As páginas das Revista
do Esporte eram um campo aberto para algumas marcas degladiarem-se pela preferência
do desportista. Nessa guerra, entre outras, entraram as bolas Campeão e Globo,
e a chuteira Gaeta. As duas primeiras anunciadas por uma coluna, apenas,
mas com boa visibilidade, que ganhava estética bem agradável quando eram
dispostos acima de “anúncios da casa”, com os das revistas “Vamos Rir” e Vamos
Cantar”, marcadas por charges engraçadas, alegríssimas.
“Atenção desportista. Escolha a melhor...”,
o aviso da marca carioca, ressaltava: “Prefira bolas Globo”, dita
“a primeira em qualidade e perfeição” e encontrada à venda “nas boas casas do
ramo”. Produzida pela Clema, uma Ltda que grafava-se “indústria com artefatos
de couro”, tinha sede no carioca bairro da Penha.
A concorrente que
rolava pelos gamados e mercados, a Campeão, prometia “qualidade absoluta pelo
preço justo”, bem como acabamento cuidadoso; perfeitamente esférica; resistente
e muito mais durável. Pra completar o papo, sugeria ao desportista comprador
exigir, também, “as famosas chuteiras” do mesmo nome da “maricota” (como speakers
antigos apelidavam a bola) e que, também, estavam nas boas casas do ramo”. Produtos
de Artefatos de Couro Campeão Ltda, eram paulistas e, normalmente, bem como a
concorrente, tinham divulgação dentro de uma das páginas mais lidas da RE,
o “Correio do Torcedor”, pelo qual a rapaziada pedia capas com jogadores,
faziam indagações, etc.
Por falar em campeão, a bicicleta Caloi pegava este rumo. Talvez, por não ter concorrente nas páginas da RE, dizia-se a “bicicleta dos campeões”. Nada mais. E tentava vender-se pelo desenho energético de um ciclista pedalando. Por sinal, desenho moderno para a época e recado mais do que simples.
Por falar em campeão, a bicicleta Caloi pegava este rumo. Talvez, por não ter concorrente nas páginas da RE, dizia-se a “bicicleta dos campeões”. Nada mais. E tentava vender-se pelo desenho energético de um ciclista pedalando. Por sinal, desenho moderno para a época e recado mais do que simples.
No caso
das chuteiras, a marca Campeão, com anúncios também simples, de texto de poucas
palavras e igual ao das bolas (excetuando-se, é claro, a alusão à esfericidade
da “gorduchinha”), encarava uma
concorrente famosísima, a Gaeta que, por ser paulistana, abria espaço (é claro),
também, na Gazeta Esportiva. Após o bi do
escrete canarinho, no Chile, em 1962, ela lançou um novo modelo e o divulgou
bastante, convidando: “Conheça a nova chuteira Gaeta”, que homenageava “Viña
del Mar”, a cidade onde o selecionado brasileiro jogara a maioria de suas
partidas válidas pelo do Mundial chileno. A valorização do
produto vinha pelo aviso de que era fabricada em “pelica forrada de cabra” (linguagem
esquisita para aludir ao couro do animal, certamente). E citava as características:
“levíssima; maciez ‘toque de pluma’; superflexível; evita cansaço; proporciona
maior velocidade e agilidade; cravos de fibra; não escorregam e não ferem”. Por
fim, avisava pesar menos de 350 gramas, o par, de “qualidade máxima” e também à
venda “nas melhores lojas de artigos esportivos de todo o Brasil”. Como se lê, a Gaeta jogava muito pra cima o
seu recado. Ao prometer dar maior velocidade e agilidade ao usuário, exagerava,
pois isso depende do preparo físico do atleta. Quanto ao manter o jogador
sempre em pé, no caso de gramados molhados, enlameados, em dias de chuva, as
vezes, as escorregadas são inevitáveis.
Em se tratando de vestuários, a King Sport, usando uma coroa acima do “K”, garantia “os melhores preços” e instava o desportistas a não perder tempo, avisando-o de que dispunha de todo o material esportivo de que ele precisasse, pois vendia, também bolas, medalhas, troféus, chuteiras. Por isso, considerava-se “a loja certa e a mais completa”. Era só conferir, na carioca Avenida Rio Branco, uma das mais famosas do Rio de Janeiro.
Ao contrário da King Sport que mostrava-se por recado simples, as Fábricas Leila Ltda, da Rua Osório, em São Paulo, exagerava em seu recado, assim como a chuteira Gaeta. Vendia (reproduzido no original): “No esporte...como em tôda a parte !...Big está sempre presente no atleta, quando mais necessita, êle, de todos os seus músculos, no supremo esfôrço para a conquista da vitória. Big descansa os músculos, conservando, entretanto o “preparo físico” (aspas dentro de aspas) sempre em forma, pronto para qualquer emergência necessária. Big mantém a e contração muscular em permanente “estado de alerta”, pronta a entrar em ação na hora exata... no momento preciso”.
Quando avisava que o suspensor anatômico Big era apresentado em vários modelos e tamanha, o anúncio dizia que “um deles será do seu agrado”, e avisava ter, também, “modelo especial” em Helanca (com o “H” maiúsculo), o “levíssimo Big Poker”, como todos os produtos esportivos anunciados, “à venda em tôdas as casas do ramo. Os redatores publicitários da época, que adoravam exclamações, reticências e aspas dentro das aspas, talvez, precisassem de diretores de criação mais espertos, pois um texto desse tamanho é um convite a não ser lido. Seria discutível, com o fabricante, se um vestuário esportivos da década-1960 já contasse com a tecnologia anunciada sob um jactante “supremo esforço para a conquista da vitória”. Como ainda não havia Procon...(agora, a reticência é minha).
A Big, que se divulgava, também, pela Manchete Esportiva, de verdadeiro, mesmo, tinha o seu mascote: um macaco bem criativo, usando produtos da casa. Por sinal, em fotos daquela década, vê-se bastante craques do Botafogo, como Garrincha e Nílton Santos, usando suspensores, o melhor divulgador que uma marca poderia ter.
Em se tratando de vestuários, a King Sport, usando uma coroa acima do “K”, garantia “os melhores preços” e instava o desportistas a não perder tempo, avisando-o de que dispunha de todo o material esportivo de que ele precisasse, pois vendia, também bolas, medalhas, troféus, chuteiras. Por isso, considerava-se “a loja certa e a mais completa”. Era só conferir, na carioca Avenida Rio Branco, uma das mais famosas do Rio de Janeiro.
Ao contrário da King Sport que mostrava-se por recado simples, as Fábricas Leila Ltda, da Rua Osório, em São Paulo, exagerava em seu recado, assim como a chuteira Gaeta. Vendia (reproduzido no original): “No esporte...como em tôda a parte !...Big está sempre presente no atleta, quando mais necessita, êle, de todos os seus músculos, no supremo esfôrço para a conquista da vitória. Big descansa os músculos, conservando, entretanto o “preparo físico” (aspas dentro de aspas) sempre em forma, pronto para qualquer emergência necessária. Big mantém a e contração muscular em permanente “estado de alerta”, pronta a entrar em ação na hora exata... no momento preciso”.
Quando avisava que o suspensor anatômico Big era apresentado em vários modelos e tamanha, o anúncio dizia que “um deles será do seu agrado”, e avisava ter, também, “modelo especial” em Helanca (com o “H” maiúsculo), o “levíssimo Big Poker”, como todos os produtos esportivos anunciados, “à venda em tôdas as casas do ramo. Os redatores publicitários da época, que adoravam exclamações, reticências e aspas dentro das aspas, talvez, precisassem de diretores de criação mais espertos, pois um texto desse tamanho é um convite a não ser lido. Seria discutível, com o fabricante, se um vestuário esportivos da década-1960 já contasse com a tecnologia anunciada sob um jactante “supremo esforço para a conquista da vitória”. Como ainda não havia Procon...(agora, a reticência é minha).
A Big, que se divulgava, também, pela Manchete Esportiva, de verdadeiro, mesmo, tinha o seu mascote: um macaco bem criativo, usando produtos da casa. Por sinal, em fotos daquela década, vê-se bastante craques do Botafogo, como Garrincha e Nílton Santos, usando suspensores, o melhor divulgador que uma marca poderia ter.
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