Vasco

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

PUBLICIDADE NAS REVISTAS ESPORTIVAS - TABELAS, GUIAS E ALMANAQUES

Na década-1960, a Revista do Esporte já publicava tabelas das grandes disputas de cariocas e paulistas. Na 70, Placar seguiu a fórmula, mas a sua primeira tabela, a da Copa do Mundo-1970, saiu dois dias após a Seleção Brasileira ter estreado – Nº 12, de 5 de junho, anunciada pela capa, que trazia Pelé.
 A edição, de 48 páginas, trouxe o jogo de abertura do Mundial, entre México e então União Soviética – usando telefotos em preto e branco –, e grande cobertura da competição. A tabela ficou inserida entre as páginas 24/25, colorida e com espaços para o leitor ir preenchendo os gols; juiz; análise de sua atuação; palpite sobre o placar; se foi justo, ou injusto, e outras observações. Como vendia bem nas bancas, parece não ter se preocupado com os anunciantes, pois só apareceram conhaque Georges Aubert; relógio Omodox; Athleta (camisas, meias e agasalhos) e cigarro Hollywood, da época em que ainda não se falava do que era politicamente incorreto e a Companhia Souza Cruz ligava a marca aos esportes.

 EM 1971, QUANDO HOUVE  o primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol, Placar produziu uma tabela visualmente mais fácil para o leitor segui-la– Nº 72, de 30 de julho, sem as opções da anterior, mas com os quadrinhos para preenchimentos dos pontos conquistados pelos clubes em dois grupos da fase preliminar que classificava cinco times – Ducal, com Pelé garoto propaganda de suas roupas; Chevrolet Opala Especial; Vela Bosch CR especial; Eveready (anunciando a super-pilha de manganês ativado); Wella (vendendo as linhas do fixador Wellaform e da loção Life-Tex, para homens) e Sangue de Boi (vinho tinto de mesa, da Vinicola Aurora-RS) foram os anunciantes. Estava dada a largada para a era das tabelas coloridas das disputas caseiras.
 Placar passou, depois, a divulgar tabelas com os escudos dos participantes. Era um meio de conquistar leitores. E nunca mais parou. Com o tempo, chegou aos guias de campeonatos – divulga, hoje, também competições internacionais – e levou editoras a lançarem revistinhas  sempre que há algum torneio à vista. Uma delas é a Agenda Esportiva, da Editora Alto Astral, que produz modelo de 8,5 cm x 5,5 cm, em papel cuchê e de fácil manuseio pelo acompanhante. Vendida pela fórmula do preço  R$ 1,99 que seduz o consumidor, traz o resumo da história e da participação do clube na disputa, além de, é claro, dias e horários dos jogos. Publicitariamente, no entanto, pega leve. Caso da tabela do Campeonato Carioca-2010 (este é o título de capa da revista, mas o correto seria Campeonato Estadual do Rio de Janeiro), com recado só da organização não governamental ambiental Greenpeace.
 
POUCO PARA UMA quarta temporada NA PRAÇA, tirando seu número 24 – o da Copa do Mundo-2010 teve também só um aporte publicitário e o do Brasileirão-2012 nenhum. Este preferiu usar a sua contracapa para anunciar o seu “super” guia da competição, informando os jogos que a TV mostraria.   Para o Brasilelirão-2010, porém, a Agenda Esportiva vendeu bem, mesmo publicando a revistas em papel jornal. E tentou se aproximar de Placar, fornecendo dados sobre os jogadores de cada time, esquemas táticos, estádios, sites, patrocinadores, etc – CVC (turismo); Extra (supermercado); Itaú (banco); Sony Ericsson (celular) e Fiat 500 anunciaram.
 
ALMANAQUES – Às vésperas do Campeonato Brasileiro, a Editora Alto Astral faz uma edição ampliada das suas revistinhas de tabelas de campeonatos regionais. Cresce o tamanho, para 10,5 cm x 8 cm e produz um ranking dos 100 principais jogadores que já participaram da disputa. São edições luxuosas, mas que não mostram muitos anunciantes.
 Com os nomes de Tributo Esportivo, a editora lançou também outras publicações histórias luxuosas, como “Times Inesquecíveis” e “100 Grandes Craques”, passando longe dos aportes publicitários e mostrando mais recados da casa. Em 2015, voltando ao papel jornal, mas com fotos a cores, já veio a revista “Goleada”, carregando tintas sobre os 12 maiores times brasileiros da temporada, posters de Internacional-RS, Vasco da Gama, Atlético-MG e Santos, os campeões  dos maiores centros do futebol brasileiro, notas tipo “bate-bola”, colunas e quatro páginas de futebol internacional – Atrio e Bayard (material esportivo) e  Nite (ice drink) anunciaram.    
 O Almanaque dos Campeões da Lance, mais um filho de Placar, também não conquistou muito o mercado publicitário. Também luxuoso e muito informativo, igual ao “pai”, chegou a lançar edições só com o seu recado, casos de 20065 e 2007. Em 2000 já fora assim, com 84 páginas e dizendo que aquele fora “o ano do esporte”.           

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