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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

MEMÓRIA DA PUBLICIDADE NAS REVISTAS ESPORTIVAS BRASILEIRAS - AS NÚMERO 1

Ao contrário da Manchete Esportiva, a qual sucedeu no mercado, a Revista do Esporte, lançada em 14 de março de 1959, correu atrás de anúncios para o seu número de estreia. Enquanto o semanária de Adolpho Bloch circulou sem peças publicitárias, a do comendador Anselmo Domingos vendeu nove anúncios oferecendo um espaço proporcionando boa visibilidade: 26,5 x 17,5cm.
 Em comum, as duas revistas tinham o fato de terem por trás có-irmãs fortes e consolidadas nas bancas, respectivamente, a magazine Manchete e a Revista do Rádio, esta a segunda mais vendida no Brasil, só superada por O Cruzeiro, a maior potência do ramo no continente sul-americano.      
 Se Adolpho Bloch não ligou para a publicidade de sua Nº 1, Anselmo Domingos vendeu três anúncios, em preto e branco, de página inteira no miolo da revista – Casimiras Nobis, Real Aerovias Nacional e Companhia Sousa Cruz, divulgando o cigarro Continental –, e um colorido, na contracapa, para a Coca-Cola. Faturou, também, anúncios de pequenos tamanhos – Laboratórios Prima, vendendo o regulador intestinal Grãos de Saúde, o tônico Nutro-Fosfan, o combatente à tosse, gripe e bronquite Pautaberge e o debelador de anemia e fraqueza Blancar, à base de iodo e ferro; Editora Cleópatra, oferecendo livro esportivo sobre jiu-jitsu e Pinheiro Pires, vendedor de componentes automobilísticos ligados à visibilidade do motorista.
 Para divulgar o seu novo produto, o comendador fez permutas com as Rádios Eldorado e Relógio, ambas cariocas. Aproveitou, ainda, para colocar um anúncio da casa, sobre a revista Vamos Rir, que voltou a ganhar espaço pelo Nº 2, de 21 de março de 1959. Nessa edição, o número de anunciantes caiu para três, em preto e banco, de página inteira –  Gillette, Varig, vendendo a viagem Rio de Janeiro – Nova York, e Myrta, anunciando “O grande espetáculo” que dizia ser o se novo sabonete Eucalol, por sinal, uma peça sexy, “pra frente” à época, e muito bem desenhada.
Se a primeira edição, com Pelé na capa, teve duas permutas radiofônicas, a segunda, trazendo Garrincha à frente, manteve a quantidade, com os novos parceiros sendo as também cariocas rádios Tamoio e Tupi, que explorou a figura feminina em sua peça publicitária.
 Por essa tática de marketing (palavra que ainda não era usada), a Revista do Esporte não circulava com muitos anúncios semanais, mandando dizer que, rigorosamente, era segura pela Revista do Rádio, embora, quando justificava  aumentos de preço, sempre culpando os aumentos de custos de produção, Anselmo Domingos garantisse que então única publicação semanal esportiva do país mantinha-se pelas vendas avulsas. Difícil de acreditar. Tanto que a tentativa de lançar um terceiro produto do mesmo formato e concepção editorial, a Revista de Portugal, não foi além de 22 edições, entre  1966 e 1968.       

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