Vasco

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A PUBLICIDAE NAS REVISTAS ESPORTIVAS BRASILEIRAS - COMENDADOR ANSELMO (5)

A Revista do Esporte tinha anunciantes fieis, como  calçados Motinha,  bateria Heliar e Instituto Universal Brasileiro. Mas não eram tantos os seus patrocinadores, pois ela era protegida pela irmã mais velha do grupo Anselmo Domingos,  a Revista do Rádio, que ficava com o grosso da publicidade arrecadada pela casa, que tinha, ainda, no mercado, produtos para fazer ao leitor sorrir e cantar.
 Única revista esportiva de circulação nacional, na década-1960 – a Gazeta Esportiva era quinzenal e atingia mais o público paulista –, a RE chegava a todos os cantos do país, levando o torcedor a viver as emoções que a gente do interior vivia ouvindo o rádio. Pronto!  Era por ali que se deveria divulgar mais a Revista do Rádio, Vamos Rir, Vamos Cantar, Chico e Chica, enfim, o que Anselmo jogasse no mercado.       

 As divulgações desses produtos vinha com fotos de suas capas, desenhos com ar de seriedade e charges engraçadas. No caso da RR, invariavelmente, as chamadas eram sensacionais, invadindo a vida de algum atrista. Se fosse escândalo, muito melhor. 
 

A Revista do Esporte surgiu em 1959 e rolou até 1970, quando chegou a Placar, da Editora Abril. Em seu auge, a década-1960, a maioria dos sonhos de consumo dos brasileiros não entrava em suas casas, mas 70% deles já tinha o velho amigão rádio, que tornou-se o “Rei dos Eletrodomésticos”, a partir de 31 de dezembro de 1942, quando o Rio de Janeiro passou a receber as ondas da Rádio Nacional. E foi esta  que fez surgir a RR, nascida para matar a curiosidade dos ouvintes a cerca dos seus ídolos e até de virar marchinha de Carnaval e ter personagem cantado pelo iê-iê-iê de Roberto Carlos, em 1963 (Mexericos da Candinha).   
Para lançar a RR, Anselmo Domingos, sujeito que não perdia chance de se promover pelas páginas da RE, o que mereceu-lhe honrarias até de comendador, conseguiu financiamento junto ao  banqueiro do jogo do bicho, José Batista, o China da Saúde. Lançada em fevereiro de 1948, foram 22 anos de sucesso.

 Para vender a revista “Vamos Cantar”, o comendador intuía seu leitor dizendo: “Viver todos vivem, mas saber viver é que são elas...Por isso fazem bem os que vivem a vida...cantando. Não há dúvida: cantar é o melhor conselho para afastar as tristezas. E, para cantar, há uma revista que publica todos os sucesso musicais do momento. Esta revista chama-se, justamente, Vamos Cantar. Eis aí o grande conselho: Vamos Cantar. Peça, em qualquer banca de revista, “Vamos Cantar” e verá que é a...mais completa da América do Sul (talvez, do mundo), no gênero. Uma revista, exclusivamente, com letras de músicas”.

 Para oferecer "Vamos Rir" ao leitor, qualquer texto seria óbvio. A propaganda contida na ilustração falava pelo comendador. Enquanto isto, para o carro-chefe do grupo, a RR, um texto que vigorou por muitas edições afirmava:  “Está provado! Onde há um receptor de rádio ou TV há também uma Revista do Rádio”. E justificava: 1 – “Porque seus assuntos interessam tanto ao homem com à mulher. 2 – Porque  é a melhor revista de rádio e de televisão no Brasil. 3 – Porque suas reportagens e fotografias são sempre exclusivas. 4 – Porque tem profunda circulação toda semana em todo o Brasil”. Ainda avisava: “Revista do Rádio com os horários da TV”.  

 

     

 

 
 


 
 

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