O
filósofo grego Platão, que fora atleta olímpico, defendia a prática esportiva
pelas mulheres. Mas o 5º regulamento dos Jogos Olímpicos a condenavam a serem
atirada ao mar, do alto do rochedo Typeu, sem nenhum julgamento, caso fossem
casadas e surpreendidas assistindo às competições. Que crueldade! Para os gregos antigos,
atividade física vigorosa poderia prejudicar a saúde feminina e a sua
capacidade procriadora. Por isso, as proibiam de irem às pistas competitivas,
preferindo vê-las nos templos religiosos. Por sinal, os primeiros Jogos, quando
os homens competiam nus, eram ligados à religião. Enfim, o tempo foi-se encarregando
de mudar a cabeça dos gregos. De repente, elas já estavam disputando a corrida
dos 162 metros, nos Jogos Heranos, em homenagem a Hera, esposa de Zeus. Corriam
descalças, com os cabelos soltos, ombro e o seio direitos à vista. Sem problemas! A galera era toda feminina.
Se, em Olímpia, rolava preconceito contra a mulher na atividade física, em Esparta entendia-se que ajudava fabricar filhos saudáveis e vigorosos, os futuros guerreiros. Os antigos filósofos romanos também eram contra. Até mesmo Juvenal, o carinha criador da frase “mens sana in corpore sano” às incluía fora dessa. Para ele, quem se metesse a esgrimar seria uma despudorada. Então, elas nadavam, não competitivamente, e faziam jogos com bola nas termas onde banhavam os homens. No século 12, começaram a montar a cavalo, com os maridos, para fugir dos inimigos. Vieram tempos mais modernos e os franceses Jogos Olímpicos de Paris-1900 já tiveram a participação de 11 mulheres (entre 1.810 homens), competindo extraoficialmente em golfe e tênis. Em 1904, na norte-americana Saint Louis, só permitiu-se a participação de seis delas em um torneio amistoso de arco e flecha. Contra, havia o pensamento do revivedor dos Jogos, o Barão de Coubertin, para quem provas olímpicas para moças seria “desinteressante e antiestético”. Ainda bem que elas não lhe deram ouvidos e 98 disputaram as competições de 1908, em Londres (1.999 homens). Em 1912, a vitória feminina seria maior: 57 atletas disputaram provas oficiais de natação e de saltos ornamentais – a Europa já tinha clubes exclusivamente femininos de natação e de ginástica.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A partir de 1920, o conflito parou o movimento olímpico, que voltou em Paris-1924, com 136 mulheres à casta de medalhas. Em 1928, na holandesa Amsterdã, o número subiu a 263 (2.724 homens). Vieram, então, os Jogos de Los Angeles-1932, e foi por lá que entrou nessa história a nadadora brasileira Maria Lenk. Entre as 134 mulheres inscritas, ela foi a única e primeira sul-americana. Para poder competir, juntou-se aos 68 homens da delegação na venda de café levado no porão do navio. Em 1936, os Jogos foram na alemã Berlim, e ela estava lá, novamente. Depois, preparando-se para a sua terceira participação olímpica, que seria na japonesa Tóquio, bateu dois recordes mundiais, nos 200 e nos 400 metros nado peito, respectivamente, com os tempos de 2min56seg90 e de 6min15seg80, ambos em piscinas de clubes cariocas. Foi a única nadadora brasileira a conseguir isso.
Única sul-americana em Los Angeles-1932 |
Se, em Olímpia, rolava preconceito contra a mulher na atividade física, em Esparta entendia-se que ajudava fabricar filhos saudáveis e vigorosos, os futuros guerreiros. Os antigos filósofos romanos também eram contra. Até mesmo Juvenal, o carinha criador da frase “mens sana in corpore sano” às incluía fora dessa. Para ele, quem se metesse a esgrimar seria uma despudorada. Então, elas nadavam, não competitivamente, e faziam jogos com bola nas termas onde banhavam os homens. No século 12, começaram a montar a cavalo, com os maridos, para fugir dos inimigos. Vieram tempos mais modernos e os franceses Jogos Olímpicos de Paris-1900 já tiveram a participação de 11 mulheres (entre 1.810 homens), competindo extraoficialmente em golfe e tênis. Em 1904, na norte-americana Saint Louis, só permitiu-se a participação de seis delas em um torneio amistoso de arco e flecha. Contra, havia o pensamento do revivedor dos Jogos, o Barão de Coubertin, para quem provas olímpicas para moças seria “desinteressante e antiestético”. Ainda bem que elas não lhe deram ouvidos e 98 disputaram as competições de 1908, em Londres (1.999 homens). Em 1912, a vitória feminina seria maior: 57 atletas disputaram provas oficiais de natação e de saltos ornamentais – a Europa já tinha clubes exclusivamente femininos de natação e de ginástica.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A partir de 1920, o conflito parou o movimento olímpico, que voltou em Paris-1924, com 136 mulheres à casta de medalhas. Em 1928, na holandesa Amsterdã, o número subiu a 263 (2.724 homens). Vieram, então, os Jogos de Los Angeles-1932, e foi por lá que entrou nessa história a nadadora brasileira Maria Lenk. Entre as 134 mulheres inscritas, ela foi a única e primeira sul-americana. Para poder competir, juntou-se aos 68 homens da delegação na venda de café levado no porão do navio. Em 1936, os Jogos foram na alemã Berlim, e ela estava lá, novamente. Depois, preparando-se para a sua terceira participação olímpica, que seria na japonesa Tóquio, bateu dois recordes mundiais, nos 200 e nos 400 metros nado peito, respectivamente, com os tempos de 2min56seg90 e de 6min15seg80, ambos em piscinas de clubes cariocas. Foi a única nadadora brasileira a conseguir isso.
No detalhe acima na foto, Maria Lenk nos tempos de jovem nadadora |
Em 21003, Maria Lenk lançou o livro Longevidade e Esporte, sobre benefícios da prática esportiva. Filha de alemães, Maria Emma Hulga Lenk Zigler nasceu em São Paulo, em 15 de janeiro de 1915 e viveu até 16 de abril de 2007, quando vivia no Rio de Janeiro. Começou a nadar, aos 10 anos de idade, devido a uma pneumonia dupla, usando o paulistano Rio Tietê, pois ainda não havia piscinas no Brasil.
(Foto acima e abaixo reproduzidas, respectivamente, das revistas cariocas O Globo Sportivo e Manchete. A do meio é de divulgação do Comitê Rio-2016. Agradecimentos.)
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