Vasco

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

BELAS (PB) DA MANCHETE ESPORTIVA

Se houve uma revista esportiva brasileira que gostasse tanto de mulher, esta foi a Manchete Esportiva da sua primeira fase, na década de 1950 – a segunda rolou nos anos 70. Gatinha que tivesse um visual estonteante, ou um belo par de coxas, fatalmente, iria parar em suas páginas. Se não houvesse um gancho de amarração da matéria, a redação (comandada pelos irmãos Augusto, Nelson e Paulo Rodrigues),  inventava. E mandava aquela “gataça” pingar o mais saudável dos colírios nos olhos dos leitores.
Vários astros da década-1950 trocariam taças  faixas de campeão
pelos carinhos da belíssima vedete  Elizabeth Gasper
Um desses dribles sensacionais da “ME” surgiu no último ano de circulação da semanária, em 1959. Criou-se uma série chamada “Alô Zona Norte”, pela qual Carlos Renato (ficou mais conhecido, nacionalmente, como jurado do programa de Flávio Cavalcante, na TV Tupi, na década-1960) apresentava o que o pedaço tinha. E o carioca, incrivelmente, desconhecia.
Pois é! Lindíssimas mulheraças, fotografadas em poses chocantes (para o tempo, é claro) deslumbravam os leitores. Como a  “pin-upe” Stela Maris Gonçalves Pereira, que representaria o América Futebol Clube no então concurso Miss Distrito Federal. Em seu texto, após desfilar as medidas da “beleza morena”, com 57cm de coxas e 89 de busto, Carlos Renato informava que ela praticava voleibol e natação. Uma outra americana que não escapou dos flashes da revista foi Sônia R. Fernandes,  portadora de duas faixas: de soberana do clube rubro e uma das 10 mais elegantes das Zona Norte. Estava aprendendo a ser tenista.
A série do Nº 184, que circulou (pela última vez), a partir de 30 de maio de 1959, deixando saudade, por ter sido e melhor publicação esportiva nacional, abria com uma foto sexíssima (também, para a época, mas inocente, hoje) da lindíssima Denise Rocha de Almeida, favorita ao título de Miss DF-1959, mas vencida, por Vera Ribeiro, da Associação Atlética Vila Isabel.
Denise Rocha de Almeida era favorita a Miss RJ-1959 
A beleza morena de Daisy
Uma outra maneira de a revista chamar a atenção dos leitores, via mulheres deslumbrantes, ou famosas, era a série, a “Esporte-Show”, que despia vedetes, ou, no mínimo, exibia o “sexapeal” delas. A edição de despedida trouxe, encantadora, dentro de um maiô branco, na praia, a moreníssima atriz Daisy Paiva, a Eurídice da peça ‘Orfeu do Carnaval”, de Vinícius de Morais. Ela havia brilhando, antes, nos “Jogos da Primavera, promovidos pelo “Jornal dos Sports”, com aberturas que encantavam o presidente da república, Juscelino Kubitscheck. Mas a vedete Elizateth Gasper ganhou foto maior do que ela, naquela derradeira edição, já que a sua pose era intencionalmente sexy, ao contrário de Daisy, que posara praticando ginástica. O destaque maior, no entanto, ficou para a vedetíssima Núcia Miranda, viradora de cabeça dos frequentadores da boate “Nighet  and Day”, uma das mais famosas do Rio de Janeiro dos “anos dourados”. Fanzaça do Flamengo, principalmente do zagueiro Milton Copolilo e do goleador Henrique frade, a moça dividiu capa (com Garrincha) e despiu-se, por inteiro, nas páginas internas, usando fotos do time e de jogadores rubro-negros, para não mostra tudo o que a galera queria ver batendo na rede.
Naquele número final, a “ME” só livrou a cara das cantoras Luciene Franco e de Emilinha Borba, fotografadas vestidas, com mandava o então manual de bom comportamento. Falaram de suas preferências desportivas. A primeira, cantora da Rádio Nacional e da boate “Fred´s”, andara fazendo aulas de defesa pessoa, com o lutador Waldemar Santana, enquanto a outra, que dispensa apresentações, declarou-se botafoguense “ontem, hoje e sempre”, e fanzoca de Garrinchas, Didi, Pelé e Gilmar. Emilinha era, também, casada com um piloto de corridas dos tempos das “baratinhas”.
Os bons tempos das mulheres mostrando a sua plástica nas revistas esportivas ganharam um segundo tempo moderado, na "Revista do Esporte", do mesmo grupo da "Revista do Rádio", depois que a "Manchete Esportiva" saiu de campo. Fotos da "Miss Campeonato", atrizes de programa de rádio, e das atletas faziam a rapaziada demorar mais tempo olhando paginas bem comportadas. Mais ousadia, como a galera desejava, só pintou na revista paulista “Placar”, que chocou, na década-1980, desfilando gatinhas estonteantes, com os seis de fora em suas capas.  E arrombou a festa quando lançou o projeto  ‘Placar sexo, esporte e rock´n´ roll”. Tema para um outro papo. Combinado?   
      Daisy foi Eurídice no palco. Para Manchete Esportiva, "esportista de 18 quilates".   


A supermáquina da CCCP
PRIMEIRONA - Em sua primeira sedição, datada de 14 de março de 1959, a Revista do Esporte, estampou a sua primeira foto sexy. De quem foi? Claro, de uma vascaína. Elas sempre são primeiras em tudo.
A galera estava comemorando o título do Campeonato Carioca de 1958, aquele que precisou de dois supertorneios para se chegar ao campeão, e mandou ver. Elegeu, durante as comemorações, a Miss SuperSuper Campeonato-1958. Pela seção “Flagrantes”, enfaixada, usando um maiô preto, “a curvilínea Lara Baído”, embelezou o desfile da vitória do campeão Vasco da Gama. Ei-la, em todo o seu esplendor.
A supersuper miss cruzmaltina

Enquanto isso, um ano antes, Arnaldo Niskier, atual membro da Academia Brasileira de Letras, era repórter de Manchete Esportiva. Pelo Nº 102, que circulou em novembro de 1957, ele escreveu sobre “As dez mais do II Mundial”(Feminino de Basquetebol). Para a soviética Tatiana Kudriavtseva, a Tânia, contou ter ficado o título de “A mais satélite”. E explicava: “De tanto figurar em capas de revistas (inclusive em Manchete Esportiva) ... Tânia tornou-se a“’Sputinik” do Mundial. Foi a estrela soviética mais colocada em evidência e tiramos o chapéu à sua beleza, elegendo como a mais satélite. Só que não pode voar”.
Se Tatiana Kudriavtseva era tão bela, quem conferiu melhor foi a tripulação de um barco que levou o time da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (CCCP) para passear na ilha de Paquetá. No meio do caminho, a turma pediu ao mestre da lancha para fazer uma pardinha. Tânia ficou peladinha, da mesma forma que o restante da patota, e foi nadar, “ante os olhares atônitos da tripulação do barco”, conforme contou o repórter Ney Bianchi.
Mas Tatiana Kudriavtseva não ficaria só nessa generosidade para os brasileiros, conforme o mesmo Bianchi. Em um dia de muito calor do verão carioca, após um treino, no Maracanãzinho, as soviéticas foram para o chuveiro. Se ensaboaram e, de repente, faltou águas. Sem problemas! Tatiana (e sua trupe) foi para um outro vestiário, peladinha, com nuvens de espuma pelo corpo. Quem a viu passando ficou mudo, não acreditava. Olhos mentirosos!   



Um comentário:

  1. Muito boa a reportagem...existem varias situações, da nossa história, ainda não reveladas. As fotos são incríveis!!! Não vi mais nada sobre Dayse Paiva, e achei "um show" essas fotos. Queria saber onde posso encontrar mais coisa sobre ela?

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