Em maio de 1983, ao sair do Vasco da Gama – foi para o Arabian Gulf, do Kiwait -, o treinador Antônio Lopes levou junto com ele o massagista Eduardo Santana. Pelo junho de 1984, quando voltou ao Brasil, em férias, o folclrórico e brincalhão Pai Santana da umbanda disse aos amigos cariocas que era arabiano, desde criancinha. "Não como carne de porco, não mando um tapinha em álcool, respeito o Corão (livro sagrado dos muçulmanos) e até entro na fila para beijar o presidente do seu clube", contou, garantindo nunca ter beijado homem nem em seus tempos de menino doido pra jogar bola, em Andrelândia-MG, a sua terra. "No Kuwaite, não piso na bola, não chuto pra fora. E distribuo currículo em árabe", revelou. No dia em que embarcou de volta para o Kuwaite, o glorioso Santana vestiu-se como se veste no país e disse ao repórteres que cobriam o Almira ter mantido contatos com os seus chegados do além e pedido uma forcinha para o Vasco da Gama. Pelo jeito, não fora muito ouvido, não, pois, enquanto o avião que ele viajava para as arábias estava nas alturas, o time vascaíno escorregava no gramado de São Januário: 1 x 2 Campo Grande. Que vexame! Dias depois, ao saber do acontecido, por telefonema de um amigo, o Pai Santana analisou: “Também, pudera! Falei pra moçada umbandista que seria um jogo brega. Até o juiz era Bregalda (Pedro Carlos)”. Enfim, com tanta breguice em jogo, incluindo o público - 4.000 pagantes -, e a renda da partida - 10 mil, 212 cruzeiros - que não pagava as despesas da bregança, eram bregas, também, os apelidos dos autores dos gols do Campusca, Buga e Pingo. Aconteceu no primeiro dia de julho de 1984, pela primeira rodada do primeiro turno do Estadual-RJ. Bregas vascaínos do dia: Roberto Costa; Edevaldo, Ivã, Daniel Gonzalez e Aírton; Pires, Vílson Tadeu (Da Costa) e Arturzinho; Jussiê, Marcelo (Oliveira) e Mário, treinador por Edu Coimbra.
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