Na década-1980, a medida de “Placar” foi de 27,3
cm x 20,4 cm. Tamanho com ótima visibilidade da marca anunciada. No entanto, quem
conferir o nº 946, de 22 de julho, destacando a conquista a Taça de Ouro,
alusiva ao bicentenário da colonização australiana, encontrará só quatro
recados – Hospital do Coração-SP; Firestone; Rádio Record-SP e Pênaltiy. Já o nº 1.065, tendo por tema “Os deuses da
raça”, de novembro de 1991, teve só os da casa. Como já vimos, a Abril segurou
aquela onda até 1995, quando lançou “Placar, futebol, sexo e rock & roll”,
virando o jogo.
O novo projeto passou,
vieram outras mudanças e esquemas de circulação. No início da década-2000, voltou
o “Placar” semanal, com 60 páginas à base de muito futebol. Um dos diferenciais
era a coluna de Tostão, o tricampeão mundial no México e que, depois de passar um
bom tempo longe da bola, tornou-se professor de medicina. Tostão escrevia no
mesmo nível de Armando Nogueira, o mais intelectual dos cronistas esportivos
que já existiram no Brasil, mas não foi suficiente para segurar o projeto das
novas edições semanais. Custando o “tático irrisório” R$ 1 real e 99 centavos, o
nº 1.181, de 29 de maio de 2001, teve oito anunciantes – Renault e Ford (montadoras
automobilísticas); Freedom/Delphi (bateria para automóvel); Kildare (calçados);
Diadora e Rhumell (material esportivo); Gillete (modelo Mach3) e Pirassununga
51 (cachaça). Em 23 de novembro do mesmo
ano, o nº 1.206 circulava com quatro peças publicitárias – InterControl
(película protetora do interior do automóvel); HP Invent (câmeras digitais de
fotografias e impressoras); Reparil (pomada contra dores musculares, contusões)
e Nestlé. Daquele jeito, não deu para manter “Placar” semanária. Retornou a
mensal, até a Abri livrar-se dela, pela
metade de 2015, vendendo-a à Editora Caras.
A Abril conseguia sucesso sazonais com “Placar”,
mas em um outro projeto esportivo emplacou forte: “Abril na Copa”, visando a
Copa do Mundo-2014, no Brasil, e lançado em fascículos publicados em revistas
do grupo, entre elas Veja e Placar. O primeiro número, em junho de 2013, vendido 4
milhões de exemplares, a maior tiragem da história das revistas brasileiras.
Para a tentativa, convidou 26 personagens nacionais e 19 estrangeiras para
falar do Mundial. Gente do peso do italiano Paolo Rossi, o craque da Copa-1982;
Carlos Alberto Parreira, o treinador campeão-1994; Luiz Felipe Scolari, o treinador
campeão-2002; Galvão Bueno, o locutor esportivo mais popular do país, e o escritor
João Ubaldo Ribeiro, para citar poucos.
Se vendiam pouco para “Placar”,
daquela vez, os contatos publicitários da Editora Abril pegaram anunciantes peso
pesado – O Boticário (divulgando o perfume Quasar); Banco Itaú; Volkswagen;
Johnson & Johnson e McDonald. Mesmo com aquele sucesso, a Abril desistiu de
ter publicações esportivas e, a partir de agosto de 2014, “Placar” , com 64
páginas e a última centimetragem proposta pelo antigo dono – 26,5 cm x 20,2 cm
– chegava às bancas trazendo na capa Rivaldo e Rivaldo Júnior, jogadores do Mogi
Mirim-SP e que, no gramado do estádio com o nome do avô, pai e filho marcaram
um gol na mesma partida, fato único na história do futebol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário