistirem ao time de Pelé ganhar grande vantagem para ser campeão da Taça Brasil, uma semana depois, jogando pelo empate, no Maracanã. Daquela vez, Célio foi à rede santista, aos 83 minutos, cobrando pênalti. Pelé ficou devendo - os gols da turma dele foram de Coutinho, aos 7; de Dorval, aos 63 e os 65, e de Toninho Guerreiro, aos 71 e os 87 minutos. Romualdo Arpi Filho apitou e Lula escalou: Gilmar; Carlos Alberto Torres, Mauro Ramos, Orlando Peçanha e Geraldino; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho (Toninho), Pelé e Pepe. Pelo time vascaíno, Zezé Moreira armou mandou a campo: Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico (Luizinho Goiano); Zezinho, Saulzinho, Célio e Danilo Menezes.


 Veio a noite do oito de dezembro, no “Maraca”, Pelé marcou o gol do título – Santos 1 x 0 -, que valeu o pentacampeonato da Taça Brasil, disputa nos moldes da atual Copa Brasil e que, também, valia vaga na Taça Libertadores. O jogo, no entanto, não foi tranquilo, tendo o árbitro Armando Marques excluído sete atletas, entre eles Pelé – os outros santistas foram Lima, Geraldino e Orlando, enquanto do lado carioca forma expulsos Zezinho, Ananias e Luisinho Goiano.

No Santos, o treinador Lula manteve a formação do jogo anterior, mas lançou Abel, no segundo tempo, em lugar de Pepe. Pelo lado do Vasco da Gama, Zezé Moreira segurou a defesa e trocou Lorico, por Danilo Menezes, no meio-de-campo. Do ataque, só Célio e Zezinho, com este passando para a ponta-esquerda e entrando Mário Tilico na direita, foram mantidos, ao lado da novidade Nivaldo que, depois, cedeu vaga a Luizinho Goiano.


Sem a camisa do Vasco da Gama, Célio voltou a encara Pelé por mais três partidas. A primeira rolou no 20 de agosto de1968, quando ele defendia o uruguaio Nacional e este ficou nos 2 x 2 Santos. Por sinal, Célio abriu o placar, aos 15minutos e o tricolor de Montevidéu chegou a abrir dois gols de frente – Perez, aos 32, fez o segundo. Carlos Alberto Torres, aos 44, e Pelé, aos 10 do segundo tempo, fecharam a conta, no argentino estádio La Bombonera, em Buenos Aires, valendo por um internacional torneio pentagonal.
Apitado por Miguel Comesaña, o prélio teve  renda de 813.400 pesos e Nacional, treinado por Zezé Moreira, formando assim:  Manga; Cubillas, Ancheta, Emilio Alvarez e Mojica; Montero Castillo e Tejera; Esparrago, Prieto, Célio e Domingo Perez. Técnico: Zezé Moreira. O quadro santista, dirigido por Antoninho, foi: Claudio; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Oberdan e Rildo; Joel Camargo e Lima; Amauri, Toninho, Pelé e Pepe. Técnico: Antoninho.

As outras duas foram em 1971, quando Célio defendia o Corinthians, ambos pelo Campeonato Paulista. No primeiro, em 2 de agosto, no Morumbi, ninguém venceu – 2 x 2 , vistos por 57.855 desportistas -, com o “Rei do Futebol” balançando o filó, aos 91 minutos – Joel Mendes; Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Marçal e Rildo; Clodoaldo e Lima: Manoel Maria, Douglas, Pelé e Edu foi o time santista, escalado por Antoninho. Os corintianos, treinador por Dino Santos, foram: Ado; Mendes, Ditão, Luís Carlos e Miranda; Suingue e Tião; Paulo Borges, Ivair, Célio e Lima.      


 O último encontro da dupla nos gramados foi no 30 do mesmo agosto, pela mesma disputa, no mesmo estádio e, novamente, sem vencedores – 1 x 1, com Célio na rede, aos 26 minutos, diante de 27.910 presentes. Antoninho e Dino Sani seguiam treinadores dos dois times, tendo o santistas sido: Edevar; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo; Léo Oliveira e Negreiros (Lima); Manoel Maria, Coutinho (Douglas), Pelé e Edu Américo. Corintianos: Ado; Miranda, Ditão, Luís Carlos e Pedrinho; Suingue, Rivellino e Tião; Buião, Ivair (Benê) e Célio, que disputou 26 jogos corintianos, vencendo 10, empatando oito e perdendo outros oito. Marcou quatro gols. 

 

Com a camisa canarinha, os dois goleadores só estiveram juntos por duas partidas: 06.06.1965 – Seleção Brasileira 2 x 0 Alemanha Ocidental, no Maracanã, com gol de Pelé. Célio entrou em campo no segundo tempo, substituindo Flávio Minuano, autor, também, de gol. O treinador era Vicente Feola, que escalou: Manga; Djalma Santos, Bellini, Orlando Peçanha e Rildo; Dudu e Ademir da Guia; Garrincha (Jairzinho), Flávio (Célio), Pelé e Rinaldo; 09.06.1965 – Brasil 0 x 0 Argentina, no mesmo estádio, com Feola repetindo o time do jogo anterior e as substituições.       

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