Vasco

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

MEMÓRIA DA PULICIDADE NAS REVISTAS ESPORTIVAS BRASILEIRAS - RAPIDINHAS

Nº 1 com capa paulista
Mais uma revista de vida curta. Durou apenas nove números e algumas edições especiais com temas  já explorados pela “Placar”, tipo os melhores jogadores do mundo, os maiores goleadores do Brasil e guia do Campeonato Brasileiro (2009).
 Sem publicar editorial, a Gol FC fez duas edições diferentes em sua estreia, uma com capa para o Rio de Janeiro e outra para São Paulo, algo que “Placar” já fazia, para ficar bem, também, com torcedores, gaúchos e mineiros. Em sua apresentação, o editorial chamado de  “carta do leitor”, assinado por Marcos Barrero, o diretor de redação,  avisava que a proposta chegava “pra ficar sua amiga” e que era revista feita com calor, vibração e muita tesão pelo futebol”.
CONFERE! A tentativa trouxe reportagens, artigos, muitas fotografias, historinhas em quadrinhos e até coluna feminina, tudo colorido. Mas não conseguiu sair de um circuito muito familiar às revistas esportivas da década 2000. As “foto cassetadas” – coleção de imagens engraçadas e esquisitas – eram o que “Placar” fazia, de há muito,  seguida por “Lance”, bem como o poster central, inaugurado pela primeira, com times posados ou atletas, e imitado pela segunda que aproveitava o espaço para  radiografar o homenageado, de várias modalidades, o que GolFC também fez. Aliás, Manchete Esportiva já publicava posters (ainda não havia a denominação vinda da língua inglesa) em suas páginas centrais na década-1950, embora colocando muito texto junto à foto.
 Outras repetições de fórmula antigas foram tabelas de campeonato e as colunas “Maria Chuteira” – gênero que a “Revista do Esporte” fazia pela Candinha no Esporte e a “Lance” com Mary Chute – e Prorrogação, tipo Apito Final da “RevEsp”. Mas eram bem modernizadas, com muitas fotos, como os tempos modernos exigiam.
Como todas as revistas, GolFC não deixou de ter a seção carta dos leitores, perguntas de leitores a um algum ídolo da hora, não só da bola, e a página de humor, desenhada por Gustavo Duarte – as historinhas em quadrinhos tiveram traços de Éber Evangelista e de Alexandre Jubran e texto de Marcos Barrero, enfocando um fato marcante do futebol brasileiro. Há, também, uma charge assinada por Fernando.     
GolFC chegou aos dois últimos números magrinha, com 36 páginas e tendo por anunciantes apenas Guitt´s Beer (cerveja); Pânico Surf (material esportivo); Dalponte (chuteiras); Times do Coração (relógios com escudos, anunciados por www.maisvantagens.com.br) e Topper (bolas para futebol).
Pelas edições anteriores, conseguiu peças de empresas com Nestlé (Pelé usando camisas de vários times); Preserv (preservativo sexual); Olehh! (site esportivo); Empório Alex e Trippyz (roupas de moda); Diauto (peças e equipamentos para motores diesel); Beef Shopping; Saturno (lojas de facas, serras, rebolos); Eucafloor (pisos laminados); Sol e Nova Schin (cervejas); JVC (aparelhos de som); Reiplas (fios e cabos elétricos); Diadora (chuteiras); Visa (cartão de crédito); Tilibra (cadernos escolares); Tudor (baterias  para automóvel); Ebicen (salgadinhos). Exército da Salvação (pedindo doações) e Rádio Transamérica, o que pode ter sido permuta.
Embora tivesse prestigiado  bandeirinha Ana Paula Oliveira como colunista e feito matéria como a mulher, esta não teve tanta consideração da revista. Em capas, só saiu em fotos pequenas – Ana Paula, Glenda Kozlowiski (jornalista e ex-bodyboarder), Luize Altenhof (modelo e ex-surfista) e Núbia Oliveira (modelo. A mulher só apareceu mais quando precisou socorrer a revista, em seus finalmente, pela seção “Mulheraço e Cia”, em duas páginas bem sexy. Talvez, tenha chegado atrasado na bola. Não se antecipou ao lance, como as "Garotas do Placar".                                     

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