Vasco

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

BELAS NA ESPORTIVA - ANGELITA

Ela foi sobrinha de herói nacional, filha de xerifão da zaga rubro-negra e enloqueceu rei e presidente. Pena que tenha vivido  apenas 50 anos, não tendo mais tempo para endoidar (ainda mais) o imaginário  nacional que ouvia falar dos seus encantos.
 Na certidão de nascimento, estava escrito: Maria Angélica. Pela voz dos locutores de rádio, anunciava-se Angelita Martinez. Diziam os cronistas cariocas dos dourados anos-1950 que a moça tinha as curvas e as coxas mais  estonteantes sob o céu do Rio de Janeiro. Beleza!
E já que era assim, as curvas e as coxas de Angelita foram fotografadas por Jankiel Gonzgarowska, para um ensaio (duas páginas internas e uma contracapa) da “Manchete Esportiva” Nº  12, de fevereiro de 1956. Na folha em preto-e-branco, diz o sacaninha e dúbio título da matéria que “Angelita (como o pai) venceu usando as pernas”.
 Não deixava de ter razão a matéria assinada por Carlos Renato, pois ela era filha do temível zagueiro Pavão, que chegou à Seleção Brasileira, que lhe devia uma importante ajuda, espanando atacantes,  na conquista de três vitórias da temporada-1955. Por sinal, em homenagem ao selecionado pai, que, na verdade, chamava-se Marcos Cortez, a craque da beleza usou camisa rubro-negra posando para o sexy ensaio fotográfico desportivo, inédito na época.
ENTORTADORA - Um dos loucos pela anatomia da atriz, cantora e bailarina Angelita Martinez foi um “rei do futebol”, o endiabrado Mané Garrincha, com quem teve um lance. Inclusive, para o Carnaval-1959, ela gravou a marchinha “Mané”, proibida de tocar em bailes frequentados por pessoas de fina estampa, devido a uma troca de preposição (pela rapaziada malandrinha, é claro!), quando a letra da animada melodia se referia ao nascimento e à municipalidade do craque (Pau Grande, então distrito de Magé-RJ).
Repórteres bisbilhoteiros, bem informados daqueles gloriosos anos -50, garantiam que o coração que desvairou-se “mesmo, muito mais” pela filha do becão, apelidado por Pavão, fora o de João Goulart, o Jango, que, futuramente, iria nos presidir.                   Sujeito sedutor, bom de bico e de votos – tivera mais do que Juscelino Kubitscheck, quando fora seu vice, na eleição de 1955 – conta-se que, superapaixonado e superwiskado, durante uma “sessão ciúme”, o homem muniu-se de cano furado e disparou um tiro na porta do “AP” da moça. Barraco, evidentemente, abafado naquelas noites  supersexy do Rio de Janeiro ainda nem pré-revolucionário (de 31 de março de 1964, quando os militares, liderados pelo marechal Humberto de Alencar Castello Branco,  tornaram o Jango um simples ex-presidente desta nação).                              Rolos à parte, Angelita era sobrinha de Neco, o atacante que tem uma estátua na sede do Corinthians e que construiu a jogada resultante no gol de Friedenreich, valendo ao Brasil o seu primeiro título no futebol sul-americano, em 1919. O que fizera o presidente Arthur Bernardes tirar o chapéu para a garra verde-e-amarela na bola, e apertar a mão de cada novo herói, no Palácio do Catete.
Mesmo dizendo-se pouco entendida de futebol, pela sessão de fotos para o ensaio da revista do empresário Adolpho Bloch, a deslumbrante Angelita demonstrou  ter um jeitinho especial para o tema. Por sinal, jurava o fotógrafo Jankiel, produtor de invejadíssimos e coloridíssimos ektachromes, que a sua fotografada cabeceava e chutava melhor do que muitos cabeças-de-bagres que viviam por aí enganando a galera.
Talvez, tenha sido a razão de o futuro bicampeão mundial Mané Garrincha, que só pensava naquilo (taças e faixas), a querer fazendo tabelinha com ele. E Jango se lembrar dos tempos em que fora zagueiro campeão gaúcho juvenil pelo time do Internacional. Tá explicado!  

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