Vasco

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A PUBLICIDADE NAS REVSITAS ESPORTIVAS BRASILEIRAS - AUTOMOBILÍSTICOS (15)

 Os fabricantes de automóveis, pneus, componentes e oficineiros pouco anunciavam nas revista esportivas. O grosso deste mercado foi dominado pelas magazines semanais O Cruzeiro e Manchete, principalmente a primeira. Na década-1950, quando o Brasil começou a fabricar automóveis, no governo do presidente Juscelino Kubitschek, eram muitos os anúncios, sempre trazendo fotos e desenhos que davam a entender terem vindo dos Estados Unidos, com os recados traduzidos por aqui. Caminhões e pneus eram os mais oferecidos.
  É de se imaginar que a indústria automobilística não usasse tanto revistas esportivas pelo fato de que o torcedor brasileiro era um sujeito “duro”. Automóvel demorou a deixar de ser artigo de ricaços, além de que o povão ia aos estádios usando linhas de ônibus. Se na década-1950  nem 10% da nossa população possuía geladeira, a porcentagem caía ainda mais quando se tratava de automóveis.
 Mesm assim, a alemã Volkswagen anunciou na Revista do Esporte. Inclusive, uma de suas peças batia inteiramente com o espírito festivo do torcedor brasileiro. Se o sujeito gozador dizia para o simpatizante de um chamado clube “pequeno” que a torcidas dele cabia em uma Kombi, a agência que atendia à marca produziu um assim, mostrando jogadores uniformizados, saindo de dentro da perua uniformizados, prontos para entrarem em campo.
O produtor do anuncio marcou um golaço até pelo título: 3 x 1. Dizia o seu texto: “É o resultado que faz da Kombi a campeã do bom senso em transporte de carga e passageiros. São 3 em 1. Com os bancos, ela transporte 9 passageiros com toda a suas bagagem (E não é preciso se apertar muito para levar um time de futebol)...Se em vez de ir jogar futebol você for à praia, por exemplo, toda a família pode ir junto. Cabe até o quadradinho do bebê...Temos a certeza de que você sempre sai ganhando...”
 
 Foram várias a peças da Volkswagen – “o bom senso sobre rodas”, como se anunciava. Por exemplo, quando lançou o modelo pick-up, tipo vendido com a carroceria sem cobertura, a empresa ofereceu aquilo ao consumidor e, exibindo foto, chamou a postura de “Absurdo”, indagando: “Porque gastar dinheiro se o Furgão VW já vem coberto?” Mas os alemães não foram longe em sua parceria com a RE, como a bateria Heliar,  que atravessou décadas. Esta teve cadeira cativa, por muito tempo, em uma das sessões mais lidas da semanária, o Correio do Torcedor, por onde a rapaziada pedia capas e matérias com os seus times e ídolos, e indagavam sobre fatos do futebol.
 Produto da Saturnia SA, esta jamais mudou a sua peça publicitária, trazendo um carro enguiçado, com o motorista fazendo aquela cara e dois caras o empurrando. Entre o desenho e um foto do acumulador elétrico, lia-se: “É este seu caso?...não dá partida? Então é a bateria! Resolva o caso de uma vez com baterias Heliar, energia inesgotável”.
 Circulando pelo setor, as vezes apareciam pequenos anúncios da área, como arrumação de carburador ou daqueles cursos tipo “garanta o seu futuro”. Um deles, o carioca Urubatan, oferecia o ensino de mecânica, eletricista de automóveis e de enrolados, e aulas práticas com “equipamentos moderníssimos”. Exceto o anúncio do time saindo de dentro de uma Kombi, os demais não encantaram. Como os veiculados pela Manchete que traziam desenhos coloridos encantantes, principalmente dos DKV-Vemag e da Rural Willis. 
Embora não fosse do setor automobilístico, mas do transportador aéreo, digamos, parente próximo, a VARIG também anunciou-se pela RE. Foi em 1959, quando era a maior da sua turma na América Latina.     


         
 
 

    

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