Na
década-1960, a Revista do Esporte já publicava tabelas das grandes disputas de
cariocas e paulistas. Na 70, Placar seguiu a fórmula, mas a sua primeira tabela,
a da Copa do Mundo-1970, saiu dois dias após a Seleção Brasileira ter estreado – Nº 12, de 5 de junho, anunciada
pela capa, que trazia Pelé.
A edição, de 48 páginas, trouxe
o jogo de abertura do Mundial, entre México e então União Soviética – usando telefotos
em preto e branco –, e grande cobertura da competição. A tabela ficou inserida
entre as páginas 24/25, colorida e com espaços para o leitor ir preenchendo os
gols; juiz; análise de sua atuação; palpite sobre o placar; se foi justo, ou
injusto, e outras observações. Como vendia bem nas bancas, parece não ter se
preocupado com os anunciantes, pois só apareceram conhaque Georges Aubert; relógio
Omodox; Athleta (camisas, meias e agasalhos) e cigarro Hollywood, da época em
que ainda não se falava do que era politicamente incorreto e a Companhia Souza
Cruz ligava a marca aos esportes.
EM 1971, QUANDO HOUVE o primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol, Placar produziu uma
tabela visualmente mais fácil para o leitor segui-la– Nº 72, de 30 de julho,
sem as opções da anterior, mas com os quadrinhos para preenchimentos dos pontos
conquistados pelos clubes em dois grupos da fase preliminar que classificava
cinco times – Ducal, com Pelé garoto propaganda de suas roupas; Chevrolet Opala
Especial; Vela Bosch CR especial; Eveready (anunciando a super-pilha de
manganês ativado); Wella (vendendo as linhas do fixador Wellaform e da loção Life-Tex,
para homens) e Sangue de Boi (vinho tinto de mesa, da Vinicola Aurora-RS) foram
os anunciantes. Estava dada a largada para a era das tabelas coloridas das
disputas caseiras.
Placar passou, depois, a
divulgar tabelas com os escudos dos participantes. Era um meio de conquistar
leitores. E nunca mais parou. Com o tempo, chegou aos guias de campeonatos – divulga,
hoje, também competições internacionais – e levou editoras a lançarem
revistinhas sempre que há algum torneio
à vista. Uma delas é a Agenda Esportiva, da Editora Alto Astral, que produz modelo
de 8,5 cm x 5,5 cm, em papel cuchê e de fácil manuseio pelo acompanhante. Vendida
pela fórmula do preço R$ 1,99 que seduz
o consumidor, traz o resumo da história e da participação do clube na disputa,
além de, é claro, dias e horários dos jogos. Publicitariamente, no entanto,
pega leve. Caso da tabela do Campeonato Carioca-2010 (este é o título de capa
da revista, mas o correto seria Campeonato Estadual do Rio de Janeiro), com recado
só da organização não governamental ambiental Greenpeace.
POUCO PARA UMA quarta temporada NA PRAÇA, tirando seu número 24 – o da Copa do Mundo-2010
teve também só um aporte publicitário e o do Brasileirão-2012 nenhum. Este preferiu
usar a sua contracapa para anunciar o seu “super” guia da competição,
informando os jogos que a TV mostraria. Para o Brasilelirão-2010, porém, a Agenda
Esportiva vendeu bem, mesmo publicando a revistas em papel jornal. E tentou se
aproximar de Placar, fornecendo dados sobre os jogadores de cada time, esquemas
táticos, estádios, sites, patrocinadores, etc – CVC (turismo); Extra
(supermercado); Itaú (banco); Sony Ericsson (celular) e Fiat 500 anunciaram.
ALMANAQUES – Às vésperas do Campeonato Brasileiro, a Editora Alto Astral
faz uma edição ampliada das suas revistinhas de tabelas de campeonatos
regionais. Cresce o tamanho, para 10,5 cm x 8 cm e produz um ranking dos 100
principais jogadores que já participaram da disputa. São edições luxuosas, mas
que não mostram muitos anunciantes.
Com os nomes de Tributo Esportivo,
a editora lançou também outras publicações histórias luxuosas, como “Times
Inesquecíveis” e “100 Grandes Craques”, passando longe dos aportes publicitários
e mostrando mais recados da casa. Em 2015, voltando ao papel jornal, mas com
fotos a cores, já veio a revista “Goleada”, carregando tintas sobre os 12
maiores times brasileiros da temporada, posters de Internacional-RS, Vasco da
Gama, Atlético-MG e Santos, os campeões
dos maiores centros do futebol brasileiro, notas tipo “bate-bola”,
colunas e quatro páginas de futebol internacional – Atrio e Bayard (material esportivo)
e Nite (ice drink) anunciaram.
O Almanaque dos Campeões da
Lance, mais um filho de Placar, também não conquistou muito o mercado
publicitário. Também luxuoso e muito informativo, igual ao “pai”, chegou a lançar
edições só com o seu recado, casos de 20065 e 2007. Em 2000 já fora assim, com
84 páginas e dizendo que aquele fora “o ano do esporte”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário