Quem
não gosta de viajar, passear, conhecer novas cidades, paisagens e costumes diferentes? Não inclua o desportista fora dessa. Ele está sempre viajando, acompanhando o seu time.
Logo, a Revista do Esporte seria um ótimo local para a colocação de anúncio de
agência de viagem. O que fez a
Chanteclair, com sede na Rua México, no
Rio de Janeiro. Pelo final de 1968, oferecia uma das viagens mais divertidas da
época, de ônibus e de vapor, pelo Rio São
Francisco, nos chamados “gaiolas” que subiam e desciam da mineira Pirapora à
baiana Juazeiro. O passeio incluía visitas, também, a Belo Horizonte, Salvador,
Vitória da Conquista e Governador Valadares, com o preço dividido em 10
prestações.
Se o
torcedor e a sua turma viajava no rastro do seu time, logo, poderia precisar de
um hotel. Sendo o jogo em São Paulo, nesse caso, o Normandie estava à
disposição, na Avenida Ipiranga, com 200 apartamentos “de primeira categoria”,
em 16 andares “em pleno centro” (da cidade). Inclusive, com quartos voltados
para o lado silencioso da capital paulista, informava o recado, oferecendo
mais: estacionamento TV (opcional) e rádio; salão de convenções para até 60
pessoas; cabelereiro, barbeiro, floristas e boboniere e, ainda, um treinado
corpo de funcionários, que dizia ser a sua maior força.
O Hotel Normandie, com “seu conceito pessoal de
serviço e cortesia em São Paulo” só não anunciava ar condicionado, o que já era
uma exigência do viajante da época. Falha do redator do anúncio, ou de
informação da casa?
Falha por falha, para não falhar na paquera as palmilhas ortopédicas Artex ofereciam aos machões o aumento mínimo de cinco centímetros, com as suas “espantosas e invisíveis” invenções. “Nunca mais pareça baixo!”, propunha a peça publicitária, com um texto longo, do tipo “para não ser lido”, parecendo uma bula de remédio. Uma bula que incluía indagação politicamente nada correto: “Você é prejudicado em seus conceitos sociais por causa de sua baixa estatura...cansado de ser chamado de ‘baixinho’? Agora não precisa mais sofrer este embaraço, graças.....” e mandava ver o papo do “agora você pode ser mais alto instantaneamente”. E deixava um cupon para o leitor da RE enviar-lhe, a fim de ter “sucesso na vida amorosa e profissional”.
Fácil? Mais fácil do que isso só contratar o
Escritório Costa e deixar que os “despachantes oficiais do Estado da Guanabara”,
Anísio de Lima Fagundes e Germânio dos Santos” , resolvessem as questões.
Afinal, eles anunciavam “tradição de honestidade, rapidez e eficiência”. Era
com eles mesmo: processamento de imposto de transmissão; registro de firmas e
qualquer transação imobiliária; regularização de incorporações, de firmas e quaisquer papeis na Guanabara, bem
como exame de documentos. Em 1968, era só procura-los na Avenida Graça Aranha.
Se quisesse telefonar, marcando horário, que tal usar um telefone Telnac? Eles
eram em cores, “para residências, escritórios e fábricas”, vendidos para todo o
Brasil e, com “fabricação própria”. Para testá-los, uma passadinha pela Rua
Santa Efigênia, em São Paulo, resolveria.
Resolver,
mas, resolver mesmo, quem garantia era a firma Rod-Bel. Segundo ela, seus
relógio de marcar ponto, isto é, o horário de entrada e de saída do empregado,
era “pontual tôda vida” (grafia da época). Usando a expressão “pudera”, anunciava
mecanismo de alta precisão e a assistência de fábrica permanente, caso algum
reclamante ligasse para a Rua Barão de Jaguara, em São Paulo.
Mas
a vida não é só correr atrás e lutar por um lugar ao sol. Há momentos em que precisa-se
da sombra, da proteção de um toldo, durante uma chuva, por exemplo. Hora da marca
Guanabra mostrar seviço. Não mofava e nem desbotava, porque era feito de Lonas
Estampada ‘Sempre Viva’, que embelezavam permanentemente e duravam muito mais,
garantia o anunciante Arlindo Almeida, da carioca Rua Barão de Itapagipe.
Muito bem! Se os toldos eram para hotéis e
casas, principalmente, nada melhor do que ter uma fachada bonita, bem pintada.
Confere? A carioca Casa Universo, da Rua Senhor dos Passos, tinha tintas
das marcas Condoril, Sherwin-Willams e Cil Wanda, além de “outras
afamadas marcas”. Que tal uma visitinha, para conhecer, também, as ferramentas
nacionais e estrangeiras à venda? Valia um desconto ao visitante. Mais? “Para
você que é profissional”, descontos de até 15%.
Quem está construindo, ou pintando, precisa de
fazer constas. E, pra fazer contas, “aperte uma tecla e veja o resultado”.
Evidentemente, uma tecla das máquinas Facit. “Com esta facilidade você resolve
seus problemas de soma, subtração, multiplicação e divisão, rapidamente”. Principalmente com a manual
Facit C1-13. “Suava e silenciosa”, fabricada na mineira Juiz de Fora e “tão moderna
quanto o seu escritório”. Valeu?
Evidentemente, um escritório moderno deveria ter
uma geladeira, não é mesmo? Claro! Para oferecer água gelada ao cliente. Não só
o escritório, mas toda casa brasileira dos inícios da décdas-1960 já exigia isso.
Área da paulista Indústria e Comércio de Refrigeração Lecurato. Em sua fábrica
da paulista Avenida Vicente Pison, produzia modelos domésticos e comerciais.
Enfim, depois de passar o dia todo na labuta
vem a hora de chegar em casa e descansar. Móveis Cimo, com
“alta qualidade comprovada”, dizia-se sinônimo de conforto, “exatamente o
conforto que você procura e que, de fato merece”.
Mandou bem o redator, por uma velha fórmula. É claro, citando os itens que levam a conforto, entre eles “rigorosa seleção de madeiras; projetos executados com carinho, após estudos prolongados, e atributos de segurança”. Comprovações na Avenida Duque de Caxias, em São Paulo.
Mandou bem o redator, por uma velha fórmula. É claro, citando os itens que levam a conforto, entre eles “rigorosa seleção de madeiras; projetos executados com carinho, após estudos prolongados, e atributos de segurança”. Comprovações na Avenida Duque de Caxias, em São Paulo.
No mais, quem tivesse algum anúncio, de
qualquer setor, que pintasse na sede da Revista do Esporte, que o comendador Anselmo
Domingos aceitava de tudo. Ainda veremos muito mais. Aguarde!
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