A Revista do Esporte tinha anunciantes fieis,
como calçados Motinha, bateria Heliar e Instituto Universal
Brasileiro. Mas não eram tantos os seus patrocinadores, pois ela era protegida pela
irmã mais velha do grupo Anselmo Domingos, a Revista do Rádio, que ficava com o grosso da
publicidade arrecadada pela casa, que tinha, ainda, no mercado, produtos para
fazer ao leitor sorrir e cantar.
Única revista esportiva de circulação nacional,
na década-1960 – a Gazeta Esportiva era quinzenal e atingia mais o público
paulista –, a RE chegava a todos os cantos do país, levando o torcedor a viver
as emoções que a gente do interior vivia ouvindo o rádio. Pronto! Era por ali que se deveria divulgar mais a
Revista do Rádio, Vamos Rir, Vamos Cantar, Chico e Chica, enfim, o que Anselmo
jogasse no mercado.
As divulgações desses produtos vinha com fotos
de suas capas, desenhos com ar de seriedade e charges engraçadas. No caso da
RR, invariavelmente, as chamadas eram sensacionais, invadindo a vida de algum
atrista. Se fosse escândalo, muito melhor.
A Revista do
Esporte surgiu em 1959 e rolou até 1970, quando chegou a Placar, da Editora
Abril. Em seu auge, a década-1960, a maioria dos sonhos de consumo dos
brasileiros não entrava em suas casas, mas 70% deles já tinha o velho amigão rádio,
que tornou-se o “Rei dos Eletrodomésticos”, a partir de 31 de dezembro de 1942,
quando o Rio de Janeiro passou a receber as ondas da Rádio Nacional. E foi esta que fez surgir a RR, nascida para matar a
curiosidade dos ouvintes a cerca dos seus ídolos e até de virar marchinha de Carnaval
e ter personagem cantado pelo iê-iê-iê de Roberto Carlos, em 1963 (Mexericos da
Candinha).
Para lançar a RR, Anselmo Domingos, sujeito que não perdia chance de se promover pelas páginas da RE, o que mereceu-lhe honrarias até de comendador, conseguiu financiamento junto ao banqueiro do jogo do bicho, José Batista, o China da Saúde. Lançada em fevereiro de 1948, foram 22 anos de sucesso.
Para lançar a RR, Anselmo Domingos, sujeito que não perdia chance de se promover pelas páginas da RE, o que mereceu-lhe honrarias até de comendador, conseguiu financiamento junto ao banqueiro do jogo do bicho, José Batista, o China da Saúde. Lançada em fevereiro de 1948, foram 22 anos de sucesso.
Para vender a revista “Vamos Cantar”, o
comendador intuía seu leitor dizendo: “Viver todos vivem, mas saber viver é que
são elas...Por isso fazem bem os que vivem a vida...cantando. Não há dúvida:
cantar é o melhor conselho para afastar as tristezas. E, para cantar, há uma revista
que publica todos os sucesso musicais do momento. Esta revista chama-se,
justamente, Vamos Cantar. Eis aí o grande conselho: Vamos Cantar. Peça, em
qualquer banca de revista, “Vamos Cantar” e verá que é a...mais completa da América
do Sul (talvez, do mundo), no gênero. Uma revista, exclusivamente, com letras
de músicas”.
Para oferecer "Vamos Rir" ao leitor, qualquer texto seria óbvio. A propaganda contida na ilustração falava pelo comendador. Enquanto isto, para o carro-chefe do grupo, a RR, um texto que vigorou por muitas edições afirmava: “Está provado! Onde há um receptor de rádio ou
TV há também uma Revista do Rádio”. E justificava: 1 – “Porque seus assuntos interessam
tanto ao homem com à mulher. 2 – Porque é a melhor revista de rádio e de televisão no
Brasil. 3 – Porque suas reportagens e fotografias são sempre exclusivas. 4 –
Porque tem profunda circulação toda semana em todo o Brasil”. Ainda avisava: “Revista
do Rádio com os horários da TV”.
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