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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

PUBLICIDADE NAS REVISTAS ESPORTIVAS BRASILEIRAS - PLACAR DÉCADA-80

Na década-1980, a medida de “Placar” foi de 27,3 cm x 20,4 cm. Tamanho com ótima visibilidade da marca anunciada. No entanto, quem conferir o nº 946, de 22 de julho, destacando a conquista a Taça de Ouro, alusiva ao bicentenário da colonização australiana, encontrará só quatro recados – Hospital do Coração-SP; Firestone; Rádio Record-SP e Pênaltiy.  Já o nº 1.065, tendo por tema “Os deuses da raça”, de novembro de 1991, teve só os da casa. Como já vimos, a Abril segurou aquela onda até 1995, quando lançou “Placar, futebol, sexo e rock & roll”, virando o jogo.
 O novo projeto passou, vieram outras mudanças e esquemas de circulação. No início da década-2000, voltou o “Placar” semanal, com 60 páginas à base de muito futebol. Um dos diferenciais era a coluna de Tostão, o tricampeão mundial no México e que, depois de passar um bom tempo longe da bola, tornou-se professor de medicina. Tostão escrevia no mesmo nível de Armando Nogueira, o mais intelectual dos cronistas esportivos que já existiram no Brasil, mas não foi suficiente para segurar o projeto das novas edições semanais. Custando o “tático irrisório” R$ 1 real e 99 centavos, o nº 1.181, de 29 de maio de 2001, teve oito anunciantes – Renault e Ford (montadoras automobilísticas); Freedom/Delphi (bateria para automóvel); Kildare (calçados); Diadora e Rhumell (material esportivo); Gillete (modelo Mach3) e Pirassununga 51 (cachaça). Em 23 de novembro do mesmo  ano, o nº 1.206 circulava com quatro peças publicitárias – InterControl (película protetora do interior do automóvel); HP Invent (câmeras digitais de fotografias e impressoras); Reparil (pomada contra dores musculares, contusões) e Nestlé. Daquele jeito, não deu para manter “Placar” semanária. Retornou a mensal, até a Abri livrar-se dela,  pela metade de 2015, vendendo-a à Editora Caras.        
  A Abril conseguia sucesso sazonais com “Placar”, mas em um outro projeto esportivo emplacou forte: “Abril na Copa”, visando a Copa do Mundo-2014, no Brasil, e lançado em fascículos publicados em revistas do grupo, entre elas Veja e Placar. O  primeiro número, em junho de 2013, vendido 4 milhões de exemplares, a maior tiragem da história das revistas brasileiras. Para a tentativa, convidou 26 personagens nacionais e 19 estrangeiras para falar do Mundial. Gente do peso do italiano Paolo Rossi, o craque da Copa-1982; Carlos Alberto Parreira, o treinador campeão-1994; Luiz Felipe Scolari, o treinador campeão-2002; Galvão Bueno, o locutor esportivo mais popular do país, e o escritor João Ubaldo Ribeiro, para citar poucos.
 Se vendiam pouco para “Placar”, daquela vez, os contatos publicitários da Editora Abril pegaram anunciantes peso pesado – O Boticário (divulgando o perfume Quasar); Banco Itaú; Volkswagen; Johnson & Johnson e McDonald. Mesmo com aquele sucesso, a Abril desistiu de ter publicações esportivas e, a partir de agosto de 2014, “Placar” , com 64 páginas e a última centimetragem proposta pelo antigo dono – 26,5 cm x 20,2 cm – chegava às bancas trazendo na capa Rivaldo e Rivaldo Júnior, jogadores do Mogi Mirim-SP e que, no gramado do estádio com o nome do avô, pai e filho marcaram um gol na mesma partida, fato único na história do futebol.          

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