Além de
permutas com parceiros que mantinham equipes dedicadas a programas e narrações esportivas,
a Revista do Esporte fazia acordos, também, com rádios que levavam ao ar
programas humorísticos, musicais e até com emissoras de outros gêneros, como a carioca Rádio Relógio. Esta, que trazia em peças publicitárias um bonequinho
com um relógio no lugar do rosto, usava uma mensagem direta e objetiva, com
frases dentro de uma seta apontando para
um relógio sem ponteiros: “Todos ouvem uma publicidade na Rádio Relógio. Alguns...durante
algumas horas. Muitos...durante muitos minutos. Todos... durante 120 segundos.
Porque esta é a sua audiência diária em todo o Brasil”– exagero. Poderia chegar aos ouvintes distantes do Rio de Janeiro por ondas curtas, mas não era o tipo de audição que seduzia a gente de cidades interioranas, vilas, fazendas, etc.
A Rádio Tamoio, também carioca, divulgava-se
pela RE com uma mensagem até mais simples. Colocava a palavra música (com o ‘m’
minúsculo) em três linhas, uma abaixo da outa, a cobria com uma ideia de pauta
musical. Abaixo de tudo, o seu nome e a garantia: “Apenas um anúnci0o (um só)
pro intervalo!” E finalizava: Deixe o rádio ligado nos 900 kc bem no meio do
dial. Rádio Tamoio, músicas...exclusivamente música!”
Enquanto a as rádios Relógio e Tamoio simplificavam
os seus recados, uma outra do mesmo Rio de Janeiro, a Carioca, preferia o estardalhaço.
Seus anúncios na RE eram como se fossem autênticos cartazes cinematográficos. Continham
desenhos bem elaborados, passando um clima perfeito do que divulgava para a
imaginação do ouvinte. Confira na ilustração de “Operação Madrugada”, onde
lia-se: “Na Rádio Carioca, dance animadamente com as músicas transmitidas
diretamente da ‘Boate Carioca”, sob a direção de Roberto Reis”. E sugeria
sintonizar os seus 720 kc, todos os sábados, de zero0 hora às 3 da manhã!”.
Como se nota, os redatores dos anúncios
publicitários das permutas da RE gostavam muito de usar a exclamação.
Gramaticalmente, onde a colocavam era desnecessário. Para eles, no entanto, iluminava
o recado. Aliás, por falar em recado, a Rádio Mayrink Veiga, que fazia parceria
com a semanária também em esportes, mandava
o seu, da área musical, igual à Relógio e a Tamoio: simples. Um deles, usava uma
foto do sanfoneiro Luís Gonzaga e mandava dizer: “Todos os domingos, às 20,30.
Festa de Luiz Gonzaga na Rádio Mayrink Veiga. Um show de alegria! Oferecimento
de “A Impecável” (lojas de roupas). Nada mais.
De outra parte, esta mesma emissora radiofônica
carioca, com mais um patrocínio de “A Impecável”, não economizava frases para
divulgar um dos seus programas de grande
sucesso da década-1960, o “Miss Campeonato”, que trazia sempre a figura de uma
atriz sensual chamando a atenção para o recado. “Um campeonato de bom humor,
com a participação do mais famoso elenco de comediantes do rádio! (olhe a exclamação
aí presente)”, vendia o redator, afirmando que aquela era a sensação humorística
das segundas-feiras, às 20,30 horas, na Rádio Mayrink Veiga, diretamente do auditório
da PRA-9, com animação de Arnaldo Amaral, texto de Glauco Ferreira e a presença
encantadora de Sônia Ferreira”, a bela da foto estampada no anúncio.
Fechava bem o cerco a Revista do Esporte para
a sua divulgação pelo rádio, que ainda era um grande veículo da comunicação
brasileira nas décadas 1950 e 1960, quando ela circulou. Assim, entre permutas
abrangendo horários esportivos e musicais, o seu nome era veiculado por várias
emissoras, atingindo diversos públicos.
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